Me inspirei a fazer esse post, pois no final da gravidez todas nós gestantes sofremos um certo tipo de bullying de pessoas completamente estranhas e de muitas pessoas conhecidas também!
Fiz o post pensando nas minhas amigas acima de 41 semanas. Estamos juntas queridas!! Pensando muito e torcendo muito por vocês!!! O mais difícil é segurar o emocional, apesar de o físico na maioria das vezes estar excelente!
Eu aprendi com meus erros do passado e não revelo minha data prevista nem sob tortura para estranhos. Para todos continuarei com 38 semanas até o Benny nascer.
Mas tenho amigas que estão passando pelo mesmo que eu passei na útima gravidez quando eu dava exatamente a data que meu parto estava previsto e sofri muito. Acho interessante compartilhar alguns pontos de etiqueta que aprendi conforme os filhos foram vindo. :)
Leiam com um sorriso no rosto!
1) "Sua barriga está enormeeeeee, mas enorme mesmo!!!!!!" ou então "É um ou dois??"
Esses dias no elevador do meu prédio encontrei uma jovenzinha que me perguntou se estava grávida de gêmeos, pois a minha barriga estava maior do que a da irmã dela que teve gêmeos. Se vc me conhece, sabe que eu me sinto a última bolacha do pacote com a minha barriga no final da gestação. Acho lindo mesmo, e não tenho nenhum problema de auto confiança com isso. Achei o comentário engraçado, e continuei me achando linda! MAS se você não conhece a pessoa, qual a necessidade de falar que ela está enormeeeee??
2)Você ainda está grávida?? (ver item número 7 também)
Alguém aqui já ouviu de alguém que permaneceu grávida pra sempre?
Crianças nascem, e mulheres tem seus filhos. Não interessa se de 38, 40, 43, 44 semanas. Já ouvi de uma que pariu com 44 semanas. A data de concepção dessa moça provavelmente estava errada, mas de qualquer maneira, quem somos nós pra ficarmos pressionando as gestantes?
Ontem nasceu o filho de uma conhecida minha, com 42 semanas pelos cálculos de última menstruação. Criança nasceu linda e com capurro de 40 semanas e 5 dias. Imagina esse neném tirado pela médica com as calculadas 40 semanas por que estava "maduro demais"?
É tão chato começar a receber telefonemas de pessoas ansiosas, pergunta de estranho, e de conhecidos espantados por ainda estarmos grávidas!!! Fora que o nosso sistema obstétrico, acostumado a tirar as crianças do útero da mãe antes das 40 semanas, por alegações esdrúxulas, acaba se espantando mais ainda quando uma grávida anuncia estar acima de 40 semanas de gestação.
Vocês já fizeram um ultrasom depois de 40 semanas num hospital aqui no Brasil??? NOSSA!!! INFERNO!!!! Vontade de sumir quando isso aconteceu comigo. Ouvi tanta besteira! E os olhos arregalados?? Rola sempre um monte...
Digo categoricamente que quem acha que a placenta expira depois de 40 semanas, obviamente não leu evidências científicas atualizadas. Uma gestação normal pode sim transcorrer até as 42 semanas. O pós datismo é algo que precisa ser melhor entendido na nossa sociedade. Se você tem interesse, vale esse artigo pela Dra. Melania Amorim, de Campina Grande. Mulher maravilhosa e pioneira na humanização do parto. Competentíssima, médica, obstetra, mãe e ativista.
3) Que dia é seu parto?
Essa me irrita. Gente, como eu vou saber?? tenho bola de cristal?? Mas grosserias a parte (hehehe) eu sei que é por que a maioria dos partos são marcados aqui no Brasil.
Mas eu sempre respondo "Para quando ele quiser nascer" e isso já deixa as pessoas de cabelo em pé. Aí elas entendem se tratar de parto normal e mudam o rumo da conversa :)
4) Vou ter parto em casa "Posso assistir???"
NÃO!!!!!!Eu não tenho muita vergonha de ser grossa nessa hora. Você pediria para assistir um parto hospitalar, mesmo que normal sem ter nenhuma intimidade com a pessoa?? Se eu fosse deixar todas as pessoas que conheço e já pediram para aparecer no meu parto, eu deveria alugar um espaço exclusivo para o show.
NÃO gente, só por que meu filho vai nascer em casa, não te dá o direito de assistir, e muito menos de aparecer logo depois que ele nascer sem falar comigo ou meu marido. O casal sempre presa pela privacidade nessa horas. A não ser que eles te peçam visita. Aí liberou geral...mas vale ser uma visita legal e não se estender muito, e levar um petisco, para a mamãe não ficar preocupada em te servir alguma coisa enquanto você estiver lá. Dicas sempre boas para as boas visitas :)
5) LOUCAAAAA ou CORAJOSAAAAAAA
Sempre é um ou outro. De qualquer maneira, quem acha que é coragem ter filho de parto normal, com certeza não sabe muito sobre isso. Então eu relevo. Não fico chateada mesmo.
Mas temos que concordar que chamar a mulher de louca, não é NEM engraçadinho, NEM simpático.
Se você está tentando ser algum dos dois, não funcionou...ainda mais se é a vizinha, ou a fulana do condomínio que nunca te ve, e de repente solta uma dessas...sem nem saber seu nome antes. (Sim, já aconteceu inúmeras vezes comigo e com conhecidas)
6) Avise assim que nascer para eu te visitar!
Essa me irrita levemente, por que eu não vou avisar assim que nascer pra ninguém, só para a minha mãe que está longe e vai ver pelo skype, e mesmo assim vai esperar eu estar apta a ligar para ela. Depois de um parto, você quer curtir a cria, tirar foto com a equipe, pesar o neném, rir, chorar, comer, tomar banho, namorar o recém nascido. Não quer gente pegando o neném de você, chegando na hora do seu banho, tirando mil fotos com flash do seu filho para colocar no facebook. Desculpe aí a família,mas vocês vão esperar. As primeiras horas são únicas, e o único motivo pelo qual eu vou segurar o aviso no facebook, é por que o meu marido espalhou para meio mundo que vai ser em casa, e se aparecer visita logo depois do parto, além das pessoas que já estão aqui, eu não deixo entrar. ( Sentiu o latido?? hahahaha)
Perdoem-me os que gostam dessa festa toda depois que a criança nasce. Eu não curto, e conheço váaaaarias pessoas que também não.
7) "Nossa, mas a vizinha da mãe da minha amiga, tinha um sobrinho que morreu no útero por que o médico esperou demais."ou "Eu nunca entrei em trabalho de parto"ou "Ahh, mas não é perigoso esperar tanto?" ou "O filho de uma conhecida de uma amiga minha teve paralisia cerebral por que fez parto normal" (ver número 2, tudo a ver com esse item 7)
Sentiram que eu tenho um problema com comentários que sejam feito pela criança ter passado da data né? Mais problema ainda as que afirmam que não entram em trabalho de parto (pelo simples fato de sempre terem tirado as crianças do útero com 38 semanas e não ter dado tempo de entrar em trabalho de parto)
Nossa, vamos combinar uma coisa? Se você não tem nada de bom para falar, não fale nada!! Eu to cheia de amigas que ficam horrorizadas com as histórias estapafúrdias depois que passam das suas 40 semanas, que fulano ouviu de cicrano e a gente está passando para frente sem ter base nenhuma do que está falando. Ou simplesmente coisas horríveis por causa da via de parto. Sabe que coisas horríveis acontecem em cesárias também né? Só que são pouco comentadas, afinal de contas vivemos em uma sociedade que julga a cesária mau feita, como salvadora. Mesmo que tenha uma justificativa fictícia achamos que ela sempre salva. A verdade é, que não se pode estar salvando 90% do bebês através de cesárias no nosso sistema privado. Nós mulheres não temos essa falta de capacidade de parir.
Sim, coisas horríveis podem acontecer, mas são muito mais raras do que as histórias lindas que podemos contar sobre os partos e a vinda dos bebês para essa terra.
Outra coisa é, quem disse pra você que o neném morreu por esperar demais? Essa provavelmente é a conclusão que a fulana tirou da história, e passou para frente como fato. E assim continuamos perpetuando os mitos incabíveis que temos nosso sistema obstétrico. Vamos usar base científica gente!! Medicina Baseada em Evidências ((MBE) esta aí para isso. Hoje em dia podemos usar de tantos meios para monitorar uma crianças pós data que é irônico acharmos que a placenta simplesmente expira, e para de funcionar de uma hora para outra. A natureza é muito mais sábia do que isso.
Eu sou adepta a não dar brecha para as pessoas compartilharem essas histórias, mas se você é uma grávida que sofre com esse tipo de situação...delicadamente fale que se não for uma boa experiência que você não quer ouvir. Vai rolar um constrangimento da parte da pessoa, mas pense que nunca mais ela vai querer contar histórias assim para você. A humanidade agradece.
É isso aí minha gente....quando o Benny nascer eu divulgo as minhas semanas para todos. Por enquanto estou de 38 semanas, muito feliz e muito tranquila! :)
bjusssss
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
As fotos do parto da Julie
Se quiser ler o relato de parto da Julie, é o post anterior a esse. A seguir as fotos :)
domingo, 28 de julho de 2013
O parto da Julie
Depois de ensaiar tanto tempo escrever o relato em português, resolvi que já era hora, já que daqui a pouco mais de um mês, o Benjamin já pode estar fazendo a aparição dele :) E aí vou acumular mais relatos para escrever.
Primeiramente, quero dizer que vou dedicar alguns posts a uma mudança radical e muito importante aqui em casa. Tiramos o glúten, leite e derivados de todos aqui de casa. Tem sido muito puxado, pois TUDO tem que ser feito aqui em casa. Pães, tortas,bolos...nada pode ser comprado...aliás até pode, para quem tem dinheiro ;) Mas tenho visto benefícios maravilhosos...e como tudo isso faz parte da minha vida maternando, quero compartilhar com vocês a luta e as vitórias em outros posts :)
O parto da Julie foi o mais transformador de todos. Não classificaria como o mais importante,mas foi o mais lutado e suado.
Logo que cheguei no Brasil não pensei muito na nossa realidade obstétrica,mas sabia que teria que achar um médico compatível com o que esperava. Quando finalmente engravidei saí a procura de médicos. Já tinha ouvido falar de médicos humanizados,mas não entendia a importância de ter um. Todas as pessoas que eu perguntava, não sabiam me dar informação nenhuma. Todos falavam como se não soubessem NADA de parto, e todos os médicos das conhecidas faziam cesárias. Hoje em dia olhando para trás, eu estava a merce da ignorância da maioria das brasileiras. Uma delas inclusive chegou ao absurdo de falar que se eu quisesse um parto normal era só ir pro HU (Hospital Universitário da USP) que é um lugar CHEIO de violências obstétricas e mulheres que são cortadas e expostas como estudo para os residentes. Eu não sabia disso na época, mas hoje em dia eu tenho vontade de falar umas poucas e boas para a fulana que me indicou o HU "só porque eu queria uma parto normal"....se ela soubesse que de normal os partos lá não tem nada...e sabe o que é pior? Essa pessoa é enfermeira. Acredita que a falta de informação chega até nas enfermeiras? que dirá os médicos que são os que usam fórceps, episiotomias, ocitocina, manobra de kristeller...tudo "para treinar"!!!!!
Bem, voltando ao parto ;) hehehehehe
Consegui um médico que era caro demais para mim na época, e que pedia um absurdo para fazer o parto. Ele me soava meio marketeiro também. Parecia que ele conduzia o parto sabe? Ele por exemplo gostava de usar música durante os partos, e ele ditava se ela seria rápida ou devagar...se eu não levasse, ele levaria...etc....pequenas coisas que foram me incomodando. Ele não dava muito espaço para debate...não fazia parto na água que era uma coisa que eu queria muito! Enfim....desisti desse médico pelo dinheiro e por não ter sentido um bom vibe nele!
Meu marido falava com o pessoal do trabalho sobre o meu desejo de ter um parto normal, e por coincidência tinha algum colega de trabalho do Mathew, tinha uma irmã que era colega da Luciana Benatti, autora do livro "Parto com Amor". Peguei o telefone dela, e liguei para saber quais eram as minhas opções. Ela me indicou o GAMA de lá para cá, foi um mergulho profundo no mundo do parto humanizado. Eu estava ansiosa para saber minhas opções e fui no primeiro encontro que pude. Estavam lá Ana Cris e Maíra Duarte. ADOREI e saí de lá sabendo que tinha me encontrado. Depois de muito ler, contactar a Ana Cris no dia da reunião do GAMA, marquei consulta e de lá pra cá, só me viciei mais ainda nesse mundo. Troquei de médico umas 4 vezes antes de achar o GAMA, e como esse encontro foi depois de 20 semanas, eu me senti perdida a maior parte da gravidez. Tentando achar alguém que não fosse me enganar. A sementinha do parto em casa tinha sido plantada também naquele primeiro encontro. Mas era algo ainda longe de acontecer, e meu marido morria de medo.
Foi na verdade durante a palestra que fala especificamente de parto domiciliar (PD), que ele mudou de idéia e viu que o PD não é um bicho de sete cabeças, como todos pensam. E pelo contrário do que falam, é tão seguro quando um parto hospitalar de baixo risco. Outra coisa que vale lembrar é que existe todo um preparo para o parto em casa. Ninguém aparece sem nada, dois paninhos um terço e ervas...isso não acontece gente!!! (a não ser em regiões remotas do Brasil onde nem hospital tem,mas até aí acho que a assistência consegue ser melhor e mais respeitoso do que o nosso "tecnocratismo" exagerado)
Tomada a decisão conjunta ( e diga-se de passagem depois de MUITA encheção de saco da minha parte na orelha do meu marido) Ele concordou com o PD. O maior problema dele era o financeiro. Ele não conseguia conceber como que a gente não poderia usar o seguro. O hospital é lindo, o plano cobre etc e tal....alias, posso afirmar que animado MESMO ele só está agora, no parto no Benjamin.
Acontece que no final da gestação, com 35 semanas, fui fazer um maldito ultrasom. Digo maldito, porque o que foi detectado me fez perder a cabeça...e no final não foi nada. Falso positivo, já viu essa história?? pois é....Os ossos longos dela eram curtos (fêmur e úmero)
Havia a possibilidade da Julie ser anã. Fui a um especialista que ficou DUAS HORAS fazendo ultrasom em mim...medindo até o fio de cabelo, me mostrando a gordura da bochecha da Juju....e disse q ela podia sim ser anã,mas isso não daria para ter certeza a não na hora que nascesse. Inclusive ele disse que ela não tinha mais nenhuma anomalia característica desse quadro (má formação do coração, testa protuberante e outras má formações que poderiam acontecer) e me liberou pro PD. Mas e minha cabeça? e a expectativa de saber se ela era ou não anã? imagina vc "quase" detectar esse problema, e aí pedir pra mãe segurar a respiração para ver se é isso mesmo. PUTZ!! eu pirei!!! chorava rios todos os dias!!! demorei umas boas duas semanas para parar de surtar na rua quando via crianças...e todo o lugar que eu olhava eu via anões. Cheguei a conclusão que se Deus mandou desse jeito é porque a gente conseguia cuidar. E iria ser amada de qualquer maneira, independente do que acontecesse. Então melhorei...mas sempre com a pulga atrás da orelha.
