Se quiser ler o relato de parto da Julie, é o post anterior a esse. A seguir as fotos :)
segunda-feira, 29 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
O parto da Julie
Depois de ensaiar tanto tempo escrever o relato em português, resolvi que já era hora, já que daqui a pouco mais de um mês, o Benjamin já pode estar fazendo a aparição dele :) E aí vou acumular mais relatos para escrever.
Primeiramente, quero dizer que vou dedicar alguns posts a uma mudança radical e muito importante aqui em casa. Tiramos o glúten, leite e derivados de todos aqui de casa. Tem sido muito puxado, pois TUDO tem que ser feito aqui em casa. Pães, tortas,bolos...nada pode ser comprado...aliás até pode, para quem tem dinheiro ;) Mas tenho visto benefícios maravilhosos...e como tudo isso faz parte da minha vida maternando, quero compartilhar com vocês a luta e as vitórias em outros posts :)
O parto da Julie foi o mais transformador de todos. Não classificaria como o mais importante,mas foi o mais lutado e suado.
Logo que cheguei no Brasil não pensei muito na nossa realidade obstétrica,mas sabia que teria que achar um médico compatível com o que esperava. Quando finalmente engravidei saí a procura de médicos. Já tinha ouvido falar de médicos humanizados,mas não entendia a importância de ter um. Todas as pessoas que eu perguntava, não sabiam me dar informação nenhuma. Todos falavam como se não soubessem NADA de parto, e todos os médicos das conhecidas faziam cesárias. Hoje em dia olhando para trás, eu estava a merce da ignorância da maioria das brasileiras. Uma delas inclusive chegou ao absurdo de falar que se eu quisesse um parto normal era só ir pro HU (Hospital Universitário da USP) que é um lugar CHEIO de violências obstétricas e mulheres que são cortadas e expostas como estudo para os residentes. Eu não sabia disso na época, mas hoje em dia eu tenho vontade de falar umas poucas e boas para a fulana que me indicou o HU "só porque eu queria uma parto normal"....se ela soubesse que de normal os partos lá não tem nada...e sabe o que é pior? Essa pessoa é enfermeira. Acredita que a falta de informação chega até nas enfermeiras? que dirá os médicos que são os que usam fórceps, episiotomias, ocitocina, manobra de kristeller...tudo "para treinar"!!!!!
Bem, voltando ao parto ;) hehehehehe
Consegui um médico que era caro demais para mim na época, e que pedia um absurdo para fazer o parto. Ele me soava meio marketeiro também. Parecia que ele conduzia o parto sabe? Ele por exemplo gostava de usar música durante os partos, e ele ditava se ela seria rápida ou devagar...se eu não levasse, ele levaria...etc....pequenas coisas que foram me incomodando. Ele não dava muito espaço para debate...não fazia parto na água que era uma coisa que eu queria muito! Enfim....desisti desse médico pelo dinheiro e por não ter sentido um bom vibe nele!
Meu marido falava com o pessoal do trabalho sobre o meu desejo de ter um parto normal, e por coincidência tinha algum colega de trabalho do Mathew, tinha uma irmã que era colega da Luciana Benatti, autora do livro "Parto com Amor". Peguei o telefone dela, e liguei para saber quais eram as minhas opções. Ela me indicou o GAMA de lá para cá, foi um mergulho profundo no mundo do parto humanizado. Eu estava ansiosa para saber minhas opções e fui no primeiro encontro que pude. Estavam lá Ana Cris e Maíra Duarte. ADOREI e saí de lá sabendo que tinha me encontrado. Depois de muito ler, contactar a Ana Cris no dia da reunião do GAMA, marquei consulta e de lá pra cá, só me viciei mais ainda nesse mundo. Troquei de médico umas 4 vezes antes de achar o GAMA, e como esse encontro foi depois de 20 semanas, eu me senti perdida a maior parte da gravidez. Tentando achar alguém que não fosse me enganar. A sementinha do parto em casa tinha sido plantada também naquele primeiro encontro. Mas era algo ainda longe de acontecer, e meu marido morria de medo.
Foi na verdade durante a palestra que fala especificamente de parto domiciliar (PD), que ele mudou de idéia e viu que o PD não é um bicho de sete cabeças, como todos pensam. E pelo contrário do que falam, é tão seguro quando um parto hospitalar de baixo risco. Outra coisa que vale lembrar é que existe todo um preparo para o parto em casa. Ninguém aparece sem nada, dois paninhos um terço e ervas...isso não acontece gente!!! (a não ser em regiões remotas do Brasil onde nem hospital tem,mas até aí acho que a assistência consegue ser melhor e mais respeitoso do que o nosso "tecnocratismo" exagerado)
Tomada a decisão conjunta ( e diga-se de passagem depois de MUITA encheção de saco da minha parte na orelha do meu marido) Ele concordou com o PD. O maior problema dele era o financeiro. Ele não conseguia conceber como que a gente não poderia usar o seguro. O hospital é lindo, o plano cobre etc e tal....alias, posso afirmar que animado MESMO ele só está agora, no parto no Benjamin.
