Esse é um aspecto que eu também pude aprender no curso de doulas. Pois até então eu acreditava que podíamos ser mais "bocudas" e peitar mais os médicos com um baseamento atualizado de evidencias científicas.
Pois é, mas não podemos. Por duas simples razões:
1) não podemos prejudicar a relação médico- doula. Apesar de não dever nenhuma leadade a eles, temos que manter uma relacionamento legal para que futuras doulas não sofram problemas pela nossa falta de compostura
2) SE acontece alguma coisa, não adianta a doula ser empoderada, e falar para a doulanda que é assim ou assado. Se algum erro ocorre, ele nunca pode ser traçado de volta pra doula. Pelo simples fato de nós não termos a responsabilidade médica sobre as nossas pacientes. Estamos disponíveis para o emocional da doulandas. A parte médica fica para a parteira ou para o médico.
Tenho que admitir que o segundo aspecto é mais fácil do que o primeiro. No curso de doulas tivemos o seguinte cenário: Se o médico quisesse fazer uma episiotomia na sua doulanda, alegando que não nasceria se não o fizesse, qual seria a sua reação??
Bem! Vocês falaram com a pessoa errada ne? Eu sou a pessoa mais contra episiotomia que existe. Acho um absurdo médico impaciente fazer episio. Quantas evideências científicas desde 1985 nós temos que são contra essa prática. Nomes importantes na humanização do parto aqui no Brasil já não fazem episios a mais de 10 anos. Então por que essa insistência nessa prática?
Enfim...é o mesmo problema de médicos que acreditam que a ocitocina (o tal do soro que todo mundo recebe no hospital, que não é necessário diga-se de passagem, para estimular trabalho de parto) é necessária, que o forceps para primeira parto é necessário. Que mulher não tem que sentir dor, que parto é coisa sofrida e desnecessária....enfim...já se ouve tudo quanto é tipo de desculpa para se fazer uma cesária no Brasil hoje em dia.
Quanto a pergunta lá em cima?? Eu teoricamente teria que ficar calada. Mas sinceramente? não sei se conseguiria.
O que ficou comigo é a minha necessidade de empoderamento da parturiente ANTES do parto. Ela precisa ler, pesquisar, perguntar, frequentar uma reunião de apoio, conversar com pessoas que tenham o mesmo objetivo dela. Enfim...conhecimento nunca é bastante. Quando a mulher vira pra mim e fala "eu sabia que precisava de anestesia por que não teria força pra empurrar", ou "eu tinha que ter tido uma cesária pois o cordão estava em volta do pescoço" eu penso "quanto será que essa amiga pesquisou antes do parto??" Pois ela está vivendo num mundo de mitos e medos, que poderia ser resolvido com pesquisa científica. Gente tem TANTA coisa disponível para todos nós hoje em dia. Você não precisa ser uma médica ou obstetriz para ler essas coisas. É só pesquisar. Google academic tá aí para isso :)
Todos os dias eu tenho emails para responder de amigas, conhecidas e desconhecidas, falando sobre parto. Todos os dias eu recomendo livros, documentários, converso com pessoas e tento passa rum pouco das minhas leituras individuais para ajudar os outros. E todos os dias eu me sinto vencida pelo sistema, principalmente por que??
A) Falta de informação
B) Medo
E por que sua doula não te salva??
Simples. Ela não te salva, por que se você não correr atrás, não souber as informações por você mesmo, não destrinchar o mundo do parto. Você simplesmente vai se deixar levar pela insegurança na hora que for parir.
Vamos pensar comigo? Se eu não leio e não sei que circular de cordão não estrangula criança e que todos os nenéns nascem roxos (sim todos!mesmo que fiquem rosas imediatamente depois que nascem) a hora que meu médico chegar para mim e falar "querida, seu filho está sufocando e pode sofrer uma anoxia"eu correria para a cesária!!!
Se eu fiz meus estudos, eu vou perguntar para esse médico (e não minha doula- por que senão ela se queima e o médico vai ficar PAU da vida com ela). Mas peraí, vc já fez um cardiotoco? O neném tá em sofrimento? como que você sabe que ele tá em sofrimento? Ahhh, meu cardiotoco tá oscilando??aonde?? Você sabia que o coração do neném oscila durante a contração??