Aí veio a consulta com a AC. Ela disse que estava tranquila em relação a saúde da Julie,mas que o convênio podia encrencar com o PD e se recusar de fazer os exames que ela precisaria depois que nascesse. E eu teria q bancar tudo no particular até conseguir uma liminar na justiça. Como ela estava a par de tudo que estava acontecendo na minha vida na época (mudança perdida, falta de grana até os olhos, casa mal mobiliada etc...) ela sugeriu que fizéssemos o parto no São Luiz.
Chorei em casa de decepção pelo meu grande desejo de PD ter ido por água abaixo....mas....foi...
Minha data prevista era 21 de novembro, e eu torcendo pra nascer no dia 18, aniversário do meu pai. Mas NENHUMA criança minha nasceu antes de 40 semanas...então sabia que as chances eram poucas! :)
No dia 24 eu tive uma epifania, era Thanksgiving e eu adoro esse feriado nos EUA. Eu andava reclamenta, cansada e querendo que a neném nascesse logo. A noite eu fiz uma oração de gratidão. Tentei expressar tudo que eu era grata e choreiiiiii horrores!! Achei TANTA coisa para agradecer! Foi um momento sublime! Tive o claro sentimento de que a Julie viria na hora certa, e que eu tinha que ter paciência. Acho que era o que faltava, ser grata pelo que eu já tinha e por uma gravidez boa, e mais um neném gostoso na minha vida!
No dia 25 de novembro passei o dia seguinte todo tendo contrações não dolorosas...elas vinham durante o dia e sumiam a noite. Alias, acho que isso foi no dia 25 e 26 todinho. Tanto que no dia 26 a noite (um sábado pra domingo) minha parteira veio em casa e me checou. Disse que eu estava com 3 cm de dilatação, mas não estava em TP e que eu precisava esvaziar o intestino (detalhes e detalhessss hahahahaha).
Ela disse que podia engatar durante a noite, ou demorar mais uma semana....pediu para eu tomar um buscopan e dormir. Eu estava super cansada e queria que as contrações não me acordassem a noite. Pedi uma benção pro Mathew e fui dormir...fui para a cama meia noite e as 3:48 (se não me engano, porque eu estava com o iPod ouvindo hypnobabies e acordei com uma contração rasgante!! de tirar o fôlego) veio a primeira contração. E dois minutos depois outra, e 4 minutos depois mais uma...e dois minutos depois outra...e eu acordei o Mathew e falei "não to conseguindo lidar bem com isso, não tá dando pra respirar"...ele ligou pra AC, e ela disse que encontrava a gente no SL. Buscamos minha mãe (por sorte estávamos de carro aquele dia, nós não tínhamos carro, mas meus pais haviam emprestado, pois era domingo no dia seguinte e a gente usava o carro para ir para a igreja) e lá fomos nós para o SL. Chegamos lá quase 5 da manhã. A AC já esperando na porta do hospital. Entramos e ela o tempo todo comigo, parecia uma segurança. Já chegou dizendo pra enfermeira que eu estava com ela, e quando me checou 5 cm. O Mathew ficou na triagem preenchendo papelada (eeeee laiáááááá) E eu lá no cardiotoco, 20 minutos contados e AC já tira o negócio de mim...ng merece carditoco preso na barriga enquanto tá tendo contração...já saio da maca e quando liberam vou apoiando na AC e andando pro quarto...chegando no quarto eram quase 7 da matina 7 cm de dilatação...ahhhhh, posso entrar na banheira??? parteira liberou! e eu vou de tchibum! Por um momento exito "AC vai ver meu bumbum de fora! vergonhaaaaa" aí logo penso "ela vai ver coisa pior"...e lá fui eu com a cara lavada... :)
Antes disso, tentei a bola de de yoga...não gostei! tentei comer...não desceu mto, um pão de queijo, suco de laranja, e um mordida de sanduichinho com um pate de cenoura...estava ficando com ansia já...devia estar pra entrar na fase de transição....na banheira comecei a vocalizar as contrações....uma doula muito querida uma vez tinha mencionado que vocalizar sons graves ajuda a abrir o colo do útero. Quem é cantora pode atestar melhor do que eu, não entendo muito desse mundo,masssssss resolvi tentar. E não é que deu certo?? ;)
Enquanto eu vocalizava as contrações conseguia lidar com elas numa boa...era um canto, sem música, uma coisa esquisita. Mas me ajudava, então....estava ÓTIMO!
Lá pelas tantas, na minha cabeça eu tinha calculado que pelas 9 e pouco da manhã a dona Julie teria que ter nascido já. E já eram 11 e nada da bichinha aparecer. Fiquei incomodada, e perguntei pra AC como é que tava...não lembro de todos os detalhes,mas ela acabou dando uma forcinha...mudei de posição dentro da banheira e aí dps q o negócio não estava rendendo, me mandaram sair da banheira pra usar a gravidade....fui pra banqueta de parto do lado da banheira, e veja só! a neném começou a descer...aquela água quente e aconchegante não estava ajudando muito! hahahahahaha
A AC disse que depois de duas contrações fortes ela iria encaixar e começar a coroar, e eu poderia voltar para a banheira. Uma contração forte veio...umas duas ou 3 fracas...e na segunda forte ela falou "corre pra banheira"...entrei de tchibum de novo....e esperei a próxima...quando veio, veio que nem um trem....de repente o círculo de fogo. Eu achei que ia rasgar no meio. Falei "tá doendo muito, eu não quero mais" (pelo pouco que me lembro, por isso que dessa vez vou gravar) A AC olha no fundo dos meus olhos e diz "força querida, vc consegue!! enfrenta esse medo de frente e vence!"...bem...foi isso e logo em seguida o maior URRO! a testa da Juju tinha saído!!!!
Esqueci de falar que até então minha bolsa estava intacta, a AC fez um furinho na hora q eu tava empurrando,mas hoje em dia vejo que não havia necessidade...eu que insisti pois estava ansiosa, achando que a bolsa estaria atrapalhando nessa altura do campeonato. As dores eram completamente suportáveis, e eu tive um TP tranquilo...e eu culpo o fato de não ter estourado minha bolsa!!Daqui pra frente eu dou graças se a bolsa NÃO estoura antes do TP...por que acolchoa a cabeça do neném que empurra diretamente o cervix né?? E aí a dor não é tão ruim (como foi no da Bia)...Como já era o terceiro parto em nenhum momento eu pensei em anestesia. Eu só estava me focando no processo do parto...ela ia sair, não tinha outra opção! hahahaha
Próxima contração, saiu a cabecinha, tenho uma foto disso,mas meu marido baniu essa foto pro mundo blogueiro...terceira contração ( que diga-se de passagem demorou um belo 1 minuto ou mais pra chegar) saiu todo o resto...e veio uma lutadora de sumo, roxinhaaaa, pequenina e gordíssima para o meu colo. Primeiro comentário da AC: "que gorda!!!"...e foi a primeira coisa que me chocou mesmo! Alguns dias antes tinha feito um ultrasom (por ter passado de 40 semanas, ai ai) e a moça disse que a bebéia não teria 3 kg. A AC na última consulta que eu tive com ela antes do parto, estimou 3,500 kg. Eu sabia que a criança que eu tinha parido tinha mais de 3 kgs...tava numa curiosidade!!!
Ela veio diretamente para o meu colo e por lá ficou, namorei o beicinho dela...o cabelinho, as dobrinhas!! uma gostosinha!!! Mathew emocionadíssimo do meu lado, fotos e mais fotos, panos quentinhos na cabeça da neném...e ela era perfeita! Pediatra só de olho nela no meu colo, nem tocou. Notei que os membros eram mesmo encurtados,mas não tinha características de uma criança anã. Talvez ela fosse só pequena :)
Quando foram pesar 3,765 Kg e 47 cm! Um toco de gente, e bem gordinha mesmo! Minha maior neném!!
Me tiraram da banheira (Mathew pegou no colo e deu pra pediatra) e a AC nisso foi analisar o períneo: ÍNTEGRO minha gente!!! nem um pontinho ele recebeu!!! E VIVA!!!!!! Era mesmo o que eu queria!!! VIVA!!!E MAIS VIVA!!!!!!!!!!!!
Dr. VK me deu parabéns, disse que eu era parideira (ele deve falar isso para todo mundo!) foi super querido, falou que meu períneo tava lindo (ahhhhnn, obrigada!?) e foi-se embora!
AC e a pediatra ficaram comigo até eu ser transferida pro quarto (estava na suíte de parto normal) e a bebê ficou comigo até quase a hora de eu sair. Entreguei as roupinhas e fiquei em PULGAS achando que iam levar, sequestrar a menina. Tinha segurança indo com ela e tudo,mas o Mathew tinha saído e não voltava...e eu fiquei sozinha na sala....que RAIVA!!!imagina se tivessem levado?? próxima vez eu não deixo! Aliás, próxima vez não vai ter essa palhaçada, por que o Min vai nascer em casa!!!hahahaha
A Juju ficou no berçário 45 minutos e chegou no quarto ao mesmo tempo que eu! Pesou, mediu vitamina K oral, sem colírio de nitrato de prata, sem vacinas, sem banho...o mesmo bichinho que saiu de mim só que com roupinha diferente. As enfermeiras adoram brincar de boneca no berçário ;)
OHHHH vontade que a gente tem de só ficar chamegando a criança né?? e que seja! eu não largo a cria por nada depois do parto! é meu e ninguém tasca!!!! hahahaha
E quantas vezes você pode curtir a cria recém chegada ao mundo, com aquele cheirinho maravilhoso de recém nascido! Nossa...só de falar de dá vontade de chorar!!!
Agora para a parte transformadora: toda essa minha experiência de ter que lutar contra o mundo obstétrico, ir pra médico, chegar com lista de perguntas, perceber que eram um cretinos, e queriam me enfiar uma cesária por que basicamente não sabiam fazer parto normal (não tem a menor prática né?com taxa de 97% de cesárias nos grandes hospitais paulistas, o parto normal é mais anormal do que uma cesária aqui no Brasil).
Eu tive que LUTAR. Com unhas e dentes. Contra os médicos que já vinha munida de mil perguntas, com o meu convênio médico, com o meu marido, com a minha família que achava uma loucura parto em casa e acabou mesmo sendo em hospital (e agora eles podem achar o que quiser, pq eu não saio de casa pra parir essa criança!!)...enfim....a sensação que eu tinha era que precisava lutar contra o mundo para ter a assistência que eu buscava! OBRIGADA DEUS! Por me ajudar a encontrar as pessoas certas, na hora certa. Pois eu poderia ter tido um parto horrível, e traumatizante ficando na mão de médicos de convênio, com todas as intervenções: episio, fórceps, kristeller e o cassilda!
Saí dessa luta me sentindo poderosa. Sinceramente??a última coca-cola do deserto. Eu sentia como se pudesse fazer qualquer coisa na vida dali pra frente, além do bônus de me achar LINDA depois do parto. Eu não tive essa coisa de "ai minha barriga, ai meu isso, ai eu aquilo" Eu sabia que com o tempo tudo voltaria ao normal, eu entraria nas minhas roupas novamente, eu me sentiria menos cansada. Eu sabia que barriga pós parto não dura a vida toda...sabia que a amamentação ajudaria, sabia que tudo passa rápido demais!! As noites mal dormidas inclusive!
Esse parto acho que foi o maior marco em relação a como eu me sentia a respeito do meu corpo. Quem me conhece sabe que eu nunca fui magrinha. Mas sempre fui muito legal com as pessoas e simpática, e amiga. Nunca amargurada. Mas meu corpo sempre me incomodava, as comparações com as migas que eram não só metade do meu peso,mas metade da minha altura. Depois de casar piorou um bocado, e aí eu estava grande quando engravidei da Juju, e engordei 14 kilos durante a gestação. Foi a gestação mais pesada e mais difícil em relação a estar cansada (pelo peso). Depois que a Juju nasceu, eu tirei lá de dentro de mim uma força de mudança que foi divina. Foi mesmo, sem brincadeira. Eu me sentia tão maravilhosa, tão bonita, tão guerreira, que eu tinha mais ânimo para tudo! Inclusive para me exercitar todo dia. Queria melhorar minha qualidade de vida, e não só minha aparência....por que afinal de contas, um corpo que consegue fazer e parir 3 crianças lindas como as minhas, merece MUITO respeito e amor!!!E isso eu tinha desenvolvido nesse processo!
Excuse me as pessoas que são magrinhas e acham que o mundo também tem que ser, eu sou grande, eu sou mulherão, e eu me amo, muito obrigada!!! Eu sei que nunca vou ser do tamanho que a sociedade julga ser lindo! Gisele Bunchen tá aí pra quem quiser admirar essa beleza, a minha é diferente e tão bela quanto!
Quero ser saudável, e ter saúde para cuidar das minhas filhas e filho ( e futuros?? ;). Com isso dito, reconheço que ainda tenho um bom caminho para trilhar. Desde que a Julie nasceu, até quando eu descobri a gravidez do Benjamin, eu tinha perdido 18 kilos. Com muito esforço. E aí me sentia mais ainda ne?hahahaha
Nessa gravidez, foram 10 kilos até agora....e regulando para não engordam mais, pq a diferença que eu sinto nessa gravidez é imensa!! Nossa, muito mais bem disposta, e só falta um mês pro meu pequeno nascer!!vamo que vamo!
Uma das coisas que me propulsiona a ser ativista do parto natural é essa enchurrada de homônios absurdaaaa, que acontece depois do parto, que SÓ quem tem parto natural consegue sentir...uma euforia, uma coisa que perduuuuraaaa um tempão depois do parto, esse bem estar, esse amor próprio....NOSSA!!! Me fez um bem tão grande! E eu acredito que faça bem para todas as mulheres que passem por isso. Não seria maravilhoso se todas nós pudéssemos ter esse amor e respeito próprio, nos valorizar e portanto não se sentir menor, ou se comparar as outras??rola muito disso com mulher né? Pois é....rola beeeeem menos disso na minha vida depois dos meus partos. Altamente recomendável!
Sendo mais gentil comigo mesma, eu sou mais gentil com os outros! E isso faz toda a diferença!! Não vou dizer que não tenha meus momentos de baixo astral. Todos temos tristezas, rancores, desapontamentos, e até baixa auto estima. Mas posso dizer que com os meus 27 anos, eu sou uma pessoa que me ama e respeita muito mais do que quando eu começei a jornada "adolescência- em diante"...e pôe muito mais nisso!! :)
Espero nesse meu trabalho de formiguinha, tentando ajudar as pessoas que conheço, adquirindo conhecimento próprio, sendo ativista, doulando, conversando e as vezes trocando os pés pelas mãos possa transformar para melhor a vida de muitas mulheres. Como a minha foi transformada através de partos com bom amparo, um equipe querida, muito amor das pessoas a minha volta. Partos que se transformaram em divisores de águas na minha vida!