Acontece que no final da gestação, com 35 semanas, fui fazer um maldito ultrasom. Digo maldito, porque o que foi detectado me fez perder a cabeça...e no final não foi nada. Falso positivo, já viu essa história?? pois é....Os ossos longos dela eram curtos (fêmur e úmero)
Havia a possibilidade da Julie ser anã. Fui a um especialista que ficou DUAS HORAS fazendo ultrasom em mim...medindo até o fio de cabelo, me mostrando a gordura da bochecha da Juju....e disse q ela podia sim ser anã,mas isso não daria para ter certeza a não na hora que nascesse. Inclusive ele disse que ela não tinha mais nenhuma anomalia característica desse quadro (má formação do coração, testa protuberante e outras má formações que poderiam acontecer) e me liberou pro PD. Mas e minha cabeça? e a expectativa de saber se ela era ou não anã? imagina vc "quase" detectar esse problema, e aí pedir pra mãe segurar a respiração para ver se é isso mesmo. PUTZ!! eu pirei!!! chorava rios todos os dias!!! demorei umas boas duas semanas para parar de surtar na rua quando via crianças...e todo o lugar que eu olhava eu via anões. Cheguei a conclusão que se Deus mandou desse jeito é porque a gente conseguia cuidar. E iria ser amada de qualquer maneira, independente do que acontecesse. Então melhorei...mas sempre com a pulga atrás da orelha.
Aí veio a consulta com a AC. Ela disse que estava tranquila em relação a saúde da Julie,mas que o convênio podia encrencar com o PD e se recusar de fazer os exames que ela precisaria depois que nascesse. E eu teria q bancar tudo no particular até conseguir uma liminar na justiça. Como ela estava a par de tudo que estava acontecendo na minha vida na época (mudança perdida, falta de grana até os olhos, casa mal mobiliada etc...) ela sugeriu que fizéssemos o parto no São Luiz.
Chorei em casa de decepção pelo meu grande desejo de PD ter ido por água abaixo....mas....foi...
Minha data prevista era 21 de novembro, e eu torcendo pra nascer no dia 18, aniversário do meu pai. Mas NENHUMA criança minha nasceu antes de 40 semanas...então sabia que as chances eram poucas! :)
No dia 24 eu tive uma epifania, era Thanksgiving e eu adoro esse feriado nos EUA. Eu andava reclamenta, cansada e querendo que a neném nascesse logo. A noite eu fiz uma oração de gratidão. Tentei expressar tudo que eu era grata e choreiiiiii horrores!! Achei TANTA coisa para agradecer! Foi um momento sublime! Tive o claro sentimento de que a Julie viria na hora certa, e que eu tinha que ter paciência. Acho que era o que faltava, ser grata pelo que eu já tinha e por uma gravidez boa, e mais um neném gostoso na minha vida!
No dia 25 de novembro passei o dia seguinte todo tendo contrações não dolorosas...elas vinham durante o dia e sumiam a noite. Alias, acho que isso foi no dia 25 e 26 todinho. Tanto que no dia 26 a noite (um sábado pra domingo) minha parteira veio em casa e me checou. Disse que eu estava com 3 cm de dilatação, mas não estava em TP e que eu precisava esvaziar o intestino (detalhes e detalhessss hahahahaha).
Ela disse que podia engatar durante a noite, ou demorar mais uma semana....pediu para eu tomar um buscopan e dormir. Eu estava super cansada e queria que as contrações não me acordassem a noite. Pedi uma benção pro Mathew e fui dormir...fui para a cama meia noite e as 3:48 (se não me engano, porque eu estava com o iPod ouvindo hypnobabies e acordei com uma contração rasgante!! de tirar o fôlego) veio a primeira contração. E dois minutos depois outra, e 4 minutos depois mais uma...e dois minutos depois outra...e eu acordei o Mathew e falei "não to conseguindo lidar bem com isso, não tá dando pra respirar"...ele ligou pra AC, e ela disse que encontrava a gente no SL. Buscamos minha mãe (por sorte estávamos de carro aquele dia, nós não tínhamos carro, mas meus pais haviam emprestado, pois era domingo no dia seguinte e a gente usava o carro para ir para a igreja) e lá fomos nós para o SL. Chegamos lá quase 5 da manhã. A AC já esperando na porta do hospital. Entramos e ela o tempo todo comigo, parecia uma segurança. Já chegou dizendo pra enfermeira que eu estava com ela, e quando me checou 5 cm. O Mathew ficou na triagem preenchendo papelada (eeeee laiáááááá) E eu lá no cardiotoco, 20 minutos contados e AC já tira o negócio de mim...ng merece carditoco preso na barriga enquanto tá tendo contração...já saio da maca e quando liberam vou apoiando na AC e andando pro quarto...chegando no quarto eram quase 7 da matina 7 cm de dilatação...ahhhhh, posso entrar na banheira??? parteira liberou! e eu vou de tchibum! Por um momento exito "AC vai ver meu bumbum de fora! vergonhaaaaa" aí logo penso "ela vai ver coisa pior"...e lá fui eu com a cara lavada... :)
Antes disso, tentei a bola de de yoga...não gostei! tentei comer...não desceu mto, um pão de queijo, suco de laranja, e um mordida de sanduichinho com um pate de cenoura...estava ficando com ansia já...devia estar pra entrar na fase de transição....na banheira comecei a vocalizar as contrações....uma doula muito querida uma vez tinha mencionado que vocalizar sons graves ajuda a abrir o colo do útero. Quem é cantora pode atestar melhor do que eu, não entendo muito desse mundo,masssssss resolvi tentar. E não é que deu certo?? ;)
Enquanto eu vocalizava as contrações conseguia lidar com elas numa boa...era um canto, sem música, uma coisa esquisita. Mas me ajudava, então....estava ÓTIMO!