Querida amiga, se você não sabe dessas informações...infelizmente você vai ser enganada, pois no nosso sistema precário obstétrico o médico sempre acha que sabe tanto quanto Deus. Essa é a infeliz verdade. E eu posso concordar que médicos são treinados para as patologias, mas para comigo e pensa de novo: "95% das brasileiras tem patologias que as impossibilitam de parir??""
E vamos para o sistema público: "54% das mulheres tem patologias para parir?? e são defeituosos ou incapazes?" Por que é assim que os médicos nos fazem sentir quando não conseguimos um parto normal ne?? Pois é...eu digo que não...eu digo que nenhuma de nós é defeituoso, nem as que precisas de cesária. Eu digo que o problema está no treinamento, insegurança e falta de atualização dos nossos médicos hoje em dia. Nessa profissão ou você se atualizada SEMPRE ou então amigo...vc vai virar um carniceiro!
Então minha querida amiga que está lendo esse blog. SE EMPODERE. Cuide você mesmo da sua gestação e do seu parto, peça para a sua doula mil leituras, leve mil perguntas para as suas consultas pré natal. Não tenha medo de peitar seu médico e pedir explicações. Se ele for bom, irá te responder com alegria!!! Médicos bons adoram mulheres bem informadas.
A doula está do seu lado no pré-parto para te guiar e para te ajudar a conhecer mais sobre o parto. Converse com ela, leia livros....leia relatos de parto. Entre em grupos no facebook...enfim...pegue o seu parto e seja a protagonista dele. Por que você MULHER é capaz, é poderosa, é linda, é única e CONSEGUE!! Você consegue!!! Eu confio em você....a parte mais difícil é saber: você confia no seu próprio corpo? confia na sua capacidade???
Olha lá no fundo e pensa sobre isso...e depois livre-se do mito de que só a doula te salva. Ou só o médico te salva, ou que a parteira é perigosa. O maior perigo para o parto eu ouso dizer são os nossos medos e inseguranças. São os mitos e as informações distorcidas que recebemos de familiares, amigos e até médicos.
A doula pode te ajudar, pode segurar tua mão e caminhar com você o tempo todo. Mas no fim o parto é seu...e quem precisa ter força para parir é você. Portanto empodere-se (ou pergunte-me como você pode se empoderar) é um longo caminho,mas totalmente real e possível. Para todas nós! :)
quinta-feira, 27 de junho de 2013
segunda-feira, 3 de junho de 2013
O que é uma doula?
DOULA: da origem grega que quer dizer literalmente escrava. Como a conotação da palavra é negativa na Grécia, deu-se a tradução livre "a mulher que serve"
Sabe qual o país que tem mais doulas? Estados Unidos. E o mais engraçado é que a revolução do parto começou lá ne? Pois apesar de toda a tecnologia disponível por lá, a taxa de mortalidade do país está longe de ser uma das melhores do mundo. E o mesmo acontece aqui. Nossa taxa de mortalidade materna e infantil (e o número de internações na UTI aqui é ridículamente alto) é uma das piores do mundo, perdendo inclusive para países muito menos desenvolvidos, como por exemplo a Tailândia. (quem não está acompanhando o programa "Parto pelo mundo"acompanhe e vão ver a situação perinatal em vários lugares do mundo. Uma delícia esse programa!)
De todas as coisas que eu aprendi sobre doulagem, essa tradução diz tudo: estamos ali para servir a mulher.
Sejamos realistas, hoje em dia os médicos mal passam mais do que 15 minutos com as gestantes em seus consultórios uma vez por mês, como é que poderiam auxilia-las em alguma coisa?
A doula não tem nenhuma obrigação médica profissional, inclusive nem precisa ter uma formação na área da saúde (o que eu particularmente acho que ajudaria muito). Mas basta uma mulher familiarizada a fisiologia do parto, que esteja disposta a ajudar uma amiga parturiente em seu momento mais vulnerável, e acima de tudo, EU acredito que não pode se desesperar enquanto acompanha um parto. A doula acalma, acalenta, paparica a mulher. Ela é o racional da mulher que naquele momento não pode ser racional e precisa viver seu parto de maneira primata.
Primata? mas por que? Parece super radical ne?
Para aqueles que não sabem, eu sou SUPER fã da Ina May Gaskin. Posso contar sobre o que já sei da vida dela em um outro post (Quem quiser saber sobre ela, escreve ali nos comentários por favor!)
Tem muito para falar dessa mulher maravilhosa. Estou lendo o terceiro livro dela, e não consigo parar, ela tem tanto conhecimento para compartilhar e tanta experiência :) ADORO!!!