Amo ser mulher, amo ser mãe, amo gestar, parir, nutrir e maternar :)
Ufaaa! pari o relato ;)
Primeiramente, quero dizer que vou dedicar alguns posts a uma mudança radical e muito importante aqui em casa. Tiramos o glúten, leite e derivados de todos aqui de casa. Tem sido muito puxado, pois TUDO tem que ser feito aqui em casa. Pães, tortas,bolos...nada pode ser comprado...aliás até pode, para quem tem dinheiro ;) Mas tenho visto benefícios maravilhosos...e como tudo isso faz parte da minha vida maternando, quero compartilhar com vocês a luta e as vitórias em outros posts :)
O parto da Julie foi o mais transformador de todos. Não classificaria como o mais importante,mas foi o mais lutado e suado.
Logo que cheguei no Brasil não pensei muito na nossa realidade obstétrica,mas sabia que teria que achar um médico compatível com o que esperava. Quando finalmente engravidei saí a procura de médicos. Já tinha ouvido falar de médicos humanizados,mas não entendia a importância de ter um. Todas as pessoas que eu perguntava, não sabiam me dar informação nenhuma. Todos falavam como se não soubessem NADA de parto, e todos os médicos das conhecidas faziam cesárias. Hoje em dia olhando para trás, eu estava a merce da ignorância da maioria das brasileiras. Uma delas inclusive chegou ao absurdo de falar que se eu quisesse um parto normal era só ir pro HU (Hospital Universitário da USP) que é um lugar CHEIO de violências obstétricas e mulheres que são cortadas e expostas como estudo para os residentes. Eu não sabia disso na época, mas hoje em dia eu tenho vontade de falar umas poucas e boas para a fulana que me indicou o HU "só porque eu queria uma parto normal"....se ela soubesse que de normal os partos lá não tem nada...e sabe o que é pior? Essa pessoa é enfermeira. Acredita que a falta de informação chega até nas enfermeiras? que dirá os médicos que são os que usam fórceps, episiotomias, ocitocina, manobra de kristeller...tudo "para treinar"!!!!!
Bem, voltando ao parto ;) hehehehehe
Consegui um médico que era caro demais para mim na época, e que pedia um absurdo para fazer o parto. Ele me soava meio marketeiro também. Parecia que ele conduzia o parto sabe? Ele por exemplo gostava de usar música durante os partos, e ele ditava se ela seria rápida ou devagar...se eu não levasse, ele levaria...etc....pequenas coisas que foram me incomodando. Ele não dava muito espaço para debate...não fazia parto na água que era uma coisa que eu queria muito! Enfim....desisti desse médico pelo dinheiro e por não ter sentido um bom vibe nele!
Meu marido falava com o pessoal do trabalho sobre o meu desejo de ter um parto normal, e por coincidência tinha algum colega de trabalho do Mathew, tinha uma irmã que era colega da Luciana Benatti, autora do livro "Parto com Amor". Peguei o telefone dela, e liguei para saber quais eram as minhas opções. Ela me indicou o GAMA de lá para cá, foi um mergulho profundo no mundo do parto humanizado. Eu estava ansiosa para saber minhas opções e fui no primeiro encontro que pude. Estavam lá Ana Cris e Maíra Duarte. ADOREI e saí de lá sabendo que tinha me encontrado. Depois de muito ler, contactar a Ana Cris no dia da reunião do GAMA, marquei consulta e de lá pra cá, só me viciei mais ainda nesse mundo. Troquei de médico umas 4 vezes antes de achar o GAMA, e como esse encontro foi depois de 20 semanas, eu me senti perdida a maior parte da gravidez. Tentando achar alguém que não fosse me enganar. A sementinha do parto em casa tinha sido plantada também naquele primeiro encontro. Mas era algo ainda longe de acontecer, e meu marido morria de medo.
Foi na verdade durante a palestra que fala especificamente de parto domiciliar (PD), que ele mudou de idéia e viu que o PD não é um bicho de sete cabeças, como todos pensam. E pelo contrário do que falam, é tão seguro quando um parto hospitalar de baixo risco. Outra coisa que vale lembrar é que existe todo um preparo para o parto em casa. Ninguém aparece sem nada, dois paninhos um terço e ervas...isso não acontece gente!!! (a não ser em regiões remotas do Brasil onde nem hospital tem,mas até aí acho que a assistência consegue ser melhor e mais respeitoso do que o nosso "tecnocratismo" exagerado)
Tomada a decisão conjunta ( e diga-se de passagem depois de MUITA encheção de saco da minha parte na orelha do meu marido) Ele concordou com o PD. O maior problema dele era o financeiro. Ele não conseguia conceber como que a gente não poderia usar o seguro. O hospital é lindo, o plano cobre etc e tal....alias, posso afirmar que animado MESMO ele só está agora, no parto no Benjamin.
Acontece que no final da gestação, com 35 semanas, fui fazer um maldito ultrasom. Digo maldito, porque o que foi detectado me fez perder a cabeça...e no final não foi nada. Falso positivo, já viu essa história?? pois é....Os ossos longos dela eram curtos (fêmur e úmero)
Havia a possibilidade da Julie ser anã. Fui a um especialista que ficou DUAS HORAS fazendo ultrasom em mim...medindo até o fio de cabelo, me mostrando a gordura da bochecha da Juju....e disse q ela podia sim ser anã,mas isso não daria para ter certeza a não na hora que nascesse. Inclusive ele disse que ela não tinha mais nenhuma anomalia característica desse quadro (má formação do coração, testa protuberante e outras má formações que poderiam acontecer) e me liberou pro PD. Mas e minha cabeça? e a expectativa de saber se ela era ou não anã? imagina vc "quase" detectar esse problema, e aí pedir pra mãe segurar a respiração para ver se é isso mesmo. PUTZ!! eu pirei!!! chorava rios todos os dias!!! demorei umas boas duas semanas para parar de surtar na rua quando via crianças...e todo o lugar que eu olhava eu via anões. Cheguei a conclusão que se Deus mandou desse jeito é porque a gente conseguia cuidar. E iria ser amada de qualquer maneira, independente do que acontecesse. Então melhorei...mas sempre com a pulga atrás da orelha.
Aí veio a consulta com a AC. Ela disse que estava tranquila em relação a saúde da Julie,mas que o convênio podia encrencar com o PD e se recusar de fazer os exames que ela precisaria depois que nascesse. E eu teria q bancar tudo no particular até conseguir uma liminar na justiça. Como ela estava a par de tudo que estava acontecendo na minha vida na época (mudança perdida, falta de grana até os olhos, casa mal mobiliada etc...) ela sugeriu que fizéssemos o parto no São Luiz.
Chorei em casa de decepção pelo meu grande desejo de PD ter ido por água abaixo....mas....foi...
Minha data prevista era 21 de novembro, e eu torcendo pra nascer no dia 18, aniversário do meu pai. Mas NENHUMA criança minha nasceu antes de 40 semanas...então sabia que as chances eram poucas! :)
No dia 24 eu tive uma epifania, era Thanksgiving e eu adoro esse feriado nos EUA. Eu andava reclamenta, cansada e querendo que a neném nascesse logo. A noite eu fiz uma oração de gratidão. Tentei expressar tudo que eu era grata e choreiiiiii horrores!! Achei TANTA coisa para agradecer! Foi um momento sublime! Tive o claro sentimento de que a Julie viria na hora certa, e que eu tinha que ter paciência. Acho que era o que faltava, ser grata pelo que eu já tinha e por uma gravidez boa, e mais um neném gostoso na minha vida!
No dia 25 de novembro passei o dia seguinte todo tendo contrações não dolorosas...elas vinham durante o dia e sumiam a noite. Alias, acho que isso foi no dia 25 e 26 todinho. Tanto que no dia 26 a noite (um sábado pra domingo) minha parteira veio em casa e me checou. Disse que eu estava com 3 cm de dilatação, mas não estava em TP e que eu precisava esvaziar o intestino (detalhes e detalhessss hahahahaha).
Ela disse que podia engatar durante a noite, ou demorar mais uma semana....pediu para eu tomar um buscopan e dormir. Eu estava super cansada e queria que as contrações não me acordassem a noite. Pedi uma benção pro Mathew e fui dormir...fui para a cama meia noite e as 3:48 (se não me engano, porque eu estava com o iPod ouvindo hypnobabies e acordei com uma contração rasgante!! de tirar o fôlego) veio a primeira contração. E dois minutos depois outra, e 4 minutos depois mais uma...e dois minutos depois outra...e eu acordei o Mathew e falei "não to conseguindo lidar bem com isso, não tá dando pra respirar"...ele ligou pra AC, e ela disse que encontrava a gente no SL. Buscamos minha mãe (por sorte estávamos de carro aquele dia, nós não tínhamos carro, mas meus pais haviam emprestado, pois era domingo no dia seguinte e a gente usava o carro para ir para a igreja) e lá fomos nós para o SL. Chegamos lá quase 5 da manhã. A AC já esperando na porta do hospital. Entramos e ela o tempo todo comigo, parecia uma segurança. Já chegou dizendo pra enfermeira que eu estava com ela, e quando me checou 5 cm. O Mathew ficou na triagem preenchendo papelada (eeeee laiáááááá) E eu lá no cardiotoco, 20 minutos contados e AC já tira o negócio de mim...ng merece carditoco preso na barriga enquanto tá tendo contração...já saio da maca e quando liberam vou apoiando na AC e andando pro quarto...chegando no quarto eram quase 7 da matina 7 cm de dilatação...ahhhhh, posso entrar na banheira??? parteira liberou! e eu vou de tchibum! Por um momento exito "AC vai ver meu bumbum de fora! vergonhaaaaa" aí logo penso "ela vai ver coisa pior"...e lá fui eu com a cara lavada... :)
Antes disso, tentei a bola de de yoga...não gostei! tentei comer...não desceu mto, um pão de queijo, suco de laranja, e um mordida de sanduichinho com um pate de cenoura...estava ficando com ansia já...devia estar pra entrar na fase de transição....na banheira comecei a vocalizar as contrações....uma doula muito querida uma vez tinha mencionado que vocalizar sons graves ajuda a abrir o colo do útero. Quem é cantora pode atestar melhor do que eu, não entendo muito desse mundo,masssssss resolvi tentar. E não é que deu certo?? ;)
Enquanto eu vocalizava as contrações conseguia lidar com elas numa boa...era um canto, sem música, uma coisa esquisita. Mas me ajudava, então....estava ÓTIMO!
Lá pelas tantas, na minha cabeça eu tinha calculado que pelas 9 e pouco da manhã a dona Julie teria que ter nascido já. E já eram 11 e nada da bichinha aparecer. Fiquei incomodada, e perguntei pra AC como é que tava...não lembro de todos os detalhes,mas ela acabou dando uma forcinha...mudei de posição dentro da banheira e aí dps q o negócio não estava rendendo, me mandaram sair da banheira pra usar a gravidade....fui pra banqueta de parto do lado da banheira, e veja só! a neném começou a descer...aquela água quente e aconchegante não estava ajudando muito! hahahahahaha
A AC disse que depois de duas contrações fortes ela iria encaixar e começar a coroar, e eu poderia voltar para a banheira. Uma contração forte veio...umas duas ou 3 fracas...e na segunda forte ela falou "corre pra banheira"...entrei de tchibum de novo....e esperei a próxima...quando veio, veio que nem um trem....de repente o círculo de fogo. Eu achei que ia rasgar no meio. Falei "tá doendo muito, eu não quero mais" (pelo pouco que me lembro, por isso que dessa vez vou gravar) A AC olha no fundo dos meus olhos e diz "força querida, vc consegue!! enfrenta esse medo de frente e vence!"...bem...foi isso e logo em seguida o maior URRO! a testa da Juju tinha saído!!!!
Esqueci de falar que até então minha bolsa estava intacta, a AC fez um furinho na hora q eu tava empurrando,mas hoje em dia vejo que não havia necessidade...eu que insisti pois estava ansiosa, achando que a bolsa estaria atrapalhando nessa altura do campeonato. As dores eram completamente suportáveis, e eu tive um TP tranquilo...e eu culpo o fato de não ter estourado minha bolsa!!Daqui pra frente eu dou graças se a bolsa NÃO estoura antes do TP...por que acolchoa a cabeça do neném que empurra diretamente o cervix né?? E aí a dor não é tão ruim (como foi no da Bia)...Como já era o terceiro parto em nenhum momento eu pensei em anestesia. Eu só estava me focando no processo do parto...ela ia sair, não tinha outra opção! hahahaha
Próxima contração, saiu a cabecinha, tenho uma foto disso,mas meu marido baniu essa foto pro mundo blogueiro...terceira contração ( que diga-se de passagem demorou um belo 1 minuto ou mais pra chegar) saiu todo o resto...e veio uma lutadora de sumo, roxinhaaaa, pequenina e gordíssima para o meu colo. Primeiro comentário da AC: "que gorda!!!"...e foi a primeira coisa que me chocou mesmo! Alguns dias antes tinha feito um ultrasom (por ter passado de 40 semanas, ai ai) e a moça disse que a bebéia não teria 3 kg. A AC na última consulta que eu tive com ela antes do parto, estimou 3,500 kg. Eu sabia que a criança que eu tinha parido tinha mais de 3 kgs...tava numa curiosidade!!!
Ela veio diretamente para o meu colo e por lá ficou, namorei o beicinho dela...o cabelinho, as dobrinhas!! uma gostosinha!!! Mathew emocionadíssimo do meu lado, fotos e mais fotos, panos quentinhos na cabeça da neném...e ela era perfeita! Pediatra só de olho nela no meu colo, nem tocou. Notei que os membros eram mesmo encurtados,mas não tinha características de uma criança anã. Talvez ela fosse só pequena :)
Quando foram pesar 3,765 Kg e 47 cm! Um toco de gente, e bem gordinha mesmo! Minha maior neném!!
Me tiraram da banheira (Mathew pegou no colo e deu pra pediatra) e a AC nisso foi analisar o períneo: ÍNTEGRO minha gente!!! nem um pontinho ele recebeu!!! E VIVA!!!!!! Era mesmo o que eu queria!!! VIVA!!!E MAIS VIVA!!!!!!!!!!!!
Dr. VK me deu parabéns, disse que eu era parideira (ele deve falar isso para todo mundo!) foi super querido, falou que meu períneo tava lindo (ahhhhnn, obrigada!?) e foi-se embora!
AC e a pediatra ficaram comigo até eu ser transferida pro quarto (estava na suíte de parto normal) e a bebê ficou comigo até quase a hora de eu sair. Entreguei as roupinhas e fiquei em PULGAS achando que iam levar, sequestrar a menina. Tinha segurança indo com ela e tudo,mas o Mathew tinha saído e não voltava...e eu fiquei sozinha na sala....que RAIVA!!!imagina se tivessem levado?? próxima vez eu não deixo! Aliás, próxima vez não vai ter essa palhaçada, por que o Min vai nascer em casa!!!hahahaha
A Juju ficou no berçário 45 minutos e chegou no quarto ao mesmo tempo que eu! Pesou, mediu vitamina K oral, sem colírio de nitrato de prata, sem vacinas, sem banho...o mesmo bichinho que saiu de mim só que com roupinha diferente. As enfermeiras adoram brincar de boneca no berçário ;)
OHHHH vontade que a gente tem de só ficar chamegando a criança né?? e que seja! eu não largo a cria por nada depois do parto! é meu e ninguém tasca!!!! hahahaha
E quantas vezes você pode curtir a cria recém chegada ao mundo, com aquele cheirinho maravilhoso de recém nascido! Nossa...só de falar de dá vontade de chorar!!!