Lá pelas tantas, na minha cabeça eu tinha calculado que pelas 9 e pouco da manhã a dona Julie teria que ter nascido já. E já eram 11 e nada da bichinha aparecer. Fiquei incomodada, e perguntei pra AC como é que tava...não lembro de todos os detalhes,mas ela acabou dando uma forcinha...mudei de posição dentro da banheira e aí dps q o negócio não estava rendendo, me mandaram sair da banheira pra usar a gravidade....fui pra banqueta de parto do lado da banheira, e veja só! a neném começou a descer...aquela água quente e aconchegante não estava ajudando muito! hahahahahaha
A AC disse que depois de duas contrações fortes ela iria encaixar e começar a coroar, e eu poderia voltar para a banheira. Uma contração forte veio...umas duas ou 3 fracas...e na segunda forte ela falou "corre pra banheira"...entrei de tchibum de novo....e esperei a próxima...quando veio, veio que nem um trem....de repente o círculo de fogo. Eu achei que ia rasgar no meio. Falei "tá doendo muito, eu não quero mais" (pelo pouco que me lembro, por isso que dessa vez vou gravar) A AC olha no fundo dos meus olhos e diz "força querida, vc consegue!! enfrenta esse medo de frente e vence!"...bem...foi isso e logo em seguida o maior URRO! a testa da Juju tinha saído!!!!
Esqueci de falar que até então minha bolsa estava intacta, a AC fez um furinho na hora q eu tava empurrando,mas hoje em dia vejo que não havia necessidade...eu que insisti pois estava ansiosa, achando que a bolsa estaria atrapalhando nessa altura do campeonato. As dores eram completamente suportáveis, e eu tive um TP tranquilo...e eu culpo o fato de não ter estourado minha bolsa!!Daqui pra frente eu dou graças se a bolsa NÃO estoura antes do TP...por que acolchoa a cabeça do neném que empurra diretamente o cervix né?? E aí a dor não é tão ruim (como foi no da Bia)...Como já era o terceiro parto em nenhum momento eu pensei em anestesia. Eu só estava me focando no processo do parto...ela ia sair, não tinha outra opção! hahahaha
Próxima contração, saiu a cabecinha, tenho uma foto disso,mas meu marido baniu essa foto pro mundo blogueiro...terceira contração ( que diga-se de passagem demorou um belo 1 minuto ou mais pra chegar) saiu todo o resto...e veio uma lutadora de sumo, roxinhaaaa, pequenina e gordíssima para o meu colo. Primeiro comentário da AC: "que gorda!!!"...e foi a primeira coisa que me chocou mesmo! Alguns dias antes tinha feito um ultrasom (por ter passado de 40 semanas, ai ai) e a moça disse que a bebéia não teria 3 kg. A AC na última consulta que eu tive com ela antes do parto, estimou 3,500 kg. Eu sabia que a criança que eu tinha parido tinha mais de 3 kgs...tava numa curiosidade!!!
Ela veio diretamente para o meu colo e por lá ficou, namorei o beicinho dela...o cabelinho, as dobrinhas!! uma gostosinha!!! Mathew emocionadíssimo do meu lado, fotos e mais fotos, panos quentinhos na cabeça da neném...e ela era perfeita! Pediatra só de olho nela no meu colo, nem tocou. Notei que os membros eram mesmo encurtados,mas não tinha características de uma criança anã. Talvez ela fosse só pequena :)
Quando foram pesar 3,765 Kg e 47 cm! Um toco de gente, e bem gordinha mesmo! Minha maior neném!!
Me tiraram da banheira (Mathew pegou no colo e deu pra pediatra) e a AC nisso foi analisar o períneo: ÍNTEGRO minha gente!!! nem um pontinho ele recebeu!!! E VIVA!!!!!! Era mesmo o que eu queria!!! VIVA!!!E MAIS VIVA!!!!!!!!!!!!
Dr. VK me deu parabéns, disse que eu era parideira (ele deve falar isso para todo mundo!) foi super querido, falou que meu períneo tava lindo (ahhhhnn, obrigada!?) e foi-se embora!
AC e a pediatra ficaram comigo até eu ser transferida pro quarto (estava na suíte de parto normal) e a bebê ficou comigo até quase a hora de eu sair. Entreguei as roupinhas e fiquei em PULGAS achando que iam levar, sequestrar a menina. Tinha segurança indo com ela e tudo,mas o Mathew tinha saído e não voltava...e eu fiquei sozinha na sala....que RAIVA!!!imagina se tivessem levado?? próxima vez eu não deixo! Aliás, próxima vez não vai ter essa palhaçada, por que o Min vai nascer em casa!!!hahahaha
A Juju ficou no berçário 45 minutos e chegou no quarto ao mesmo tempo que eu! Pesou, mediu vitamina K oral, sem colírio de nitrato de prata, sem vacinas, sem banho...o mesmo bichinho que saiu de mim só que com roupinha diferente. As enfermeiras adoram brincar de boneca no berçário ;)
OHHHH vontade que a gente tem de só ficar chamegando a criança né?? e que seja! eu não largo a cria por nada depois do parto! é meu e ninguém tasca!!!! hahahaha
E quantas vezes você pode curtir a cria recém chegada ao mundo, com aquele cheirinho maravilhoso de recém nascido! Nossa...só de falar de dá vontade de chorar!!!