Ina May fala um pouco no livro "Spiritual Midwifery" sobre deixar nosso "primata"parir. Quando estamos em trabalho de parto (TP) entramos num estado alterado de consciência caracterizado como "Partolância"que nada mais é do que o nosso neocortex apagado. Ou seja, a parte do nosso cérebro que cuida da consciência, está literalmente apagado para que possamos NÃO PENSAR!! incrível ne? Nossa fisiologia surpreende, principalmente quando a deixamos agir naturalmente...
O difícil no TP é que a maioria das mulheres não se entrega ao ponto de conseguir se desligar de tudo e não pensar. Essa nossa necessidade de controlar tudo, de sentir tudo....é difícil de combater. Algumas descrições muito encontradas em relatos de parto de mulheres que entraram na partolândia são: "perdi a noção do tempo", "não lembro do trabalho de parto", "Não lembro quem estava lá", "não senti o tempo passar"...tudo isso é um estado alterado de consciência.
Quando nos deixamos levar, acabamos instintivamente sabendo o que fazer durante o parto, as posições, os barulhos que nos fazem sentir bem (tons graves ajudam a abrir o cervix, boca-anus/cervix estão conectados e relaxando o maxilar, conseguimos relaxar o cervix e consequentemente deixar que as contrações façam seu trabalho de dilatação), se andamos ou deitamos, se ajoelhamos no chão e ficamos de quatro, ou se entramos na banheira...o negócio é se deixar levar pelo que o corpo pede. Esse é o momento onde o corpo vai nos guiar para o que será melhor....
A doula permite que a mulher se desligue do mundo, justamente porque ela está cuidando de todo o resto que poderia interferir naquele momento da mulher. Se ela se ajoelha no chão por que ajuda a aliviar as contrações, ela já arranja uma almofada pro joelho. Ela cuida do bem estar da parturiente, se está bem alimentada, se está o mais comfortável possível. Se pode ajudar no alívio da dor com massagens, sugestão de posições diferentes, banhos quentes etc. Ela está sempre dois passos a frente da gestante. Enquanto isso a parteira está preocupada em cuidar da saúde do bebê e da gestante. A parte médica e técnica do parto. A doula não entra nesse spectrum.
Vale ressaltar que a doula não substitui o marido/acompanhante. Ela é uma complemento. Pessoalmente, uma doula me ajudaria muito por ter a experiência de acompanhar partos que o meu marido não tem. Ela pode ajudar o marido a massagear a esposa, e a estar calmo e auxiliar no que ela precisar.
Adorei o curso de doulas. Foi realmente enriquecedor entender um pouco mais de onde vem essa profissão, e o quão importante que ela é. TODA MULHER MERECE UMA DOULA! ( E agora uma foto pra derreter o coração!)
Uma outra coisa muito legal que eu gostaria de compartilhar também é que o nosso crescimento pessoal, sempre envolve dor. Se formos pensar, as situações mais difíceis da vida, são aquelas que trazem os maiores aprendizados. Por que tentamos evitar esse aprendizado durante o parto?? pode ser o acontecimento mais transformador da nossas vidas. O que tiramos força para todo o resto, o que nos faz não APENAS respeitar nosso corpo por ser tão perfeito e poderoso, como também nos amar por termos capacidade de parir. Conheço tantas histórias de mulheres do mundo humanizado, relatos delas mesmas, que sempre incluem um respeito e um certo espanto pelo fato de se sentirem tão bem consigo mesmas. Através da auto confiança que desenvolvemos, podermos nos tornar ainda melhores mães. Pois a maternidade não vem livre de dificuldades não e? Por que não começar aliados a essa força transformadora?
Fica aqui minhas primeiras impressões sobre a doulagem. Ainda tem mais pela frente...alguém tem alguma pergunta?
Sabe qual o país que tem mais doulas? Estados Unidos. E o mais engraçado é que a revolução do parto começou lá ne? Pois apesar de toda a tecnologia disponível por lá, a taxa de mortalidade do país está longe de ser uma das melhores do mundo. E o mesmo acontece aqui. Nossa taxa de mortalidade materna e infantil (e o número de internações na UTI aqui é ridículamente alto) é uma das piores do mundo, perdendo inclusive para países muito menos desenvolvidos, como por exemplo a Tailândia. (quem não está acompanhando o programa "Parto pelo mundo"acompanhe e vão ver a situação perinatal em vários lugares do mundo. Uma delícia esse programa!)