Agora para a parte transformadora: toda essa minha experiência de ter que lutar contra o mundo obstétrico, ir pra médico, chegar com lista de perguntas, perceber que eram um cretinos, e queriam me enfiar uma cesária por que basicamente não sabiam fazer parto normal (não tem a menor prática né?com taxa de 97% de cesárias nos grandes hospitais paulistas, o parto normal é mais anormal do que uma cesária aqui no Brasil).
Eu tive que LUTAR. Com unhas e dentes. Contra os médicos que já vinha munida de mil perguntas, com o meu convênio médico, com o meu marido, com a minha família que achava uma loucura parto em casa e acabou mesmo sendo em hospital (e agora eles podem achar o que quiser, pq eu não saio de casa pra parir essa criança!!)...enfim....a sensação que eu tinha era que precisava lutar contra o mundo para ter a assistência que eu buscava! OBRIGADA DEUS! Por me ajudar a encontrar as pessoas certas, na hora certa. Pois eu poderia ter tido um parto horrível, e traumatizante ficando na mão de médicos de convênio, com todas as intervenções: episio, fórceps, kristeller e o cassilda!
Saí dessa luta me sentindo poderosa. Sinceramente??a última coca-cola do deserto. Eu sentia como se pudesse fazer qualquer coisa na vida dali pra frente, além do bônus de me achar LINDA depois do parto. Eu não tive essa coisa de "ai minha barriga, ai meu isso, ai eu aquilo" Eu sabia que com o tempo tudo voltaria ao normal, eu entraria nas minhas roupas novamente, eu me sentiria menos cansada. Eu sabia que barriga pós parto não dura a vida toda...sabia que a amamentação ajudaria, sabia que tudo passa rápido demais!! As noites mal dormidas inclusive!
Esse parto acho que foi o maior marco em relação a como eu me sentia a respeito do meu corpo. Quem me conhece sabe que eu nunca fui magrinha. Mas sempre fui muito legal com as pessoas e simpática, e amiga. Nunca amargurada. Mas meu corpo sempre me incomodava, as comparações com as migas que eram não só metade do meu peso,mas metade da minha altura. Depois de casar piorou um bocado, e aí eu estava grande quando engravidei da Juju, e engordei 14 kilos durante a gestação. Foi a gestação mais pesada e mais difícil em relação a estar cansada (pelo peso). Depois que a Juju nasceu, eu tirei lá de dentro de mim uma força de mudança que foi divina. Foi mesmo, sem brincadeira. Eu me sentia tão maravilhosa, tão bonita, tão guerreira, que eu tinha mais ânimo para tudo! Inclusive para me exercitar todo dia. Queria melhorar minha qualidade de vida, e não só minha aparência....por que afinal de contas, um corpo que consegue fazer e parir 3 crianças lindas como as minhas, merece MUITO respeito e amor!!!E isso eu tinha desenvolvido nesse processo!
Excuse me as pessoas que são magrinhas e acham que o mundo também tem que ser, eu sou grande, eu sou mulherão, e eu me amo, muito obrigada!!! Eu sei que nunca vou ser do tamanho que a sociedade julga ser lindo! Gisele Bunchen tá aí pra quem quiser admirar essa beleza, a minha é diferente e tão bela quanto!
Quero ser saudável, e ter saúde para cuidar das minhas filhas e filho ( e futuros?? ;). Com isso dito, reconheço que ainda tenho um bom caminho para trilhar. Desde que a Julie nasceu, até quando eu descobri a gravidez do Benjamin, eu tinha perdido 18 kilos. Com muito esforço. E aí me sentia mais ainda ne?hahahaha
Nessa gravidez, foram 10 kilos até agora....e regulando para não engordam mais, pq a diferença que eu sinto nessa gravidez é imensa!! Nossa, muito mais bem disposta, e só falta um mês pro meu pequeno nascer!!vamo que vamo!
Uma das coisas que me propulsiona a ser ativista do parto natural é essa enchurrada de homônios absurdaaaa, que acontece depois do parto, que SÓ quem tem parto natural consegue sentir...uma euforia, uma coisa que perduuuuraaaa um tempão depois do parto, esse bem estar, esse amor próprio....NOSSA!!! Me fez um bem tão grande! E eu acredito que faça bem para todas as mulheres que passem por isso. Não seria maravilhoso se todas nós pudéssemos ter esse amor e respeito próprio, nos valorizar e portanto não se sentir menor, ou se comparar as outras??rola muito disso com mulher né? Pois é....rola beeeeem menos disso na minha vida depois dos meus partos. Altamente recomendável!
Sendo mais gentil comigo mesma, eu sou mais gentil com os outros! E isso faz toda a diferença!! Não vou dizer que não tenha meus momentos de baixo astral. Todos temos tristezas, rancores, desapontamentos, e até baixa auto estima. Mas posso dizer que com os meus 27 anos, eu sou uma pessoa que me ama e respeita muito mais do que quando eu começei a jornada "adolescência- em diante"...e pôe muito mais nisso!! :)
Espero nesse meu trabalho de formiguinha, tentando ajudar as pessoas que conheço, adquirindo conhecimento próprio, sendo ativista, doulando, conversando e as vezes trocando os pés pelas mãos possa transformar para melhor a vida de muitas mulheres. Como a minha foi transformada através de partos com bom amparo, um equipe querida, muito amor das pessoas a minha volta. Partos que se transformaram em divisores de águas na minha vida!
Amo ser mulher, amo ser mãe, amo gestar, parir, nutrir e maternar :)
Ufaaa! pari o relato ;)
quinta-feira, 27 de junho de 2013
A doula não te salva....
Esse é um aspecto que eu também pude aprender no curso de doulas. Pois até então eu acreditava que podíamos ser mais "bocudas" e peitar mais os médicos com um baseamento atualizado de evidencias científicas.
Pois é, mas não podemos. Por duas simples razões:
1) não podemos prejudicar a relação médico- doula. Apesar de não dever nenhuma leadade a eles, temos que manter uma relacionamento legal para que futuras doulas não sofram problemas pela nossa falta de compostura
2) SE acontece alguma coisa, não adianta a doula ser empoderada, e falar para a doulanda que é assim ou assado. Se algum erro ocorre, ele nunca pode ser traçado de volta pra doula. Pelo simples fato de nós não termos a responsabilidade médica sobre as nossas pacientes. Estamos disponíveis para o emocional da doulandas. A parte médica fica para a parteira ou para o médico.
Tenho que admitir que o segundo aspecto é mais fácil do que o primeiro. No curso de doulas tivemos o seguinte cenário: Se o médico quisesse fazer uma episiotomia na sua doulanda, alegando que não nasceria se não o fizesse, qual seria a sua reação??
Bem! Vocês falaram com a pessoa errada ne? Eu sou a pessoa mais contra episiotomia que existe. Acho um absurdo médico impaciente fazer episio. Quantas evideências científicas desde 1985 nós temos que são contra essa prática. Nomes importantes na humanização do parto aqui no Brasil já não fazem episios a mais de 10 anos. Então por que essa insistência nessa prática?
Enfim...é o mesmo problema de médicos que acreditam que a ocitocina (o tal do soro que todo mundo recebe no hospital, que não é necessário diga-se de passagem, para estimular trabalho de parto) é necessária, que o forceps para primeira parto é necessário. Que mulher não tem que sentir dor, que parto é coisa sofrida e desnecessária....enfim...já se ouve tudo quanto é tipo de desculpa para se fazer uma cesária no Brasil hoje em dia.
Quanto a pergunta lá em cima?? Eu teoricamente teria que ficar calada. Mas sinceramente? não sei se conseguiria.
O que ficou comigo é a minha necessidade de empoderamento da parturiente ANTES do parto. Ela precisa ler, pesquisar, perguntar, frequentar uma reunião de apoio, conversar com pessoas que tenham o mesmo objetivo dela. Enfim...conhecimento nunca é bastante. Quando a mulher vira pra mim e fala "eu sabia que precisava de anestesia por que não teria força pra empurrar", ou "eu tinha que ter tido uma cesária pois o cordão estava em volta do pescoço" eu penso "quanto será que essa amiga pesquisou antes do parto??" Pois ela está vivendo num mundo de mitos e medos, que poderia ser resolvido com pesquisa científica. Gente tem TANTA coisa disponível para todos nós hoje em dia. Você não precisa ser uma médica ou obstetriz para ler essas coisas. É só pesquisar. Google academic tá aí para isso :)
Todos os dias eu tenho emails para responder de amigas, conhecidas e desconhecidas, falando sobre parto. Todos os dias eu recomendo livros, documentários, converso com pessoas e tento passa rum pouco das minhas leituras individuais para ajudar os outros. E todos os dias eu me sinto vencida pelo sistema, principalmente por que??
A) Falta de informação
B) Medo
E por que sua doula não te salva??
Simples. Ela não te salva, por que se você não correr atrás, não souber as informações por você mesmo, não destrinchar o mundo do parto. Você simplesmente vai se deixar levar pela insegurança na hora que for parir.
Vamos pensar comigo? Se eu não leio e não sei que circular de cordão não estrangula criança e que todos os nenéns nascem roxos (sim todos!mesmo que fiquem rosas imediatamente depois que nascem) a hora que meu médico chegar para mim e falar "querida, seu filho está sufocando e pode sofrer uma anoxia"eu correria para a cesária!!!
Se eu fiz meus estudos, eu vou perguntar para esse médico (e não minha doula- por que senão ela se queima e o médico vai ficar PAU da vida com ela). Mas peraí, vc já fez um cardiotoco? O neném tá em sofrimento? como que você sabe que ele tá em sofrimento? Ahhh, meu cardiotoco tá oscilando??aonde?? Você sabia que o coração do neném oscila durante a contração??
Querida amiga, se você não sabe dessas informações...infelizmente você vai ser enganada, pois no nosso sistema precário obstétrico o médico sempre acha que sabe tanto quanto Deus. Essa é a infeliz verdade. E eu posso concordar que médicos são treinados para as patologias, mas para comigo e pensa de novo: "95% das brasileiras tem patologias que as impossibilitam de parir??""
E vamos para o sistema público: "54% das mulheres tem patologias para parir?? e são defeituosos ou incapazes?" Por que é assim que os médicos nos fazem sentir quando não conseguimos um parto normal ne?? Pois é...eu digo que não...eu digo que nenhuma de nós é defeituoso, nem as que precisas de cesária. Eu digo que o problema está no treinamento, insegurança e falta de atualização dos nossos médicos hoje em dia. Nessa profissão ou você se atualizada SEMPRE ou então amigo...vc vai virar um carniceiro!
Então minha querida amiga que está lendo esse blog. SE EMPODERE. Cuide você mesmo da sua gestação e do seu parto, peça para a sua doula mil leituras, leve mil perguntas para as suas consultas pré natal. Não tenha medo de peitar seu médico e pedir explicações. Se ele for bom, irá te responder com alegria!!! Médicos bons adoram mulheres bem informadas.
A doula está do seu lado no pré-parto para te guiar e para te ajudar a conhecer mais sobre o parto. Converse com ela, leia livros....leia relatos de parto. Entre em grupos no facebook...enfim...pegue o seu parto e seja a protagonista dele. Por que você MULHER é capaz, é poderosa, é linda, é única e CONSEGUE!! Você consegue!!! Eu confio em você....a parte mais difícil é saber: você confia no seu próprio corpo? confia na sua capacidade???
Olha lá no fundo e pensa sobre isso...e depois livre-se do mito de que só a doula te salva. Ou só o médico te salva, ou que a parteira é perigosa. O maior perigo para o parto eu ouso dizer são os nossos medos e inseguranças. São os mitos e as informações distorcidas que recebemos de familiares, amigos e até médicos.
A doula pode te ajudar, pode segurar tua mão e caminhar com você o tempo todo. Mas no fim o parto é seu...e quem precisa ter força para parir é você. Portanto empodere-se (ou pergunte-me como você pode se empoderar) é um longo caminho,mas totalmente real e possível. Para todas nós! :)
Pois é, mas não podemos. Por duas simples razões:
1) não podemos prejudicar a relação médico- doula. Apesar de não dever nenhuma leadade a eles, temos que manter uma relacionamento legal para que futuras doulas não sofram problemas pela nossa falta de compostura
2) SE acontece alguma coisa, não adianta a doula ser empoderada, e falar para a doulanda que é assim ou assado. Se algum erro ocorre, ele nunca pode ser traçado de volta pra doula. Pelo simples fato de nós não termos a responsabilidade médica sobre as nossas pacientes. Estamos disponíveis para o emocional da doulandas. A parte médica fica para a parteira ou para o médico.
Tenho que admitir que o segundo aspecto é mais fácil do que o primeiro. No curso de doulas tivemos o seguinte cenário: Se o médico quisesse fazer uma episiotomia na sua doulanda, alegando que não nasceria se não o fizesse, qual seria a sua reação??
Bem! Vocês falaram com a pessoa errada ne? Eu sou a pessoa mais contra episiotomia que existe. Acho um absurdo médico impaciente fazer episio. Quantas evideências científicas desde 1985 nós temos que são contra essa prática. Nomes importantes na humanização do parto aqui no Brasil já não fazem episios a mais de 10 anos. Então por que essa insistência nessa prática?
Enfim...é o mesmo problema de médicos que acreditam que a ocitocina (o tal do soro que todo mundo recebe no hospital, que não é necessário diga-se de passagem, para estimular trabalho de parto) é necessária, que o forceps para primeira parto é necessário. Que mulher não tem que sentir dor, que parto é coisa sofrida e desnecessária....enfim...já se ouve tudo quanto é tipo de desculpa para se fazer uma cesária no Brasil hoje em dia.
Quanto a pergunta lá em cima?? Eu teoricamente teria que ficar calada. Mas sinceramente? não sei se conseguiria.
O que ficou comigo é a minha necessidade de empoderamento da parturiente ANTES do parto. Ela precisa ler, pesquisar, perguntar, frequentar uma reunião de apoio, conversar com pessoas que tenham o mesmo objetivo dela. Enfim...conhecimento nunca é bastante. Quando a mulher vira pra mim e fala "eu sabia que precisava de anestesia por que não teria força pra empurrar", ou "eu tinha que ter tido uma cesária pois o cordão estava em volta do pescoço" eu penso "quanto será que essa amiga pesquisou antes do parto??" Pois ela está vivendo num mundo de mitos e medos, que poderia ser resolvido com pesquisa científica. Gente tem TANTA coisa disponível para todos nós hoje em dia. Você não precisa ser uma médica ou obstetriz para ler essas coisas. É só pesquisar. Google academic tá aí para isso :)
Todos os dias eu tenho emails para responder de amigas, conhecidas e desconhecidas, falando sobre parto. Todos os dias eu recomendo livros, documentários, converso com pessoas e tento passa rum pouco das minhas leituras individuais para ajudar os outros. E todos os dias eu me sinto vencida pelo sistema, principalmente por que??