Agora para a parte transformadora: toda essa minha experiência de ter que lutar contra o mundo obstétrico, ir pra médico, chegar com lista de perguntas, perceber que eram um cretinos, e queriam me enfiar uma cesária por que basicamente não sabiam fazer parto normal (não tem a menor prática né?com taxa de 97% de cesárias nos grandes hospitais paulistas, o parto normal é mais anormal do que uma cesária aqui no Brasil).
Eu tive que LUTAR. Com unhas e dentes. Contra os médicos que já vinha munida de mil perguntas, com o meu convênio médico, com o meu marido, com a minha família que achava uma loucura parto em casa e acabou mesmo sendo em hospital (e agora eles podem achar o que quiser, pq eu não saio de casa pra parir essa criança!!)...enfim....a sensação que eu tinha era que precisava lutar contra o mundo para ter a assistência que eu buscava! OBRIGADA DEUS! Por me ajudar a encontrar as pessoas certas, na hora certa. Pois eu poderia ter tido um parto horrível, e traumatizante ficando na mão de médicos de convênio, com todas as intervenções: episio, fórceps, kristeller e o cassilda!
Saí dessa luta me sentindo poderosa. Sinceramente??a última coca-cola do deserto. Eu sentia como se pudesse fazer qualquer coisa na vida dali pra frente, além do bônus de me achar LINDA depois do parto. Eu não tive essa coisa de "ai minha barriga, ai meu isso, ai eu aquilo" Eu sabia que com o tempo tudo voltaria ao normal, eu entraria nas minhas roupas novamente, eu me sentiria menos cansada. Eu sabia que barriga pós parto não dura a vida toda...sabia que a amamentação ajudaria, sabia que tudo passa rápido demais!! As noites mal dormidas inclusive!
Esse parto acho que foi o maior marco em relação a como eu me sentia a respeito do meu corpo. Quem me conhece sabe que eu nunca fui magrinha. Mas sempre fui muito legal com as pessoas e simpática, e amiga. Nunca amargurada. Mas meu corpo sempre me incomodava, as comparações com as migas que eram não só metade do meu peso,mas metade da minha altura. Depois de casar piorou um bocado, e aí eu estava grande quando engravidei da Juju, e engordei 14 kilos durante a gestação. Foi a gestação mais pesada e mais difícil em relação a estar cansada (pelo peso). Depois que a Juju nasceu, eu tirei lá de dentro de mim uma força de mudança que foi divina. Foi mesmo, sem brincadeira. Eu me sentia tão maravilhosa, tão bonita, tão guerreira, que eu tinha mais ânimo para tudo! Inclusive para me exercitar todo dia. Queria melhorar minha qualidade de vida, e não só minha aparência....por que afinal de contas, um corpo que consegue fazer e parir 3 crianças lindas como as minhas, merece MUITO respeito e amor!!!E isso eu tinha desenvolvido nesse processo!
Excuse me as pessoas que são magrinhas e acham que o mundo também tem que ser, eu sou grande, eu sou mulherão, e eu me amo, muito obrigada!!! Eu sei que nunca vou ser do tamanho que a sociedade julga ser lindo! Gisele Bunchen tá aí pra quem quiser admirar essa beleza, a minha é diferente e tão bela quanto!
Quero ser saudável, e ter saúde para cuidar das minhas filhas e filho ( e futuros?? ;). Com isso dito, reconheço que ainda tenho um bom caminho para trilhar. Desde que a Julie nasceu, até quando eu descobri a gravidez do Benjamin, eu tinha perdido 18 kilos. Com muito esforço. E aí me sentia mais ainda ne?hahahaha
Nessa gravidez, foram 10 kilos até agora....e regulando para não engordam mais, pq a diferença que eu sinto nessa gravidez é imensa!! Nossa, muito mais bem disposta, e só falta um mês pro meu pequeno nascer!!vamo que vamo!
Uma das coisas que me propulsiona a ser ativista do parto natural é essa enchurrada de homônios absurdaaaa, que acontece depois do parto, que SÓ quem tem parto natural consegue sentir...uma euforia, uma coisa que perduuuuraaaa um tempão depois do parto, esse bem estar, esse amor próprio....NOSSA!!! Me fez um bem tão grande! E eu acredito que faça bem para todas as mulheres que passem por isso. Não seria maravilhoso se todas nós pudéssemos ter esse amor e respeito próprio, nos valorizar e portanto não se sentir menor, ou se comparar as outras??rola muito disso com mulher né? Pois é....rola beeeeem menos disso na minha vida depois dos meus partos. Altamente recomendável!
Sendo mais gentil comigo mesma, eu sou mais gentil com os outros! E isso faz toda a diferença!! Não vou dizer que não tenha meus momentos de baixo astral. Todos temos tristezas, rancores, desapontamentos, e até baixa auto estima. Mas posso dizer que com os meus 27 anos, eu sou uma pessoa que me ama e respeita muito mais do que quando eu começei a jornada "adolescência- em diante"...e pôe muito mais nisso!! :)
Espero nesse meu trabalho de formiguinha, tentando ajudar as pessoas que conheço, adquirindo conhecimento próprio, sendo ativista, doulando, conversando e as vezes trocando os pés pelas mãos possa transformar para melhor a vida de muitas mulheres. Como a minha foi transformada através de partos com bom amparo, um equipe querida, muito amor das pessoas a minha volta. Partos que se transformaram em divisores de águas na minha vida!