De todas as coisas que eu aprendi sobre doulagem, essa tradução diz tudo: estamos ali para servir a mulher.
Sejamos realistas, hoje em dia os médicos mal passam mais do que 15 minutos com as gestantes em seus consultórios uma vez por mês, como é que poderiam auxilia-las em alguma coisa?
A doula não tem nenhuma obrigação médica profissional, inclusive nem precisa ter uma formação na área da saúde (o que eu particularmente acho que ajudaria muito). Mas basta uma mulher familiarizada a fisiologia do parto, que esteja disposta a ajudar uma amiga parturiente em seu momento mais vulnerável, e acima de tudo, EU acredito que não pode se desesperar enquanto acompanha um parto. A doula acalma, acalenta, paparica a mulher. Ela é o racional da mulher que naquele momento não pode ser racional e precisa viver seu parto de maneira primata.
Primata? mas por que? Parece super radical ne?
Para aqueles que não sabem, eu sou SUPER fã da Ina May Gaskin. Posso contar sobre o que já sei da vida dela em um outro post (Quem quiser saber sobre ela, escreve ali nos comentários por favor!)
Tem muito para falar dessa mulher maravilhosa. Estou lendo o terceiro livro dela, e não consigo parar, ela tem tanto conhecimento para compartilhar e tanta experiência :) ADORO!!!
Ina May fala um pouco no livro "Spiritual Midwifery" sobre deixar nosso "primata"parir. Quando estamos em trabalho de parto (TP) entramos num estado alterado de consciência caracterizado como "Partolância"que nada mais é do que o nosso neocortex apagado. Ou seja, a parte do nosso cérebro que cuida da consciência, está literalmente apagado para que possamos NÃO PENSAR!! incrível ne? Nossa fisiologia surpreende, principalmente quando a deixamos agir naturalmente...
O difícil no TP é que a maioria das mulheres não se entrega ao ponto de conseguir se desligar de tudo e não pensar. Essa nossa necessidade de controlar tudo, de sentir tudo....é difícil de combater. Algumas descrições muito encontradas em relatos de parto de mulheres que entraram na partolândia são: "perdi a noção do tempo", "não lembro do trabalho de parto", "Não lembro quem estava lá", "não senti o tempo passar"...tudo isso é um estado alterado de consciência.
Quando nos deixamos levar, acabamos instintivamente sabendo o que fazer durante o parto, as posições, os barulhos que nos fazem sentir bem (tons graves ajudam a abrir o cervix, boca-anus/cervix estão conectados e relaxando o maxilar, conseguimos relaxar o cervix e consequentemente deixar que as contrações façam seu trabalho de dilatação), se andamos ou deitamos, se ajoelhamos no chão e ficamos de quatro, ou se entramos na banheira...o negócio é se deixar levar pelo que o corpo pede. Esse é o momento onde o corpo vai nos guiar para o que será melhor....
Vale ressaltar que a doula não substitui o marido/acompanhante. Ela é uma complemento. Pessoalmente, uma doula me ajudaria muito por ter a experiência de acompanhar partos que o meu marido não tem. Ela pode ajudar o marido a massagear a esposa, e a estar calmo e auxiliar no que ela precisar.
Adorei o curso de doulas. Foi realmente enriquecedor entender um pouco mais de onde vem essa profissão, e o quão importante que ela é. TODA MULHER MERECE UMA DOULA! ( E agora uma foto pra derreter o coração!)
Uma outra coisa muito legal que eu gostaria de compartilhar também é que o nosso crescimento pessoal, sempre envolve dor. Se formos pensar, as situações mais difíceis da vida, são aquelas que trazem os maiores aprendizados. Por que tentamos evitar esse aprendizado durante o parto?? pode ser o acontecimento mais transformador da nossas vidas. O que tiramos força para todo o resto, o que nos faz não APENAS respeitar nosso corpo por ser tão perfeito e poderoso, como também nos amar por termos capacidade de parir. Conheço tantas histórias de mulheres do mundo humanizado, relatos delas mesmas, que sempre incluem um respeito e um certo espanto pelo fato de se sentirem tão bem consigo mesmas. Através da auto confiança que desenvolvemos, podermos nos tornar ainda melhores mães. Pois a maternidade não vem livre de dificuldades não e? Por que não começar aliados a essa força transformadora?