A) Falta de informação
B) Medo
E por que sua doula não te salva??
Simples. Ela não te salva, por que se você não correr atrás, não souber as informações por você mesmo, não destrinchar o mundo do parto. Você simplesmente vai se deixar levar pela insegurança na hora que for parir.
Vamos pensar comigo? Se eu não leio e não sei que circular de cordão não estrangula criança e que todos os nenéns nascem roxos (sim todos!mesmo que fiquem rosas imediatamente depois que nascem) a hora que meu médico chegar para mim e falar "querida, seu filho está sufocando e pode sofrer uma anoxia"eu correria para a cesária!!!
Se eu fiz meus estudos, eu vou perguntar para esse médico (e não minha doula- por que senão ela se queima e o médico vai ficar PAU da vida com ela). Mas peraí, vc já fez um cardiotoco? O neném tá em sofrimento? como que você sabe que ele tá em sofrimento? Ahhh, meu cardiotoco tá oscilando??aonde?? Você sabia que o coração do neném oscila durante a contração??
Querida amiga, se você não sabe dessas informações...infelizmente você vai ser enganada, pois no nosso sistema precário obstétrico o médico sempre acha que sabe tanto quanto Deus. Essa é a infeliz verdade. E eu posso concordar que médicos são treinados para as patologias, mas para comigo e pensa de novo: "95% das brasileiras tem patologias que as impossibilitam de parir??""
E vamos para o sistema público: "54% das mulheres tem patologias para parir?? e são defeituosos ou incapazes?" Por que é assim que os médicos nos fazem sentir quando não conseguimos um parto normal ne?? Pois é...eu digo que não...eu digo que nenhuma de nós é defeituoso, nem as que precisas de cesária. Eu digo que o problema está no treinamento, insegurança e falta de atualização dos nossos médicos hoje em dia. Nessa profissão ou você se atualizada SEMPRE ou então amigo...vc vai virar um carniceiro!
Então minha querida amiga que está lendo esse blog. SE EMPODERE. Cuide você mesmo da sua gestação e do seu parto, peça para a sua doula mil leituras, leve mil perguntas para as suas consultas pré natal. Não tenha medo de peitar seu médico e pedir explicações. Se ele for bom, irá te responder com alegria!!! Médicos bons adoram mulheres bem informadas.
A doula está do seu lado no pré-parto para te guiar e para te ajudar a conhecer mais sobre o parto. Converse com ela, leia livros....leia relatos de parto. Entre em grupos no facebook...enfim...pegue o seu parto e seja a protagonista dele. Por que você MULHER é capaz, é poderosa, é linda, é única e CONSEGUE!! Você consegue!!! Eu confio em você....a parte mais difícil é saber: você confia no seu próprio corpo? confia na sua capacidade???
Olha lá no fundo e pensa sobre isso...e depois livre-se do mito de que só a doula te salva. Ou só o médico te salva, ou que a parteira é perigosa. O maior perigo para o parto eu ouso dizer são os nossos medos e inseguranças. São os mitos e as informações distorcidas que recebemos de familiares, amigos e até médicos.
A doula pode te ajudar, pode segurar tua mão e caminhar com você o tempo todo. Mas no fim o parto é seu...e quem precisa ter força para parir é você. Portanto empodere-se (ou pergunte-me como você pode se empoderar) é um longo caminho,mas totalmente real e possível. Para todas nós! :)
segunda-feira, 3 de junho de 2013
O que é uma doula?
DOULA: da origem grega que quer dizer literalmente escrava. Como a conotação da palavra é negativa na Grécia, deu-se a tradução livre "a mulher que serve"
Sabe qual o país que tem mais doulas? Estados Unidos. E o mais engraçado é que a revolução do parto começou lá ne? Pois apesar de toda a tecnologia disponível por lá, a taxa de mortalidade do país está longe de ser uma das melhores do mundo. E o mesmo acontece aqui. Nossa taxa de mortalidade materna e infantil (e o número de internações na UTI aqui é ridículamente alto) é uma das piores do mundo, perdendo inclusive para países muito menos desenvolvidos, como por exemplo a Tailândia. (quem não está acompanhando o programa "Parto pelo mundo"acompanhe e vão ver a situação perinatal em vários lugares do mundo. Uma delícia esse programa!)
De todas as coisas que eu aprendi sobre doulagem, essa tradução diz tudo: estamos ali para servir a mulher.
Sejamos realistas, hoje em dia os médicos mal passam mais do que 15 minutos com as gestantes em seus consultórios uma vez por mês, como é que poderiam auxilia-las em alguma coisa?
A doula não tem nenhuma obrigação médica profissional, inclusive nem precisa ter uma formação na área da saúde (o que eu particularmente acho que ajudaria muito). Mas basta uma mulher familiarizada a fisiologia do parto, que esteja disposta a ajudar uma amiga parturiente em seu momento mais vulnerável, e acima de tudo, EU acredito que não pode se desesperar enquanto acompanha um parto. A doula acalma, acalenta, paparica a mulher. Ela é o racional da mulher que naquele momento não pode ser racional e precisa viver seu parto de maneira primata.
Primata? mas por que? Parece super radical ne?
Para aqueles que não sabem, eu sou SUPER fã da Ina May Gaskin. Posso contar sobre o que já sei da vida dela em um outro post (Quem quiser saber sobre ela, escreve ali nos comentários por favor!)
Tem muito para falar dessa mulher maravilhosa. Estou lendo o terceiro livro dela, e não consigo parar, ela tem tanto conhecimento para compartilhar e tanta experiência :) ADORO!!!
Ina May fala um pouco no livro "Spiritual Midwifery" sobre deixar nosso "primata"parir. Quando estamos em trabalho de parto (TP) entramos num estado alterado de consciência caracterizado como "Partolância"que nada mais é do que o nosso neocortex apagado. Ou seja, a parte do nosso cérebro que cuida da consciência, está literalmente apagado para que possamos NÃO PENSAR!! incrível ne? Nossa fisiologia surpreende, principalmente quando a deixamos agir naturalmente...
O difícil no TP é que a maioria das mulheres não se entrega ao ponto de conseguir se desligar de tudo e não pensar. Essa nossa necessidade de controlar tudo, de sentir tudo....é difícil de combater. Algumas descrições muito encontradas em relatos de parto de mulheres que entraram na partolândia são: "perdi a noção do tempo", "não lembro do trabalho de parto", "Não lembro quem estava lá", "não senti o tempo passar"...tudo isso é um estado alterado de consciência.
Quando nos deixamos levar, acabamos instintivamente sabendo o que fazer durante o parto, as posições, os barulhos que nos fazem sentir bem (tons graves ajudam a abrir o cervix, boca-anus/cervix estão conectados e relaxando o maxilar, conseguimos relaxar o cervix e consequentemente deixar que as contrações façam seu trabalho de dilatação), se andamos ou deitamos, se ajoelhamos no chão e ficamos de quatro, ou se entramos na banheira...o negócio é se deixar levar pelo que o corpo pede. Esse é o momento onde o corpo vai nos guiar para o que será melhor....
A doula permite que a mulher se desligue do mundo, justamente porque ela está cuidando de todo o resto que poderia interferir naquele momento da mulher. Se ela se ajoelha no chão por que ajuda a aliviar as contrações, ela já arranja uma almofada pro joelho. Ela cuida do bem estar da parturiente, se está bem alimentada, se está o mais comfortável possível. Se pode ajudar no alívio da dor com massagens, sugestão de posições diferentes, banhos quentes etc. Ela está sempre dois passos a frente da gestante. Enquanto isso a parteira está preocupada em cuidar da saúde do bebê e da gestante. A parte médica e técnica do parto. A doula não entra nesse spectrum.
Vale ressaltar que a doula não substitui o marido/acompanhante. Ela é uma complemento. Pessoalmente, uma doula me ajudaria muito por ter a experiência de acompanhar partos que o meu marido não tem. Ela pode ajudar o marido a massagear a esposa, e a estar calmo e auxiliar no que ela precisar.
Adorei o curso de doulas. Foi realmente enriquecedor entender um pouco mais de onde vem essa profissão, e o quão importante que ela é. TODA MULHER MERECE UMA DOULA! ( E agora uma foto pra derreter o coração!)
Uma outra coisa muito legal que eu gostaria de compartilhar também é que o nosso crescimento pessoal, sempre envolve dor. Se formos pensar, as situações mais difíceis da vida, são aquelas que trazem os maiores aprendizados. Por que tentamos evitar esse aprendizado durante o parto?? pode ser o acontecimento mais transformador da nossas vidas. O que tiramos força para todo o resto, o que nos faz não APENAS respeitar nosso corpo por ser tão perfeito e poderoso, como também nos amar por termos capacidade de parir. Conheço tantas histórias de mulheres do mundo humanizado, relatos delas mesmas, que sempre incluem um respeito e um certo espanto pelo fato de se sentirem tão bem consigo mesmas. Através da auto confiança que desenvolvemos, podermos nos tornar ainda melhores mães. Pois a maternidade não vem livre de dificuldades não e? Por que não começar aliados a essa força transformadora?
Fica aqui minhas primeiras impressões sobre a doulagem. Ainda tem mais pela frente...alguém tem alguma pergunta?
Sabe qual o país que tem mais doulas? Estados Unidos. E o mais engraçado é que a revolução do parto começou lá ne? Pois apesar de toda a tecnologia disponível por lá, a taxa de mortalidade do país está longe de ser uma das melhores do mundo. E o mesmo acontece aqui. Nossa taxa de mortalidade materna e infantil (e o número de internações na UTI aqui é ridículamente alto) é uma das piores do mundo, perdendo inclusive para países muito menos desenvolvidos, como por exemplo a Tailândia. (quem não está acompanhando o programa "Parto pelo mundo"acompanhe e vão ver a situação perinatal em vários lugares do mundo. Uma delícia esse programa!)
De todas as coisas que eu aprendi sobre doulagem, essa tradução diz tudo: estamos ali para servir a mulher.
Sejamos realistas, hoje em dia os médicos mal passam mais do que 15 minutos com as gestantes em seus consultórios uma vez por mês, como é que poderiam auxilia-las em alguma coisa?
A doula não tem nenhuma obrigação médica profissional, inclusive nem precisa ter uma formação na área da saúde (o que eu particularmente acho que ajudaria muito). Mas basta uma mulher familiarizada a fisiologia do parto, que esteja disposta a ajudar uma amiga parturiente em seu momento mais vulnerável, e acima de tudo, EU acredito que não pode se desesperar enquanto acompanha um parto. A doula acalma, acalenta, paparica a mulher. Ela é o racional da mulher que naquele momento não pode ser racional e precisa viver seu parto de maneira primata.
Primata? mas por que? Parece super radical ne?
Para aqueles que não sabem, eu sou SUPER fã da Ina May Gaskin. Posso contar sobre o que já sei da vida dela em um outro post (Quem quiser saber sobre ela, escreve ali nos comentários por favor!)
Tem muito para falar dessa mulher maravilhosa. Estou lendo o terceiro livro dela, e não consigo parar, ela tem tanto conhecimento para compartilhar e tanta experiência :) ADORO!!!
Ina May fala um pouco no livro "Spiritual Midwifery" sobre deixar nosso "primata"parir. Quando estamos em trabalho de parto (TP) entramos num estado alterado de consciência caracterizado como "Partolância"que nada mais é do que o nosso neocortex apagado. Ou seja, a parte do nosso cérebro que cuida da consciência, está literalmente apagado para que possamos NÃO PENSAR!! incrível ne? Nossa fisiologia surpreende, principalmente quando a deixamos agir naturalmente...
O difícil no TP é que a maioria das mulheres não se entrega ao ponto de conseguir se desligar de tudo e não pensar. Essa nossa necessidade de controlar tudo, de sentir tudo....é difícil de combater. Algumas descrições muito encontradas em relatos de parto de mulheres que entraram na partolândia são: "perdi a noção do tempo", "não lembro do trabalho de parto", "Não lembro quem estava lá", "não senti o tempo passar"...tudo isso é um estado alterado de consciência.
Quando nos deixamos levar, acabamos instintivamente sabendo o que fazer durante o parto, as posições, os barulhos que nos fazem sentir bem (tons graves ajudam a abrir o cervix, boca-anus/cervix estão conectados e relaxando o maxilar, conseguimos relaxar o cervix e consequentemente deixar que as contrações façam seu trabalho de dilatação), se andamos ou deitamos, se ajoelhamos no chão e ficamos de quatro, ou se entramos na banheira...o negócio é se deixar levar pelo que o corpo pede. Esse é o momento onde o corpo vai nos guiar para o que será melhor....
Vale ressaltar que a doula não substitui o marido/acompanhante. Ela é uma complemento. Pessoalmente, uma doula me ajudaria muito por ter a experiência de acompanhar partos que o meu marido não tem. Ela pode ajudar o marido a massagear a esposa, e a estar calmo e auxiliar no que ela precisar.
Adorei o curso de doulas. Foi realmente enriquecedor entender um pouco mais de onde vem essa profissão, e o quão importante que ela é. TODA MULHER MERECE UMA DOULA! ( E agora uma foto pra derreter o coração!)
Uma outra coisa muito legal que eu gostaria de compartilhar também é que o nosso crescimento pessoal, sempre envolve dor. Se formos pensar, as situações mais difíceis da vida, são aquelas que trazem os maiores aprendizados. Por que tentamos evitar esse aprendizado durante o parto?? pode ser o acontecimento mais transformador da nossas vidas. O que tiramos força para todo o resto, o que nos faz não APENAS respeitar nosso corpo por ser tão perfeito e poderoso, como também nos amar por termos capacidade de parir. Conheço tantas histórias de mulheres do mundo humanizado, relatos delas mesmas, que sempre incluem um respeito e um certo espanto pelo fato de se sentirem tão bem consigo mesmas. Através da auto confiança que desenvolvemos, podermos nos tornar ainda melhores mães. Pois a maternidade não vem livre de dificuldades não e? Por que não começar aliados a essa força transformadora?
Fica aqui minhas primeiras impressões sobre a doulagem. Ainda tem mais pela frente...alguém tem alguma pergunta?
sábado, 1 de junho de 2013
Aprendizados vindos da minha cirurgia....
Alguns de vocês sabem que eu tive uma cirurgia para corrigir uma laceração no tendão do dedão esquerdo. Eu estava lavando louça na cozinha quando um copo de vidro caiu e eu levei 5 pontos. Nunca pensei que precisaria fazer uma cirurgia e ficar com uma bota e um pino por 6 semanas. Que dirá não poder andar direito por 2 semanas. Mas cá estou eu me recuperando da cirurgia que foi no sábado dia 25. Passei por tanta dor no pé...que cheguei a pensar várias vezes que preferia estar parindo àquela dor latejante e contínua. Horrível. Tive também que tomar a anestesia raqui. A mesma que tomam as mulheres que fazer a cesária. E pensei comigo, como eu não gostaria de passar por aquilo de maneira eletiva.