Amo ser mulher, amo ser mãe, amo gestar, parir, nutrir e maternar :)
Ufaaa! pari o relato ;)
Primeiramente, quero dizer que vou dedicar alguns posts a uma mudança radical e muito importante aqui em casa. Tiramos o glúten, leite e derivados de todos aqui de casa. Tem sido muito puxado, pois TUDO tem que ser feito aqui em casa. Pães, tortas,bolos...nada pode ser comprado...aliás até pode, para quem tem dinheiro ;) Mas tenho visto benefícios maravilhosos...e como tudo isso faz parte da minha vida maternando, quero compartilhar com vocês a luta e as vitórias em outros posts :)
O parto da Julie foi o mais transformador de todos. Não classificaria como o mais importante,mas foi o mais lutado e suado.
Logo que cheguei no Brasil não pensei muito na nossa realidade obstétrica,mas sabia que teria que achar um médico compatível com o que esperava. Quando finalmente engravidei saí a procura de médicos. Já tinha ouvido falar de médicos humanizados,mas não entendia a importância de ter um. Todas as pessoas que eu perguntava, não sabiam me dar informação nenhuma. Todos falavam como se não soubessem NADA de parto, e todos os médicos das conhecidas faziam cesárias. Hoje em dia olhando para trás, eu estava a merce da ignorância da maioria das brasileiras. Uma delas inclusive chegou ao absurdo de falar que se eu quisesse um parto normal era só ir pro HU (Hospital Universitário da USP) que é um lugar CHEIO de violências obstétricas e mulheres que são cortadas e expostas como estudo para os residentes. Eu não sabia disso na época, mas hoje em dia eu tenho vontade de falar umas poucas e boas para a fulana que me indicou o HU "só porque eu queria uma parto normal"....se ela soubesse que de normal os partos lá não tem nada...e sabe o que é pior? Essa pessoa é enfermeira. Acredita que a falta de informação chega até nas enfermeiras? que dirá os médicos que são os que usam fórceps, episiotomias, ocitocina, manobra de kristeller...tudo "para treinar"!!!!!
Bem, voltando ao parto ;) hehehehehe
Consegui um médico que era caro demais para mim na época, e que pedia um absurdo para fazer o parto. Ele me soava meio marketeiro também. Parecia que ele conduzia o parto sabe? Ele por exemplo gostava de usar música durante os partos, e ele ditava se ela seria rápida ou devagar...se eu não levasse, ele levaria...etc....pequenas coisas que foram me incomodando. Ele não dava muito espaço para debate...não fazia parto na água que era uma coisa que eu queria muito! Enfim....desisti desse médico pelo dinheiro e por não ter sentido um bom vibe nele!
Meu marido falava com o pessoal do trabalho sobre o meu desejo de ter um parto normal, e por coincidência tinha algum colega de trabalho do Mathew, tinha uma irmã que era colega da Luciana Benatti, autora do livro "Parto com Amor". Peguei o telefone dela, e liguei para saber quais eram as minhas opções. Ela me indicou o GAMA de lá para cá, foi um mergulho profundo no mundo do parto humanizado. Eu estava ansiosa para saber minhas opções e fui no primeiro encontro que pude. Estavam lá Ana Cris e Maíra Duarte. ADOREI e saí de lá sabendo que tinha me encontrado. Depois de muito ler, contactar a Ana Cris no dia da reunião do GAMA, marquei consulta e de lá pra cá, só me viciei mais ainda nesse mundo. Troquei de médico umas 4 vezes antes de achar o GAMA, e como esse encontro foi depois de 20 semanas, eu me senti perdida a maior parte da gravidez. Tentando achar alguém que não fosse me enganar. A sementinha do parto em casa tinha sido plantada também naquele primeiro encontro. Mas era algo ainda longe de acontecer, e meu marido morria de medo.
Foi na verdade durante a palestra que fala especificamente de parto domiciliar (PD), que ele mudou de idéia e viu que o PD não é um bicho de sete cabeças, como todos pensam. E pelo contrário do que falam, é tão seguro quando um parto hospitalar de baixo risco. Outra coisa que vale lembrar é que existe todo um preparo para o parto em casa. Ninguém aparece sem nada, dois paninhos um terço e ervas...isso não acontece gente!!! (a não ser em regiões remotas do Brasil onde nem hospital tem,mas até aí acho que a assistência consegue ser melhor e mais respeitoso do que o nosso "tecnocratismo" exagerado)
Tomada a decisão conjunta ( e diga-se de passagem depois de MUITA encheção de saco da minha parte na orelha do meu marido) Ele concordou com o PD. O maior problema dele era o financeiro. Ele não conseguia conceber como que a gente não poderia usar o seguro. O hospital é lindo, o plano cobre etc e tal....alias, posso afirmar que animado MESMO ele só está agora, no parto no Benjamin.