Fica aqui minhas primeiras impressões sobre a doulagem. Ainda tem mais pela frente...alguém tem alguma pergunta?
sábado, 1 de junho de 2013
Aprendizados vindos da minha cirurgia....
Alguns de vocês sabem que eu tive uma cirurgia para corrigir uma laceração no tendão do dedão esquerdo. Eu estava lavando louça na cozinha quando um copo de vidro caiu e eu levei 5 pontos. Nunca pensei que precisaria fazer uma cirurgia e ficar com uma bota e um pino por 6 semanas. Que dirá não poder andar direito por 2 semanas. Mas cá estou eu me recuperando da cirurgia que foi no sábado dia 25. Passei por tanta dor no pé...que cheguei a pensar várias vezes que preferia estar parindo àquela dor latejante e contínua. Horrível. Tive também que tomar a anestesia raqui. A mesma que tomam as mulheres que fazer a cesária. E pensei comigo, como eu não gostaria de passar por aquilo de maneira eletiva.
Mas enfim, o bom é que foi uma experiência de aprendizado, e sou feliz por ter tido médicos que se preocuparam comigo, e foram muito carinhosos. Fui muito bem cuidada e amparada, pelo meu ortopedista e pelo meu anestesista, que sabia o quão nervosa eu estava pelo bem estar do Benjamin, e passava o tempo todo olhando pra mim, e perguntando como eu estava. Ele me deixou optar por não ter a mão amarrada, e também me deixou escolher se eu queria ser sedada ou não. Foi uma cirurgia só com o bloqueio, e sem sedação. Pois eu queria estar acordada para tudo. No dia anterior, um outro anestesista, que eu sabia que não era o que estaria na cirurgia mesmo, perguntou se podia me dar um pré anestésico (um remédio para me fazer ter sono) e eu neguei. Para que mais drogas se eu já vou ter que tomar a bendita raqui?? No final foi bem tranquilo. Não fui sedada, nem me deram remédio pra me "acalmar"...foi só o bloqueio da raqui mesmo. Ainda bem. Eu só ficava imaginando o Benjamin doidão na minha barriga com um bando de remédio nele.
O Dr. Luis, anestesista falou que quando eu cheguei no centro cirúrgico ele viu que minha pressão estava alta, meu coração batia forte,mas ele não me falou nada, pra não me deixar mais nervosa. Conforme as coisas foram acontecendo, eu fiquei mais calma. Conversei com a obstetriz que acompanhou a cirurgia, e monitorou o Benja no cardiotoco o tempo todo. Ela realmente foi uma querida. Perguntou sobre minhas filhas, ela ouvia o que eu falava, respondia com doçura. Foi ótimo. Notei que a equipe queria me convencer a desistir do meu parto domiciliar, que virou pauta de conversa durante a cirurgia. Mas eu sorri amarelo, e continuei conversando. Mais do que nunca estava decidida a ter meu parto em casa. Sem nenhuma daquelas intervenções, que são ótimas quando se está salvando a vida de uma mãe ou de um bebê,mas que por escolha própria, eu não passaria por aquilo de jeito nenhum! :) Saí do hospital com uma fé renovada nos bons médicos que temos no Brasil. Não necessariamente os obstetras, mas os bons profissionais que escolhem a medicina e entendem o seu grande papel no bem estar da vida das pessoas. Não são muitos, mas eles existem :) Inclusive as enfermeiras queridas, prestativas e realmente preocupadas com os pacientes, também existem, mas também não são muitas!! Digo isso por que tive que ter ajuda pra ir ao banheiro e tomar banho, e isso foi bem humilhante. E foram poucas as que me fizeram sentir que eu não estava sendo um fardo pra elas. Em um momento tão vulnerável é preciso uma empatia tremenda por parte desses profissionais, para que nós, pacientes, nos sintamos bem, e confortáveis! Uma auxiliar de enfermagem, e uma enfermeira, se destacaram pra mim e foram essencias.
Os primeiros 3 dias foi de dor terrível, eu só conseguia dormir com o analgésico mais forte que podia tomar por causa da gravidez. Me sentia muito culpada por precisar de um analgésico,mas não aguentava aquela dor constante, como eu disse antes, preferia parir do que sentir aquilo! Além de ter um pino no dedo, dentro do osso (acho que isso foi o que me pegou mais) ainda tinha os pontos que estavam latejando. Toda vez que eu colocava o pé no chão e o sangue descia pro pé, nossa DOIA!!!! O que eu tirei dessa experiencia??