Mas enfim, o bom é que foi uma experiência de aprendizado, e sou feliz por ter tido médicos que se preocuparam comigo, e foram muito carinhosos. Fui muito bem cuidada e amparada, pelo meu ortopedista e pelo meu anestesista, que sabia o quão nervosa eu estava pelo bem estar do Benjamin, e passava o tempo todo olhando pra mim, e perguntando como eu estava. Ele me deixou optar por não ter a mão amarrada, e também me deixou escolher se eu queria ser sedada ou não. Foi uma cirurgia só com o bloqueio, e sem sedação. Pois eu queria estar acordada para tudo. No dia anterior, um outro anestesista, que eu sabia que não era o que estaria na cirurgia mesmo, perguntou se podia me dar um pré anestésico (um remédio para me fazer ter sono) e eu neguei. Para que mais drogas se eu já vou ter que tomar a bendita raqui?? No final foi bem tranquilo. Não fui sedada, nem me deram remédio pra me "acalmar"...foi só o bloqueio da raqui mesmo. Ainda bem. Eu só ficava imaginando o Benjamin doidão na minha barriga com um bando de remédio nele.
O Dr. Luis, anestesista falou que quando eu cheguei no centro cirúrgico ele viu que minha pressão estava alta, meu coração batia forte,mas ele não me falou nada, pra não me deixar mais nervosa. Conforme as coisas foram acontecendo, eu fiquei mais calma. Conversei com a obstetriz que acompanhou a cirurgia, e monitorou o Benja no cardiotoco o tempo todo. Ela realmente foi uma querida. Perguntou sobre minhas filhas, ela ouvia o que eu falava, respondia com doçura. Foi ótimo. Notei que a equipe queria me convencer a desistir do meu parto domiciliar, que virou pauta de conversa durante a cirurgia. Mas eu sorri amarelo, e continuei conversando. Mais do que nunca estava decidida a ter meu parto em casa. Sem nenhuma daquelas intervenções, que são ótimas quando se está salvando a vida de uma mãe ou de um bebê,mas que por escolha própria, eu não passaria por aquilo de jeito nenhum! :) Saí do hospital com uma fé renovada nos bons médicos que temos no Brasil. Não necessariamente os obstetras, mas os bons profissionais que escolhem a medicina e entendem o seu grande papel no bem estar da vida das pessoas. Não são muitos, mas eles existem :) Inclusive as enfermeiras queridas, prestativas e realmente preocupadas com os pacientes, também existem, mas também não são muitas!! Digo isso por que tive que ter ajuda pra ir ao banheiro e tomar banho, e isso foi bem humilhante. E foram poucas as que me fizeram sentir que eu não estava sendo um fardo pra elas. Em um momento tão vulnerável é preciso uma empatia tremenda por parte desses profissionais, para que nós, pacientes, nos sintamos bem, e confortáveis! Uma auxiliar de enfermagem, e uma enfermeira, se destacaram pra mim e foram essencias.
Os primeiros 3 dias foi de dor terrível, eu só conseguia dormir com o analgésico mais forte que podia tomar por causa da gravidez. Me sentia muito culpada por precisar de um analgésico,mas não aguentava aquela dor constante, como eu disse antes, preferia parir do que sentir aquilo! Além de ter um pino no dedo, dentro do osso (acho que isso foi o que me pegou mais) ainda tinha os pontos que estavam latejando. Toda vez que eu colocava o pé no chão e o sangue descia pro pé, nossa DOIA!!!! O que eu tirei dessa experiencia??
1- Fico imaginando minhas amigas que tiveram cesárias e que tiveram que se recuperar e cuidar dos seus bebês. NOSSA!!! Eu não conseguia nem ficar acordada direito, muito cansada e com muita dor. Essa é a recuperação de qualquer cirurgia né? Sem necessidade, não entendo como as mulheres acham que podem passar por uma cirurgia sem dor. Quem diz que a recuperação foi indolor, está se enganando.
2- Percebi quantas pessoas precisam me ajudar nessa hora, e o quanto eu dependo do amor e boa vontade de tantas pessoas. Tenho a minha sogra levando as crianças na escola e fica com elas o dia toda, brincando e cuidando e ajudando a minha avó, minha avó que veio ficar comigo também fazendo comida e lavando a roupa aqui em casa. Meu marido que faz tudo quando chega em casa, inclusive colocar as crianças na cama, sendo que só manco para a cama e fico lá lendo livros com as meninas e brincando com elas sentada. Todos me ajudam e pegam comida para mim e cuidam de mim a maior parte do tempo. Está realmente sendo uma experiência que tem me trazido uma posição de humildade e gratidão pela minha família e amigos. Tenho uma amiga do prédio que traz as crianças da escola para mim, e outra que sempre está pronta se eu precisar que ela leve as crianças para a escola :) É emocionante ter tanta ajuda! :)
Muitas coisas boas vieram dessa experiência. E eu agradeço muito a ajuda e carinho das pessoas que estiveram envolvidas nessa confusão que tem sido minha vida nessas últimas duas semanas. Desde a notícia da cirurgia, a preparação da família para a cirurgia, até a volta pra casa. Obrigada, obrigada, obrigada!
Na segunda feira em casa, recebi uma ligação do GAMA, dizendo que eu teria vaga para o curso de doulas. Meu nome estava na lista de espera, e deu certo de eu fazer o curso. Eu fiquei tão feliz!!!!!! Sabia que seria um desafio fazer o curso com o pé pra cima o tempo todo (O primeiro dia foi o mais desconfortável). Mas foi uma oportunidade única e maravilhosa, pois eu já tinha quem ficasse com as meninas. E o curso durou o dia todo. Pude fazer os 4 dias de curso tranquila que as meninas estavam bem, e me focar nesse sonho que tinha! Que foi muito muito legal!! Descobri muita coisa sobre mim e sobre a profissão de doula :) E tracei novas metas pro futuro, agora com uma idéia melhor do que tenho que fazer daqui pra frente....
E o próximo post será sobre as coisas que aprendi no curso :) muito pela frente ainda....
Mas enfim, o bom é que foi uma experiência de aprendizado, e sou feliz por ter tido médicos que se preocuparam comigo, e foram muito carinhosos. Fui muito bem cuidada e amparada, pelo meu ortopedista e pelo meu anestesista, que sabia o quão nervosa eu estava pelo bem estar do Benjamin, e passava o tempo todo olhando pra mim, e perguntando como eu estava. Ele me deixou optar por não ter a mão amarrada, e também me deixou escolher se eu queria ser sedada ou não. Foi uma cirurgia só com o bloqueio, e sem sedação. Pois eu queria estar acordada para tudo. No dia anterior, um outro anestesista, que eu sabia que não era o que estaria na cirurgia mesmo, perguntou se podia me dar um pré anestésico (um remédio para me fazer ter sono) e eu neguei. Para que mais drogas se eu já vou ter que tomar a bendita raqui?? No final foi bem tranquilo. Não fui sedada, nem me deram remédio pra me "acalmar"...foi só o bloqueio da raqui mesmo. Ainda bem. Eu só ficava imaginando o Benjamin doidão na minha barriga com um bando de remédio nele.
O Dr. Luis, anestesista falou que quando eu cheguei no centro cirúrgico ele viu que minha pressão estava alta, meu coração batia forte,mas ele não me falou nada, pra não me deixar mais nervosa. Conforme as coisas foram acontecendo, eu fiquei mais calma. Conversei com a obstetriz que acompanhou a cirurgia, e monitorou o Benja no cardiotoco o tempo todo. Ela realmente foi uma querida. Perguntou sobre minhas filhas, ela ouvia o que eu falava, respondia com doçura. Foi ótimo. Notei que a equipe queria me convencer a desistir do meu parto domiciliar, que virou pauta de conversa durante a cirurgia. Mas eu sorri amarelo, e continuei conversando. Mais do que nunca estava decidida a ter meu parto em casa. Sem nenhuma daquelas intervenções, que são ótimas quando se está salvando a vida de uma mãe ou de um bebê,mas que por escolha própria, eu não passaria por aquilo de jeito nenhum! :) Saí do hospital com uma fé renovada nos bons médicos que temos no Brasil. Não necessariamente os obstetras, mas os bons profissionais que escolhem a medicina e entendem o seu grande papel no bem estar da vida das pessoas. Não são muitos, mas eles existem :) Inclusive as enfermeiras queridas, prestativas e realmente preocupadas com os pacientes, também existem, mas também não são muitas!! Digo isso por que tive que ter ajuda pra ir ao banheiro e tomar banho, e isso foi bem humilhante. E foram poucas as que me fizeram sentir que eu não estava sendo um fardo pra elas. Em um momento tão vulnerável é preciso uma empatia tremenda por parte desses profissionais, para que nós, pacientes, nos sintamos bem, e confortáveis! Uma auxiliar de enfermagem, e uma enfermeira, se destacaram pra mim e foram essencias.
Os primeiros 3 dias foi de dor terrível, eu só conseguia dormir com o analgésico mais forte que podia tomar por causa da gravidez. Me sentia muito culpada por precisar de um analgésico,mas não aguentava aquela dor constante, como eu disse antes, preferia parir do que sentir aquilo! Além de ter um pino no dedo, dentro do osso (acho que isso foi o que me pegou mais) ainda tinha os pontos que estavam latejando. Toda vez que eu colocava o pé no chão e o sangue descia pro pé, nossa DOIA!!!! O que eu tirei dessa experiencia??
1- Fico imaginando minhas amigas que tiveram cesárias e que tiveram que se recuperar e cuidar dos seus bebês. NOSSA!!! Eu não conseguia nem ficar acordada direito, muito cansada e com muita dor. Essa é a recuperação de qualquer cirurgia né? Sem necessidade, não entendo como as mulheres acham que podem passar por uma cirurgia sem dor. Quem diz que a recuperação foi indolor, está se enganando.
2- Percebi quantas pessoas precisam me ajudar nessa hora, e o quanto eu dependo do amor e boa vontade de tantas pessoas. Tenho a minha sogra levando as crianças na escola e fica com elas o dia toda, brincando e cuidando e ajudando a minha avó, minha avó que veio ficar comigo também fazendo comida e lavando a roupa aqui em casa. Meu marido que faz tudo quando chega em casa, inclusive colocar as crianças na cama, sendo que só manco para a cama e fico lá lendo livros com as meninas e brincando com elas sentada. Todos me ajudam e pegam comida para mim e cuidam de mim a maior parte do tempo. Está realmente sendo uma experiência que tem me trazido uma posição de humildade e gratidão pela minha família e amigos. Tenho uma amiga do prédio que traz as crianças da escola para mim, e outra que sempre está pronta se eu precisar que ela leve as crianças para a escola :) É emocionante ter tanta ajuda! :)
Muitas coisas boas vieram dessa experiência. E eu agradeço muito a ajuda e carinho das pessoas que estiveram envolvidas nessa confusão que tem sido minha vida nessas últimas duas semanas. Desde a notícia da cirurgia, a preparação da família para a cirurgia, até a volta pra casa. Obrigada, obrigada, obrigada!
Na segunda feira em casa, recebi uma ligação do GAMA, dizendo que eu teria vaga para o curso de doulas. Meu nome estava na lista de espera, e deu certo de eu fazer o curso. Eu fiquei tão feliz!!!!!! Sabia que seria um desafio fazer o curso com o pé pra cima o tempo todo (O primeiro dia foi o mais desconfortável). Mas foi uma oportunidade única e maravilhosa, pois eu já tinha quem ficasse com as meninas. E o curso durou o dia todo. Pude fazer os 4 dias de curso tranquila que as meninas estavam bem, e me focar nesse sonho que tinha! Que foi muito muito legal!! Descobri muita coisa sobre mim e sobre a profissão de doula :) E tracei novas metas pro futuro, agora com uma idéia melhor do que tenho que fazer daqui pra frente....
E o próximo post será sobre as coisas que aprendi no curso :) muito pela frente ainda....
sábado, 4 de maio de 2013
10 passos para um bom parto
A umas semanas atrás no GAMA o tema foi: 10 passos para um bom parto. Adorei o tema pois engloba tudo que precisa ser feito no Brasil para a busca do parto dos seus sonhos. Não existem promessas de que tudo vão ser flores, pois o parto em si é uma transformação, mas uma coisa é garantida: você vai ser respeitada, amparada e vai poder se transformar num momento único e íntimo. Esses passos acredito terem sido uma coleção dos anos de experiência da Ana Cris trabalhando nessa área. Inclusive a Ana é minha amada parteira :)
1) Saiba qual é o seu real desejo de parto
Quando você se imagina parindo, aonde está? (hospital/ casa de parto/ em casa) com quem está? (marido/doula/mãe/sogra/parteira/médico) que posição gostaria de parir? (cócoras/ na aguá/ de quatro). Investigue-se. Saiba o que você quer e não quer. Isso inclusive pode ajudar no seu plano de parto.
2) Escolha seu modelo de assistência
Natural? Normal com analgesia? Cesária?
É importante saber que com cada escolha vem as consequências, ou seja você não pode escolher uma cesária e ser a primeira a pegar no seu filho, nem esperar passar a primeira hora dele amamentando ou tendo contato de pele com a criança. As suas escolhas definitivamente limitam o que vai poder acontecer depois do parto. Inclusive a analgesia pode prejudicar a sua recuperação e como a criança nascerá (minha filha ficou meio devagarzinha nas primeiras horas de nascimento pela analgesia que eu tomei com ela, cada bebê reage de um jeito e não tem como prever). Claro que se for pra escolher, que seja o normal com analgesia. Existem histórias maravilhosas, mulheres que amam sua experiência, e bebês que nascem super bem também. Não estou de maneira nenhuma dizendo que a analgesia é ruim. Mas como toda a intervenção, precisa ser feita com conhecimento, e sempre analisando "riscos vs. benefícios"
3) Escolha o local de parto
Super simples né? Hospital/ casa de parto/ em casa. Se for no hospital, qual seria? qual o seu convênio cobre?
4) Confie no seu processo (ou em outras palavras no seu corpo)
Saiba que o parto é sim difícil,mas se o objetivo fosse passar pela vida com tudo de mão beijada, acredito que nem precisaríamos nos tornar mães. Tem coisa mais difícil do que ser mãe e educar os filhos da melhor forma possível?
A transformação que eu sempre menciono que acontece durante o parto se vem do fato de você ter que encarar o seu "bicho papão" Seus medos do subconsciente, suas inseguranças, tudo isso aflora durante o parto. E muitas mulheres tem verdadeiras crises existencias durante aquele curto período de tempo. E tudo bem!! É pra isso que temos as doulas/ maridos. :) Eles são o seu racional quando você está num momento "irracional" da partolândia.