Acontece que no final da gestação, com 35 semanas, fui fazer um maldito ultrasom. Digo maldito, porque o que foi detectado me fez perder a cabeça...e no final não foi nada. Falso positivo, já viu essa história?? pois é....Os ossos longos dela eram curtos (fêmur e úmero)
Havia a possibilidade da Julie ser anã. Fui a um especialista que ficou DUAS HORAS fazendo ultrasom em mim...medindo até o fio de cabelo, me mostrando a gordura da bochecha da Juju....e disse q ela podia sim ser anã,mas isso não daria para ter certeza a não na hora que nascesse. Inclusive ele disse que ela não tinha mais nenhuma anomalia característica desse quadro (má formação do coração, testa protuberante e outras má formações que poderiam acontecer) e me liberou pro PD. Mas e minha cabeça? e a expectativa de saber se ela era ou não anã? imagina vc "quase" detectar esse problema, e aí pedir pra mãe segurar a respiração para ver se é isso mesmo. PUTZ!! eu pirei!!! chorava rios todos os dias!!! demorei umas boas duas semanas para parar de surtar na rua quando via crianças...e todo o lugar que eu olhava eu via anões. Cheguei a conclusão que se Deus mandou desse jeito é porque a gente conseguia cuidar. E iria ser amada de qualquer maneira, independente do que acontecesse. Então melhorei...mas sempre com a pulga atrás da orelha.
Aí veio a consulta com a AC. Ela disse que estava tranquila em relação a saúde da Julie,mas que o convênio podia encrencar com o PD e se recusar de fazer os exames que ela precisaria depois que nascesse. E eu teria q bancar tudo no particular até conseguir uma liminar na justiça. Como ela estava a par de tudo que estava acontecendo na minha vida na época (mudança perdida, falta de grana até os olhos, casa mal mobiliada etc...) ela sugeriu que fizéssemos o parto no São Luiz.
Chorei em casa de decepção pelo meu grande desejo de PD ter ido por água abaixo....mas....foi...
Minha data prevista era 21 de novembro, e eu torcendo pra nascer no dia 18, aniversário do meu pai. Mas NENHUMA criança minha nasceu antes de 40 semanas...então sabia que as chances eram poucas! :)
No dia 24 eu tive uma epifania, era Thanksgiving e eu adoro esse feriado nos EUA. Eu andava reclamenta, cansada e querendo que a neném nascesse logo. A noite eu fiz uma oração de gratidão. Tentei expressar tudo que eu era grata e choreiiiiii horrores!! Achei TANTA coisa para agradecer! Foi um momento sublime! Tive o claro sentimento de que a Julie viria na hora certa, e que eu tinha que ter paciência. Acho que era o que faltava, ser grata pelo que eu já tinha e por uma gravidez boa, e mais um neném gostoso na minha vida!
No dia 25 de novembro passei o dia seguinte todo tendo contrações não dolorosas...elas vinham durante o dia e sumiam a noite. Alias, acho que isso foi no dia 25 e 26 todinho. Tanto que no dia 26 a noite (um sábado pra domingo) minha parteira veio em casa e me checou. Disse que eu estava com 3 cm de dilatação, mas não estava em TP e que eu precisava esvaziar o intestino (detalhes e detalhessss hahahahaha).
Ela disse que podia engatar durante a noite, ou demorar mais uma semana....pediu para eu tomar um buscopan e dormir. Eu estava super cansada e queria que as contrações não me acordassem a noite. Pedi uma benção pro Mathew e fui dormir...fui para a cama meia noite e as 3:48 (se não me engano, porque eu estava com o iPod ouvindo hypnobabies e acordei com uma contração rasgante!! de tirar o fôlego) veio a primeira contração. E dois minutos depois outra, e 4 minutos depois mais uma...e dois minutos depois outra...e eu acordei o Mathew e falei "não to conseguindo lidar bem com isso, não tá dando pra respirar"...ele ligou pra AC, e ela disse que encontrava a gente no SL. Buscamos minha mãe (por sorte estávamos de carro aquele dia, nós não tínhamos carro, mas meus pais haviam emprestado, pois era domingo no dia seguinte e a gente usava o carro para ir para a igreja) e lá fomos nós para o SL. Chegamos lá quase 5 da manhã. A AC já esperando na porta do hospital. Entramos e ela o tempo todo comigo, parecia uma segurança. Já chegou dizendo pra enfermeira que eu estava com ela, e quando me checou 5 cm. O Mathew ficou na triagem preenchendo papelada (eeeee laiáááááá) E eu lá no cardiotoco, 20 minutos contados e AC já tira o negócio de mim...ng merece carditoco preso na barriga enquanto tá tendo contração...já saio da maca e quando liberam vou apoiando na AC e andando pro quarto...chegando no quarto eram quase 7 da matina 7 cm de dilatação...ahhhhh, posso entrar na banheira??? parteira liberou! e eu vou de tchibum! Por um momento exito "AC vai ver meu bumbum de fora! vergonhaaaaa" aí logo penso "ela vai ver coisa pior"...e lá fui eu com a cara lavada... :)
Antes disso, tentei a bola de de yoga...não gostei! tentei comer...não desceu mto, um pão de queijo, suco de laranja, e um mordida de sanduichinho com um pate de cenoura...estava ficando com ansia já...devia estar pra entrar na fase de transição....na banheira comecei a vocalizar as contrações....uma doula muito querida uma vez tinha mencionado que vocalizar sons graves ajuda a abrir o colo do útero. Quem é cantora pode atestar melhor do que eu, não entendo muito desse mundo,masssssss resolvi tentar. E não é que deu certo?? ;)
Enquanto eu vocalizava as contrações conseguia lidar com elas numa boa...era um canto, sem música, uma coisa esquisita. Mas me ajudava, então....estava ÓTIMO!