1- Fico imaginando minhas amigas que tiveram cesárias e que tiveram que se recuperar e cuidar dos seus bebês. NOSSA!!! Eu não conseguia nem ficar acordada direito, muito cansada e com muita dor. Essa é a recuperação de qualquer cirurgia né? Sem necessidade, não entendo como as mulheres acham que podem passar por uma cirurgia sem dor. Quem diz que a recuperação foi indolor, está se enganando.
2- Percebi quantas pessoas precisam me ajudar nessa hora, e o quanto eu dependo do amor e boa vontade de tantas pessoas. Tenho a minha sogra levando as crianças na escola e fica com elas o dia toda, brincando e cuidando e ajudando a minha avó, minha avó que veio ficar comigo também fazendo comida e lavando a roupa aqui em casa. Meu marido que faz tudo quando chega em casa, inclusive colocar as crianças na cama, sendo que só manco para a cama e fico lá lendo livros com as meninas e brincando com elas sentada. Todos me ajudam e pegam comida para mim e cuidam de mim a maior parte do tempo. Está realmente sendo uma experiência que tem me trazido uma posição de humildade e gratidão pela minha família e amigos. Tenho uma amiga do prédio que traz as crianças da escola para mim, e outra que sempre está pronta se eu precisar que ela leve as crianças para a escola :) É emocionante ter tanta ajuda! :)
Muitas coisas boas vieram dessa experiência. E eu agradeço muito a ajuda e carinho das pessoas que estiveram envolvidas nessa confusão que tem sido minha vida nessas últimas duas semanas. Desde a notícia da cirurgia, a preparação da família para a cirurgia, até a volta pra casa. Obrigada, obrigada, obrigada!
Na segunda feira em casa, recebi uma ligação do GAMA, dizendo que eu teria vaga para o curso de doulas. Meu nome estava na lista de espera, e deu certo de eu fazer o curso. Eu fiquei tão feliz!!!!!! Sabia que seria um desafio fazer o curso com o pé pra cima o tempo todo (O primeiro dia foi o mais desconfortável). Mas foi uma oportunidade única e maravilhosa, pois eu já tinha quem ficasse com as meninas. E o curso durou o dia todo. Pude fazer os 4 dias de curso tranquila que as meninas estavam bem, e me focar nesse sonho que tinha! Que foi muito muito legal!! Descobri muita coisa sobre mim e sobre a profissão de doula :) E tracei novas metas pro futuro, agora com uma idéia melhor do que tenho que fazer daqui pra frente....
E o próximo post será sobre as coisas que aprendi no curso :) muito pela frente ainda....
Mas enfim, o bom é que foi uma experiência de aprendizado, e sou feliz por ter tido médicos que se preocuparam comigo, e foram muito carinhosos. Fui muito bem cuidada e amparada, pelo meu ortopedista e pelo meu anestesista, que sabia o quão nervosa eu estava pelo bem estar do Benjamin, e passava o tempo todo olhando pra mim, e perguntando como eu estava. Ele me deixou optar por não ter a mão amarrada, e também me deixou escolher se eu queria ser sedada ou não. Foi uma cirurgia só com o bloqueio, e sem sedação. Pois eu queria estar acordada para tudo. No dia anterior, um outro anestesista, que eu sabia que não era o que estaria na cirurgia mesmo, perguntou se podia me dar um pré anestésico (um remédio para me fazer ter sono) e eu neguei. Para que mais drogas se eu já vou ter que tomar a bendita raqui?? No final foi bem tranquilo. Não fui sedada, nem me deram remédio pra me "acalmar"...foi só o bloqueio da raqui mesmo. Ainda bem. Eu só ficava imaginando o Benjamin doidão na minha barriga com um bando de remédio nele.