Inclusive eu acredito que as dificuldades/inseguranças e medo podem criar corpo em forma da fisiologia da mulher durante o parto. Todo livro da Ina May Gaskin que eu já li até hoje tem alguma história que ela conta de partos atendidos por ela e que demonstram esse evento. Uma dessas histórias por exemplo era de uma mulher que tinha medo de se tornar mãe e medo da dor. Uma vez que ela teve a capacidade de colocar isso pra fora e dividir isso com as pessoas que estava, a volta dela (parteira, marido) ela foi de 8 cm pra dilatação completa. Vale ressaltar que ela estava parada nos 8 cm a muitas horas (se não me engano 9 horas parada), o que em qualquer outro sistema,mesmo que o bebê estivesse bem (como foi nesse caso) os médicos já teriam diagnosticado a mulher como falta de dilatação, e teriam sugerido uma cesária. As vezes os medos podem ser muitos outros. Eu por exemplo no nascimento da Julie fiquei um tempo paradas nos 7 cm, internamente eu morria de medo dela ser anã. Havia a possibilidade desse diagnóstico por conta de um ultrasom que eu fiz no último semestre e isso me fez sofrer muito, sem saber como lidar com a situação e como seria a vida dela, e como eu poderia ajudá-la. Eu pensava em como ela poderia ser gozada pelos coleguinhas....e enfim, mil coisas vieram na minha cabeça. Tudo isso origem de um medo que eu não externei e que me deixou um tempinho (não muito, pois eu estava consciente desse medo) parada em 7 cm. Hoje em dia temos o dignóstico dela: falta de hormónio de crescimento. Ela tem um deficit muito grande e portanto vai ter que tomar GH,massssss...estamos super tranquilos, porque de tudo que poderia ser, esse realmente é o menor dos nossos problemas. :)
6) Escolha a sua equipe
Outra coisa super difícil aqui no Brasil. Em São Paulo temos uns 8 médicos humanizados, e umas 4 parteiras disponíveis (considerando a população Paulista isso não é nada) mas em cidades menores, e outros estados existe um deficit muito grande de profissionais humanizados. Mas aqui em SP temos alternativas, e você pode ter o parto do jeito que quiser. Só que tem que ser pago no particular.
Vou dedicar um post exclusivo pra explicar sobre a situação dos convênios médicos aqui no Brasil e como isso influência na hora do nosso parto. Posso dizer também que a maioria dos profissionais humanizados que eu conheço estão dispostos a parcelar e trabalhar com a gestante, pois eles sabem que pagar qualquer coisa do bolso é muito difícil para a maioria do Brasil.
É super importante ter uma equipe humanizada. E isso é difícil pois muitos de nós ainda temos na mente "se eu pago convênio, tem que ser coberto pelo convênio". Mas eu estou aqui pra te dizer, que NÃO. Médico conveniado não vai fazer o parto que você quer. Eu posso te mostrar umas 700 mulheres que passaram por esse caminho e não deu certo, eu posso te mostrar 95% de taxas de cesárias nos hospitais particulares de SP. Portanto se você está disposta a jogar com 5% de chance de dar certo...eu já vou te desejar uma boa cesária :)
7) Tenha uma doula :)
Isso é especialmente importante para quem está no primeiro parto,mas não deixa de seguir importante para partos subsequentes. Se você sofre do mal de não ter uma marido que quer participar muito da gestação no quisito ler ler e ler sobre isso, vai ser de grande benefício ter uma especialista em te ampara emocionalmente durante esse momento que dá medo pra qualquer mulher. Ou mesmo que você tenha uma marido super participativo,mas que não tem experiência em parto, ou não tem tempo pra ler sobre parto com você, a doula vai ser o braço direito de vocês dois. Lembra que eu falei que ela é o seu racional num momento "irracional" (entre parenteses, por que a conotação dessa palavra pode ser vista como ruim,mas na verdade quer dizer que você vai estar em outro mundo por conta dos hormônios de parto- totalmente normal)
8) Conheça o processo do parto
CONHECIMENTO É PODER. Eu tenho uma amiga minha que foi extremamente enganada pela médica. Aliás não sei se enganada é a palavra correta, ela se deixou levar por falta de informação e medo (coisas completamente normais) . A amiga dilatou até 10 cm, e o neném ainda não estava no canal vaginal. A médica tinha um compromisso em uma hora, e queria terminar com aquilo logo, mostrou o forceps para a amiga, que ficou apavorada por não sabia o que aquilo poderia fazer com a criança dela, e a médica dessa maneira fez uma cesária completamente desnecessária, numa mulher saudável por que tinha uma compromisso. Conveniente né?
Faz bem para todo mundo (TODO MUNDO MESMO) saber o processo fisiológico do parto. Quando a mulher alega que não dilatou, que teve que fazer cesária por que o filho estava com circular de cordão no pescoço, que o neném não encaixou eu posso te dar o meu dedo mindinho como essa pessoa não entende bulhufas de parto. (Isso inclui enfermeiras formadas viu?) Tenho uma conhecida que nunca passou de 39 semanas e jura que não entra em TP, tipo, como se ela tivesse uma doença sabe?
Responda as seguintes perguntas:
- o que se espera durante um parto?
- como acontece o parto?
- o que é normal?
- o que é uma contração?
- qual a duração de uma contração?
- quando eu devo ir pro hospital?
- o que fazer para aliviar a dor?
- o que é um cervix? vagina? aonde acontece a dilatação? o colo do útero?
- como se mede a dilatação?
- o que pode afetar a minha dilatação?
Procure em sites confiáveis e não obtenha todas as suas informações de um lugar só. Tem muita gente por aí que fala muita besteira!! ;)
Prepare-se com o seu marido, quanto mais conhecimento vocês tiverem, mais seguros irão se sentir na hora do parto, e de tomar decisões juntamente com o seu médico/ parteira.
9) Trace seu plano de parto
Tenha um plano A e B (e um Z também).Vou dar meu exemplo: Meu plano A é um parto domiciliar com a Ana Cris, o meu plano B é o São Luiz com um obstetra humanizado ( que ainda não escolhi), o plano Z é o Einstein com um obstetra humanizado pq ele fica mais perto da minha casa, e se der zebra (por isso plano Z) o Einstein é pertíssimo da minha casa. Entendeu? Você precisa estar coberta...saber quais são suas opções, o que pode fazer caso de algo errado e quem vai estar com você. NUNCA abdique da sua equipe humanizado, em qualquer circunstância. Por que eu te garanto que até a sua cesária vai ser diferente de um médico de plantão.
10) Fique em casa na fase latente
A fase latente é a fase de início de dilatação. Onde as contrações são suportáveis e você pode ficar em casa. Quanto mais dilatada a gestante chegar no hospital, melhor será. Nessas horas é importante ter uma doula que pode ir pra sua casa te ajudar na hora que você precisar de uma força pra lidar com essas contrações. Ela te ajuda a se sentir bem em casa até a hora que for realmente para ir para o hospital. Tem um texto aqui da Casa Moara que fala sobre as fases do parto. Eu gostei desse aqui da doula Adele também.
A fase ativa do parto normalmente se apresenta quando as contrações estão de 3 em 3 minutos e com a duração de 1 minuto. Mas cada mulher é uma mulher né? Essa é a diretriz geral...
Se você seguir cada passo da lista, garanto que seu parto vai ser uma experiência bem diferente do que a maioria da população vai contar pra você: lindo, maravilhoso, transformador e prazeroso sim! :)
1) Saiba qual é o seu real desejo de parto
Quando você se imagina parindo, aonde está? (hospital/ casa de parto/ em casa) com quem está? (marido/doula/mãe/sogra/parteira/médico) que posição gostaria de parir? (cócoras/ na aguá/ de quatro). Investigue-se. Saiba o que você quer e não quer. Isso inclusive pode ajudar no seu plano de parto.
2) Escolha seu modelo de assistência
Natural? Normal com analgesia? Cesária?
É importante saber que com cada escolha vem as consequências, ou seja você não pode escolher uma cesária e ser a primeira a pegar no seu filho, nem esperar passar a primeira hora dele amamentando ou tendo contato de pele com a criança. As suas escolhas definitivamente limitam o que vai poder acontecer depois do parto. Inclusive a analgesia pode prejudicar a sua recuperação e como a criança nascerá (minha filha ficou meio devagarzinha nas primeiras horas de nascimento pela analgesia que eu tomei com ela, cada bebê reage de um jeito e não tem como prever). Claro que se for pra escolher, que seja o normal com analgesia. Existem histórias maravilhosas, mulheres que amam sua experiência, e bebês que nascem super bem também. Não estou de maneira nenhuma dizendo que a analgesia é ruim. Mas como toda a intervenção, precisa ser feita com conhecimento, e sempre analisando "riscos vs. benefícios"
3) Escolha o local de parto
Super simples né? Hospital/ casa de parto/ em casa. Se for no hospital, qual seria? qual o seu convênio cobre?
4) Confie no seu processo (ou em outras palavras no seu corpo)
Saiba que o parto é sim difícil,mas se o objetivo fosse passar pela vida com tudo de mão beijada, acredito que nem precisaríamos nos tornar mães. Tem coisa mais difícil do que ser mãe e educar os filhos da melhor forma possível?
A transformação que eu sempre menciono que acontece durante o parto se vem do fato de você ter que encarar o seu "bicho papão" Seus medos do subconsciente, suas inseguranças, tudo isso aflora durante o parto. E muitas mulheres tem verdadeiras crises existencias durante aquele curto período de tempo. E tudo bem!! É pra isso que temos as doulas/ maridos. :) Eles são o seu racional quando você está num momento "irracional" da partolândia.
Inclusive eu acredito que as dificuldades/inseguranças e medo podem criar corpo em forma da fisiologia da mulher durante o parto. Todo livro da Ina May Gaskin que eu já li até hoje tem alguma história que ela conta de partos atendidos por ela e que demonstram esse evento. Uma dessas histórias por exemplo era de uma mulher que tinha medo de se tornar mãe e medo da dor. Uma vez que ela teve a capacidade de colocar isso pra fora e dividir isso com as pessoas que estava, a volta dela (parteira, marido) ela foi de 8 cm pra dilatação completa. Vale ressaltar que ela estava parada nos 8 cm a muitas horas (se não me engano 9 horas parada), o que em qualquer outro sistema,mesmo que o bebê estivesse bem (como foi nesse caso) os médicos já teriam diagnosticado a mulher como falta de dilatação, e teriam sugerido uma cesária. As vezes os medos podem ser muitos outros. Eu por exemplo no nascimento da Julie fiquei um tempo paradas nos 7 cm, internamente eu morria de medo dela ser anã. Havia a possibilidade desse diagnóstico por conta de um ultrasom que eu fiz no último semestre e isso me fez sofrer muito, sem saber como lidar com a situação e como seria a vida dela, e como eu poderia ajudá-la. Eu pensava em como ela poderia ser gozada pelos coleguinhas....e enfim, mil coisas vieram na minha cabeça. Tudo isso origem de um medo que eu não externei e que me deixou um tempinho (não muito, pois eu estava consciente desse medo) parada em 7 cm. Hoje em dia temos o dignóstico dela: falta de hormónio de crescimento. Ela tem um deficit muito grande e portanto vai ter que tomar GH,massssss...estamos super tranquilos, porque de tudo que poderia ser, esse realmente é o menor dos nossos problemas. :)
6) Escolha a sua equipe
Outra coisa super difícil aqui no Brasil. Em São Paulo temos uns 8 médicos humanizados, e umas 4 parteiras disponíveis (considerando a população Paulista isso não é nada) mas em cidades menores, e outros estados existe um deficit muito grande de profissionais humanizados. Mas aqui em SP temos alternativas, e você pode ter o parto do jeito que quiser. Só que tem que ser pago no particular.
Vou dedicar um post exclusivo pra explicar sobre a situação dos convênios médicos aqui no Brasil e como isso influência na hora do nosso parto. Posso dizer também que a maioria dos profissionais humanizados que eu conheço estão dispostos a parcelar e trabalhar com a gestante, pois eles sabem que pagar qualquer coisa do bolso é muito difícil para a maioria do Brasil.
É super importante ter uma equipe humanizada. E isso é difícil pois muitos de nós ainda temos na mente "se eu pago convênio, tem que ser coberto pelo convênio". Mas eu estou aqui pra te dizer, que NÃO. Médico conveniado não vai fazer o parto que você quer. Eu posso te mostrar umas 700 mulheres que passaram por esse caminho e não deu certo, eu posso te mostrar 95% de taxas de cesárias nos hospitais particulares de SP. Portanto se você está disposta a jogar com 5% de chance de dar certo...eu já vou te desejar uma boa cesária :)
7) Tenha uma doula :)
Isso é especialmente importante para quem está no primeiro parto,mas não deixa de seguir importante para partos subsequentes. Se você sofre do mal de não ter uma marido que quer participar muito da gestação no quisito ler ler e ler sobre isso, vai ser de grande benefício ter uma especialista em te ampara emocionalmente durante esse momento que dá medo pra qualquer mulher. Ou mesmo que você tenha uma marido super participativo,mas que não tem experiência em parto, ou não tem tempo pra ler sobre parto com você, a doula vai ser o braço direito de vocês dois. Lembra que eu falei que ela é o seu racional num momento "irracional" (entre parenteses, por que a conotação dessa palavra pode ser vista como ruim,mas na verdade quer dizer que você vai estar em outro mundo por conta dos hormônios de parto- totalmente normal)
8) Conheça o processo do parto
CONHECIMENTO É PODER. Eu tenho uma amiga minha que foi extremamente enganada pela médica. Aliás não sei se enganada é a palavra correta, ela se deixou levar por falta de informação e medo (coisas completamente normais) . A amiga dilatou até 10 cm, e o neném ainda não estava no canal vaginal. A médica tinha um compromisso em uma hora, e queria terminar com aquilo logo, mostrou o forceps para a amiga, que ficou apavorada por não sabia o que aquilo poderia fazer com a criança dela, e a médica dessa maneira fez uma cesária completamente desnecessária, numa mulher saudável por que tinha uma compromisso. Conveniente né?
Faz bem para todo mundo (TODO MUNDO MESMO) saber o processo fisiológico do parto. Quando a mulher alega que não dilatou, que teve que fazer cesária por que o filho estava com circular de cordão no pescoço, que o neném não encaixou eu posso te dar o meu dedo mindinho como essa pessoa não entende bulhufas de parto. (Isso inclui enfermeiras formadas viu?) Tenho uma conhecida que nunca passou de 39 semanas e jura que não entra em TP, tipo, como se ela tivesse uma doença sabe?
Responda as seguintes perguntas:
- o que se espera durante um parto?
- como acontece o parto?
- o que é normal?
- o que é uma contração?
- qual a duração de uma contração?
- quando eu devo ir pro hospital?
- o que fazer para aliviar a dor?
- o que é um cervix? vagina? aonde acontece a dilatação? o colo do útero?
- como se mede a dilatação?
- o que pode afetar a minha dilatação?
Procure em sites confiáveis e não obtenha todas as suas informações de um lugar só. Tem muita gente por aí que fala muita besteira!! ;)
Prepare-se com o seu marido, quanto mais conhecimento vocês tiverem, mais seguros irão se sentir na hora do parto, e de tomar decisões juntamente com o seu médico/ parteira.