Lá pelas tantas, na minha cabeça eu tinha calculado que pelas 9 e pouco da manhã a dona Julie teria que ter nascido já. E já eram 11 e nada da bichinha aparecer. Fiquei incomodada, e perguntei pra AC como é que tava...não lembro de todos os detalhes,mas ela acabou dando uma forcinha...mudei de posição dentro da banheira e aí dps q o negócio não estava rendendo, me mandaram sair da banheira pra usar a gravidade....fui pra banqueta de parto do lado da banheira, e veja só! a neném começou a descer...aquela água quente e aconchegante não estava ajudando muito! hahahahahaha
A AC disse que depois de duas contrações fortes ela iria encaixar e começar a coroar, e eu poderia voltar para a banheira. Uma contração forte veio...umas duas ou 3 fracas...e na segunda forte ela falou "corre pra banheira"...entrei de tchibum de novo....e esperei a próxima...quando veio, veio que nem um trem....de repente o círculo de fogo. Eu achei que ia rasgar no meio. Falei "tá doendo muito, eu não quero mais" (pelo pouco que me lembro, por isso que dessa vez vou gravar) A AC olha no fundo dos meus olhos e diz "força querida, vc consegue!! enfrenta esse medo de frente e vence!"...bem...foi isso e logo em seguida o maior URRO! a testa da Juju tinha saído!!!!
Esqueci de falar que até então minha bolsa estava intacta, a AC fez um furinho na hora q eu tava empurrando,mas hoje em dia vejo que não havia necessidade...eu que insisti pois estava ansiosa, achando que a bolsa estaria atrapalhando nessa altura do campeonato. As dores eram completamente suportáveis, e eu tive um TP tranquilo...e eu culpo o fato de não ter estourado minha bolsa!!Daqui pra frente eu dou graças se a bolsa NÃO estoura antes do TP...por que acolchoa a cabeça do neném que empurra diretamente o cervix né?? E aí a dor não é tão ruim (como foi no da Bia)...Como já era o terceiro parto em nenhum momento eu pensei em anestesia. Eu só estava me focando no processo do parto...ela ia sair, não tinha outra opção! hahahaha
Próxima contração, saiu a cabecinha, tenho uma foto disso,mas meu marido baniu essa foto pro mundo blogueiro...terceira contração ( que diga-se de passagem demorou um belo 1 minuto ou mais pra chegar) saiu todo o resto...e veio uma lutadora de sumo, roxinhaaaa, pequenina e gordíssima para o meu colo. Primeiro comentário da AC: "que gorda!!!"...e foi a primeira coisa que me chocou mesmo! Alguns dias antes tinha feito um ultrasom (por ter passado de 40 semanas, ai ai) e a moça disse que a bebéia não teria 3 kg. A AC na última consulta que eu tive com ela antes do parto, estimou 3,500 kg. Eu sabia que a criança que eu tinha parido tinha mais de 3 kgs...tava numa curiosidade!!!
Ela veio diretamente para o meu colo e por lá ficou, namorei o beicinho dela...o cabelinho, as dobrinhas!! uma gostosinha!!! Mathew emocionadíssimo do meu lado, fotos e mais fotos, panos quentinhos na cabeça da neném...e ela era perfeita! Pediatra só de olho nela no meu colo, nem tocou. Notei que os membros eram mesmo encurtados,mas não tinha características de uma criança anã. Talvez ela fosse só pequena :)
Quando foram pesar 3,765 Kg e 47 cm! Um toco de gente, e bem gordinha mesmo! Minha maior neném!!
Me tiraram da banheira (Mathew pegou no colo e deu pra pediatra) e a AC nisso foi analisar o períneo: ÍNTEGRO minha gente!!! nem um pontinho ele recebeu!!! E VIVA!!!!!! Era mesmo o que eu queria!!! VIVA!!!E MAIS VIVA!!!!!!!!!!!!
Dr. VK me deu parabéns, disse que eu era parideira (ele deve falar isso para todo mundo!) foi super querido, falou que meu períneo tava lindo (ahhhhnn, obrigada!?) e foi-se embora!
AC e a pediatra ficaram comigo até eu ser transferida pro quarto (estava na suíte de parto normal) e a bebê ficou comigo até quase a hora de eu sair. Entreguei as roupinhas e fiquei em PULGAS achando que iam levar, sequestrar a menina. Tinha segurança indo com ela e tudo,mas o Mathew tinha saído e não voltava...e eu fiquei sozinha na sala....que RAIVA!!!imagina se tivessem levado?? próxima vez eu não deixo! Aliás, próxima vez não vai ter essa palhaçada, por que o Min vai nascer em casa!!!hahahaha
A Juju ficou no berçário 45 minutos e chegou no quarto ao mesmo tempo que eu! Pesou, mediu vitamina K oral, sem colírio de nitrato de prata, sem vacinas, sem banho...o mesmo bichinho que saiu de mim só que com roupinha diferente. As enfermeiras adoram brincar de boneca no berçário ;)
OHHHH vontade que a gente tem de só ficar chamegando a criança né?? e que seja! eu não largo a cria por nada depois do parto! é meu e ninguém tasca!!!! hahahaha
E quantas vezes você pode curtir a cria recém chegada ao mundo, com aquele cheirinho maravilhoso de recém nascido! Nossa...só de falar de dá vontade de chorar!!!