O Dr. Luis, anestesista falou que quando eu cheguei no centro cirúrgico ele viu que minha pressão estava alta, meu coração batia forte,mas ele não me falou nada, pra não me deixar mais nervosa. Conforme as coisas foram acontecendo, eu fiquei mais calma. Conversei com a obstetriz que acompanhou a cirurgia, e monitorou o Benja no cardiotoco o tempo todo. Ela realmente foi uma querida. Perguntou sobre minhas filhas, ela ouvia o que eu falava, respondia com doçura. Foi ótimo. Notei que a equipe queria me convencer a desistir do meu parto domiciliar, que virou pauta de conversa durante a cirurgia. Mas eu sorri amarelo, e continuei conversando. Mais do que nunca estava decidida a ter meu parto em casa. Sem nenhuma daquelas intervenções, que são ótimas quando se está salvando a vida de uma mãe ou de um bebê,mas que por escolha própria, eu não passaria por aquilo de jeito nenhum! :) Saí do hospital com uma fé renovada nos bons médicos que temos no Brasil. Não necessariamente os obstetras, mas os bons profissionais que escolhem a medicina e entendem o seu grande papel no bem estar da vida das pessoas. Não são muitos, mas eles existem :) Inclusive as enfermeiras queridas, prestativas e realmente preocupadas com os pacientes, também existem, mas também não são muitas!! Digo isso por que tive que ter ajuda pra ir ao banheiro e tomar banho, e isso foi bem humilhante. E foram poucas as que me fizeram sentir que eu não estava sendo um fardo pra elas. Em um momento tão vulnerável é preciso uma empatia tremenda por parte desses profissionais, para que nós, pacientes, nos sintamos bem, e confortáveis! Uma auxiliar de enfermagem, e uma enfermeira, se destacaram pra mim e foram essencias.
Os primeiros 3 dias foi de dor terrível, eu só conseguia dormir com o analgésico mais forte que podia tomar por causa da gravidez. Me sentia muito culpada por precisar de um analgésico,mas não aguentava aquela dor constante, como eu disse antes, preferia parir do que sentir aquilo! Além de ter um pino no dedo, dentro do osso (acho que isso foi o que me pegou mais) ainda tinha os pontos que estavam latejando. Toda vez que eu colocava o pé no chão e o sangue descia pro pé, nossa DOIA!!!! O que eu tirei dessa experiencia??
1- Fico imaginando minhas amigas que tiveram cesárias e que tiveram que se recuperar e cuidar dos seus bebês. NOSSA!!! Eu não conseguia nem ficar acordada direito, muito cansada e com muita dor. Essa é a recuperação de qualquer cirurgia né? Sem necessidade, não entendo como as mulheres acham que podem passar por uma cirurgia sem dor. Quem diz que a recuperação foi indolor, está se enganando.
2- Percebi quantas pessoas precisam me ajudar nessa hora, e o quanto eu dependo do amor e boa vontade de tantas pessoas. Tenho a minha sogra levando as crianças na escola e fica com elas o dia toda, brincando e cuidando e ajudando a minha avó, minha avó que veio ficar comigo também fazendo comida e lavando a roupa aqui em casa. Meu marido que faz tudo quando chega em casa, inclusive colocar as crianças na cama, sendo que só manco para a cama e fico lá lendo livros com as meninas e brincando com elas sentada. Todos me ajudam e pegam comida para mim e cuidam de mim a maior parte do tempo. Está realmente sendo uma experiência que tem me trazido uma posição de humildade e gratidão pela minha família e amigos. Tenho uma amiga do prédio que traz as crianças da escola para mim, e outra que sempre está pronta se eu precisar que ela leve as crianças para a escola :) É emocionante ter tanta ajuda! :)
Muitas coisas boas vieram dessa experiência. E eu agradeço muito a ajuda e carinho das pessoas que estiveram envolvidas nessa confusão que tem sido minha vida nessas últimas duas semanas. Desde a notícia da cirurgia, a preparação da família para a cirurgia, até a volta pra casa. Obrigada, obrigada, obrigada!
Na segunda feira em casa, recebi uma ligação do GAMA, dizendo que eu teria vaga para o curso de doulas. Meu nome estava na lista de espera, e deu certo de eu fazer o curso. Eu fiquei tão feliz!!!!!! Sabia que seria um desafio fazer o curso com o pé pra cima o tempo todo (O primeiro dia foi o mais desconfortável). Mas foi uma oportunidade única e maravilhosa, pois eu já tinha quem ficasse com as meninas. E o curso durou o dia todo. Pude fazer os 4 dias de curso tranquila que as meninas estavam bem, e me focar nesse sonho que tinha! Que foi muito muito legal!! Descobri muita coisa sobre mim e sobre a profissão de doula :) E tracei novas metas pro futuro, agora com uma idéia melhor do que tenho que fazer daqui pra frente....
E o próximo post será sobre as coisas que aprendi no curso :) muito pela frente ainda....
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