Agora para a parte transformadora: toda essa minha experiência de ter que lutar contra o mundo obstétrico, ir pra médico, chegar com lista de perguntas, perceber que eram um cretinos, e queriam me enfiar uma cesária por que basicamente não sabiam fazer parto normal (não tem a menor prática né?com taxa de 97% de cesárias nos grandes hospitais paulistas, o parto normal é mais anormal do que uma cesária aqui no Brasil).
Eu tive que LUTAR. Com unhas e dentes. Contra os médicos que já vinha munida de mil perguntas, com o meu convênio médico, com o meu marido, com a minha família que achava uma loucura parto em casa e acabou mesmo sendo em hospital (e agora eles podem achar o que quiser, pq eu não saio de casa pra parir essa criança!!)...enfim....a sensação que eu tinha era que precisava lutar contra o mundo para ter a assistência que eu buscava! OBRIGADA DEUS! Por me ajudar a encontrar as pessoas certas, na hora certa. Pois eu poderia ter tido um parto horrível, e traumatizante ficando na mão de médicos de convênio, com todas as intervenções: episio, fórceps, kristeller e o cassilda!
Saí dessa luta me sentindo poderosa. Sinceramente??a última coca-cola do deserto. Eu sentia como se pudesse fazer qualquer coisa na vida dali pra frente, além do bônus de me achar LINDA depois do parto. Eu não tive essa coisa de "ai minha barriga, ai meu isso, ai eu aquilo" Eu sabia que com o tempo tudo voltaria ao normal, eu entraria nas minhas roupas novamente, eu me sentiria menos cansada. Eu sabia que barriga pós parto não dura a vida toda...sabia que a amamentação ajudaria, sabia que tudo passa rápido demais!! As noites mal dormidas inclusive!
Esse parto acho que foi o maior marco em relação a como eu me sentia a respeito do meu corpo. Quem me conhece sabe que eu nunca fui magrinha. Mas sempre fui muito legal com as pessoas e simpática, e amiga. Nunca amargurada. Mas meu corpo sempre me incomodava, as comparações com as migas que eram não só metade do meu peso,mas metade da minha altura. Depois de casar piorou um bocado, e aí eu estava grande quando engravidei da Juju, e engordei 14 kilos durante a gestação. Foi a gestação mais pesada e mais difícil em relação a estar cansada (pelo peso). Depois que a Juju nasceu, eu tirei lá de dentro de mim uma força de mudança que foi divina. Foi mesmo, sem brincadeira. Eu me sentia tão maravilhosa, tão bonita, tão guerreira, que eu tinha mais ânimo para tudo! Inclusive para me exercitar todo dia. Queria melhorar minha qualidade de vida, e não só minha aparência....por que afinal de contas, um corpo que consegue fazer e parir 3 crianças lindas como as minhas, merece MUITO respeito e amor!!!E isso eu tinha desenvolvido nesse processo!
Excuse me as pessoas que são magrinhas e acham que o mundo também tem que ser, eu sou grande, eu sou mulherão, e eu me amo, muito obrigada!!! Eu sei que nunca vou ser do tamanho que a sociedade julga ser lindo! Gisele Bunchen tá aí pra quem quiser admirar essa beleza, a minha é diferente e tão bela quanto!
Quero ser saudável, e ter saúde para cuidar das minhas filhas e filho ( e futuros?? ;). Com isso dito, reconheço que ainda tenho um bom caminho para trilhar. Desde que a Julie nasceu, até quando eu descobri a gravidez do Benjamin, eu tinha perdido 18 kilos. Com muito esforço. E aí me sentia mais ainda ne?hahahaha
Nessa gravidez, foram 10 kilos até agora....e regulando para não engordam mais, pq a diferença que eu sinto nessa gravidez é imensa!! Nossa, muito mais bem disposta, e só falta um mês pro meu pequeno nascer!!vamo que vamo!
Uma das coisas que me propulsiona a ser ativista do parto natural é essa enchurrada de homônios absurdaaaa, que acontece depois do parto, que SÓ quem tem parto natural consegue sentir...uma euforia, uma coisa que perduuuuraaaa um tempão depois do parto, esse bem estar, esse amor próprio....NOSSA!!! Me fez um bem tão grande! E eu acredito que faça bem para todas as mulheres que passem por isso. Não seria maravilhoso se todas nós pudéssemos ter esse amor e respeito próprio, nos valorizar e portanto não se sentir menor, ou se comparar as outras??rola muito disso com mulher né? Pois é....rola beeeeem menos disso na minha vida depois dos meus partos. Altamente recomendável!
Sendo mais gentil comigo mesma, eu sou mais gentil com os outros! E isso faz toda a diferença!! Não vou dizer que não tenha meus momentos de baixo astral. Todos temos tristezas, rancores, desapontamentos, e até baixa auto estima. Mas posso dizer que com os meus 27 anos, eu sou uma pessoa que me ama e respeita muito mais do que quando eu começei a jornada "adolescência- em diante"...e pôe muito mais nisso!! :)
Espero nesse meu trabalho de formiguinha, tentando ajudar as pessoas que conheço, adquirindo conhecimento próprio, sendo ativista, doulando, conversando e as vezes trocando os pés pelas mãos possa transformar para melhor a vida de muitas mulheres. Como a minha foi transformada através de partos com bom amparo, um equipe querida, muito amor das pessoas a minha volta. Partos que se transformaram em divisores de águas na minha vida!
Amo ser mulher, amo ser mãe, amo gestar, parir, nutrir e maternar :)
Ufaaa! pari o relato ;)
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