9) Trace seu plano de parto
Tenha um plano A e B (e um Z também).Vou dar meu exemplo: Meu plano A é um parto domiciliar com a Ana Cris, o meu plano B é o São Luiz com um obstetra humanizado ( que ainda não escolhi), o plano Z é o Einstein com um obstetra humanizado pq ele fica mais perto da minha casa, e se der zebra (por isso plano Z) o Einstein é pertíssimo da minha casa. Entendeu? Você precisa estar coberta...saber quais são suas opções, o que pode fazer caso de algo errado e quem vai estar com você. NUNCA abdique da sua equipe humanizado, em qualquer circunstância. Por que eu te garanto que até a sua cesária vai ser diferente de um médico de plantão.
10) Fique em casa na fase latente
A fase latente é a fase de início de dilatação. Onde as contrações são suportáveis e você pode ficar em casa. Quanto mais dilatada a gestante chegar no hospital, melhor será. Nessas horas é importante ter uma doula que pode ir pra sua casa te ajudar na hora que você precisar de uma força pra lidar com essas contrações. Ela te ajuda a se sentir bem em casa até a hora que for realmente para ir para o hospital. Tem um texto aqui da Casa Moara que fala sobre as fases do parto. Eu gostei desse aqui da doula Adele também.
A fase ativa do parto normalmente se apresenta quando as contrações estão de 3 em 3 minutos e com a duração de 1 minuto. Mas cada mulher é uma mulher né? Essa é a diretriz geral...
Se você seguir cada passo da lista, garanto que seu parto vai ser uma experiência bem diferente do que a maioria da população vai contar pra você: lindo, maravilhoso, transformador e prazeroso sim! :)
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Relato do nascimento da Bia
Eis que quase dois anos depois, a minha pequena Beatriz estava para fazer a sua aparição. A gravidez de início foi algo magnífico. Eu durante uma visita de umas amigas em casa, estávamos falando de como ela tinha 4 filhos e mesmo assim continuava estudando para ter o seu bacharel, e como era difícil,mas como valia a pena. E naquele momento eu senti que deveria ter outro filho. Foi um sentimento muito claro. O negócio agora era convencer meu marido né?
Dois meses depois do evento fiz um teste que veio positivo, e mandei uma foto para ele por mensagem de telefone. Demorou um pouco para cair a ficha,mas ele me ligou depois e perguntou "você está brincando né?" Hummmm, não....eu não conseguiria fingir um teste positivo :)
Na segunda vez eu achei que não estaria tãããão ansiosa. Mas chegando nas 38 semanas eu percebi que não tem jeito, a gente fica na ansiedade achando que a criança vai nascer cedo com qualquer gravidez. Inclusive agora na quarta acredito que vou chegar nesse ponto! :)
No dia do meu DPP eu fui para a cama achando que estaria passando da minha data afinal, mas durante aquela noite, tive contrações a noite inteira de 7 em 7 minutos (depois de um tempo comecei a cronometrar). Quando eu percebi que essas contrações não iriam pra lado nenhum, pois melhoravam quando eu me mexia, tentei dormir....e acordei quebrada no dia seguinte, pois acordei várias vezes com as tais amigas contrações...mas pela manhã elas já não vinham mais...então tentei prosseguir com o dia. As contrações vinham e iam...eram os pródomos!!!
Fui na minha obstetriz (parteira) pela manhã e ela me disse que eu estava dilatava pra 4 cm. Mas que a neném estava muito alta. Eu naquela época imaginava que quando a minha bolsa estourasse eu entraria em TP efetivo. Mal sabia eu aonde estava me metendo, pedindo pra parteira estourar a minha bolsa. Como a neném estava alta, ela me falou que não iria estourar a bolsa, por medo de prolapso do cordão. Fiquei meio decepcionada,mas segui em frente. Ela me disse pra caminhar, e tentar algumas maneiras mais naturais de indução de parto. Caminhar, estímulo dos seios (usando a bomba de sugar leite, isso aumenta o nível de ocitocina, que é o hormônio que induz o parto)...enfim...fiz essas coisas e as contrações vinham,mas não evoluíam. Então resolvi deixar, pois já estava cansada, e se as contrações estavam vindo era por que mais cedo ou mais tarde eu entraria em franco trabalho de parto. Resolvi ouvir meu CD de hypnobabies, de relaxamento. E relaxei tanto que dormi por 3 horas. Lembro que acordei revigorada com as contrações que voltaram....
Fui no final do dia (já eram 5 da tarde o consultório da minha parteira, estava fechando) mas ela queria fazer uma ultima avaliação para ver se eu havia evoluído. Nada de evolução, a não ser que meu colo tinha sumido (fino) e a neném estava bem baixa e encaixada. Ela já se sentia bem estourando a bolsa....bolsa estourada no consultório dela, não foi um jorro de água,mas ela viu que tinha mecônio. Até então o plano era estourar a bolsa e ir pra casa, até que as contrações viessem mais fortes e frequentes. Quando a Helene viu mecônio, pediu para eu ir para o hospital, para ser monitorada de 30 em 30 minutos. Me deu um medo de ter que ter alguma intervenção dali pra frente. Por essa eu não estava a espera.... Eu perguntei pra Helene se isso mudaria nossos planos de uma parto natural, pois eu havia conversado com ela sobre a minha preparação com o curso de hipnose e relaxamento chamado "Hypnobabies". Ela adorava as pacientes dela que faziam esse curso, pois lidavam muito bem com a dor, e estavam muito preparadas pra o parto. Ela concordava com tudo do curso, e disse que não deixaria ninguém intervir. Deixou avisado no hospital que não era pra me colocar com IV, ocitocina, nem oferecer anestesia :) Eu estava no caminho que queria :)
Quando cheguei no hospital imagino que eram quase 6 da tarde, pois tive que ir pra casa buscar minha malinha.
Chegando lá me admitiram e eu fiquei na bolsa de yoga pulando...andando de uma lado pro outro do quarto e do hospital...eles monitoravam a neném assim que chegamos por uns 30 minutos....depois me deixaram andar mais 30, e monitoraram de novo por mais 30. Como ela não apresentou nenhum sinal de que estava ruim lá dentro, me deixaram ser monitorada cada 2 horas (acho que foi tudo instrução da minha parteira, que prometeu me encontrar lá quando as coisas pegassem fogo).
Eu estava ficando preocupada que as contrações não estava vindo com mais frequência. Elas vinham de 15 em 15 minutos. O Mathew trouxe um sanduíche de frango pra mim, com salada dentro, que até hoje eu lembro da cara do sanduíche. Eu tive que esconder pra o departamento de enfermagem não encher a paciência, porque os hospitais sempre tem o protocolo de "e se ela precisar ir pra cesária", então te deixam sem comida....um absurdo!!!A mulher precisa de energia pra parir, como é que se pari sem energia (carboidratos) e açúcar no sangue pra nos sentirmos vivas???? Aquele sanduíche estava uma DELÍCIA!!! Apesar de não ter conseguido comer tudo!!! hehehehe
Quando deu umas 8 horas da noite (mais ou menos, não lembro direito a hora) eu entrei em TP, sentia as contrações vindo com frequência e aumentando. Me sentia cada vez mais "fora de mim", a famosa partolândia. Pedi para ir para a banheira ver se aliviava um pouco mais a minha dor...entrei nela e estava beeeem quentinha...uma delícia. Nisso tudo eu usava o meu hypnobabies pra me ajudar a relaxar. Eu fazia som de "ahhh"que parecia que estava com dor...senti que isso incomodava as pessoas que estavam em volta...mas...dane-se...a dor era minha se eu quisesse gritar, tinham mais é que ficar quietos...nessas horas eu sinto que as pessoas ficam querendo te ajudar oferencendo a peridural, como se a peridural fosse a solução para todos os problemas da vida. Claro que tiraria a minha dor,mas também tiraria a experiência pra ser vivida do jeito que eu queria. Quando você pede a peridural você acaba com a cascata de hormônios naturais do seu corpo. Elas são como uma sinfonia, se você começa a mexer com uma coisa, todas as outras também param. Isso faz com que a experiência física não seja mais a mesma. EU não queria deixar de viver a experiência física de parir naturalmente. Eu sabia que a peridural tiraria as sensações naturais do meu corpo e portanto seria uma experiência diferente. Independente de ter sido bom ou ruim para você que está lendo quando tomou a peridural, não era o meu desejo. Inclusive eu nem pensei na peridural como uma opção, de tanto que eu havia trabalhado na minha mente que aquela era minha experiência e tinha que ser vivida plenamente, não importando a dor que fosse.
Minha parteira já estava lá comigo quando eu entrei na banheira e ficou do meu lado me observando, colocando gelo quebrado na minha boca quando percebeu que eu estava com a boca seca. O marido também ficava ali do lado, tentando me ajudar. As vezes ele falava no meu ouvido que conforme as contrações vinham, a neném estava cada vez mais perto da gente. Isso me ajudava muito. Ele também fazia massagem na região do pescoço, e jogava água quente na minha barriga, pois mesmo eu tentando ficar submersa na água, a barriga ficava com a ponta de fora :)
Lembro também que a minha parteira me disse que a hora que eu sentisse vontade de empurrar, como se fosse vontade de fazer coco, eu deveria avisa-la. Você sente pressão lá embaixo quando está chegando a parte de fazer força para o neném nascer.
Uma técnica que eu usava era relaxar todo o meu corpo quando as contrações vinham, eu não lutava contra elas. Tinha lido no curso que o útero tem músculos que vão da parte de cima pra baixo, que são para a contração para a criança descer, e músculos de baixo para cima, que são para segurar a criança dentro do útero pelos 9 meses. Quando a mulher fica tensa, ela não deixa que o neném desça da maneira natural, ela segura a dilatação dela com medo da dor. Então eu deixava a dor me tomar...eu não lutava contra ela...e pensava que estava abrindo cada vez que eu sentia q vinha uma contração. Chegou um ponto onde elas vinham com tamanha intensidade que eu tremia toda enquanto estava em contração. Olhando pra trás percebo que estava em transição, a parte mais curta do parto. Onde as dores passar de ser para você dilatar, para ser do útero empurrando a criança pra fora.
Pra aquelas que não sabem, se deixarmos o útero faz tudo sozinho, não precisamos ficar roxas empurrando as crianças pra fora, quando vem uma vontade sem igual de fazer força é basicamente involuntário, não tem como segurar.
Eu orava para que eu sentisse logo a tal pressão. Pois para mim parecia uma eternidade essas contrações. Quando eu cheguei no ponto de tremer durante as contrações eu perguntei para a minha parteira "por que mesmo as pessoas tem filho sem anestesia?"eu queria que ela me lembrasse por que eu estava fazendo aquilo. Não que eu quisesse a anestesia,mas precisava que alguém me dissesse o por que estar passando por aquilo. Ela disse que eu me sentiria MUITO melhor logo depois que a neném nascesse e que minha recuperação seria muito mais rápido do que se eu tomasse anestesia. Aquilo naquele momento parecia uma razão extremamente idiota. Mas eu não tinha pra onde correr...e então entre orações desesperadas na minha cabeça, onde parecia que eu estava conversando com Deus, eu senti repentinamente uma pressão...e numa voz fraca anunciei isso para a minha parteira. Ela rapidamente me avisou que assim que a contração que eu estava passando acabasse eles me tirariam da banheira e me levariam pro quarto de cadeira de rodas. O hospital que eu estava tendo filho ( o único da cidade) não permitia partos na água. Então sem eu nem sentir, eles (mathew e Helene) me tiraram da água e colocaram na cadeira de rodas. Foi muito rápido, eles me envolveram com toalhas,mas eu comecei a tremer. Estava morrendo de frio quando fui para a maca. Tudo isso que estou contando parece um borrão agora que eu estou contando. Eu lembro das sensações,mas não muito do momento. Eu lembro de estar deitava na maca sem achar um posição boa e tremendo, alguém passou toalhas quentes para colocar em volta de mim, e eu comecei a sentir minha temperatura corporal voltar ao normal....aí veio uma vontade de abrir passagem para a neném, por motivo de falta de uma melhor expressão, eu precisava abrir a perna. Pedi para o Mathew segurar uma perna pra cima, e assim que tinha uma canal de passagem, veio uma vontade ANIMAL de fazer força....totalmente involuntária!!! Eu não conseguia parar....lembro da Helene falando "calma, vai devagar"e eu nem tchum! a força estava vindo do meu âmaga, e não tinha quem fosse me parar. A Helene pegou a Bia no meio do caminho sem luvas, pois não deu tempo....SIM, foi mais rápido do que ela esperava!!!
Eu não senti o círculo do fogo ( e eu morria de medo do tal círculo do fogo), foi tudo tão rápido que sinceramente, eu senti que foi um empurrão e ela saiu! Foi LINDO!!!
A sensação de alívio depois que ela nasceu foi inigualável. Eu estava vendo tudo em camera lenta daquele momento em diante, exausta, mas super bem. Eu sentia como se pudesse levantar e andar numa boa, que podia correr uma maratona e ninguém poderia me parar. Eu realmente estava nova. Como se nunca nem estivesse estado grávida! Ela veio direto pro meu colo e não chorou logo de primeira. Ela estava bem alerta,mas depois começou a chorar. Eu lembro de ter ficado preocupada, e a Helene falou que ela estava bem, pois estava recebendo oxigênio pelo cordão. Eles esperaram pra cortar o cordão,mas não sei quanto tempo...não tinha mais noção nenhuma do tempo desde que eu tinha entrado na banheira.
O Mathew levou a neném para ser pesada (ali dentro do quarto) e eu fiquei observando. Helene olhou se o períneo estava intacto, e disse que precisava de dois pontinhos. Nada sério, só mucosa. Levei os pontos a seco, e isso foi a parte sinceramente mais horrível.
A placenta saiu que foi uma delícia, quente, macia, uma delícia! :) (é realmente uma sensação gostosa, aquela quentura ajuda a deixar mais relaxado lá embaixo)
Levantei depois que pari a placenta para olhar o Mathew dando banho na neném. Aliás, esqueci de dizer que o skype estava ligado quando eu entrei no quarto. E todo mundo do Brasil via o que tava acontecendo. Dava pra ver só do peito pra cima, então todo mundo só me via de top de ginástica. e quando a neném veio pro meu peito logo depois de nascer. Eu fiquei chocada, pois ela tinha TANTO cabelo e pretinhooooooo...a Isabelle tinha vindo carequinha!!! Foi uma super surpresa. Engraçado que quando ela nasceu eu lembrei de um sonho que eu via uma neném nascendo (do mesmo jeito que foi o meu parto) e uma cabeça beeem cabeluda. Percebi que era ela mesmo!!!
Fiquei olhando o Mathew dar banho na neném e nem fraqueza eu não sentia. A Helene disse logo que a neném nasceu que era por isso que era bom as parteiras acompanharem o parto do lado da parturiente, pois no caso da Bia, ela nasceu tão rápido, que se ela não estivesse ali, teria perdido o parto.
Não me lembro de mais nada além de que queria tomar banho e dormir. Não me lembro o que aconteceu dali pra frente. Só lembro da Helene falando para mim que a Bia era linda e que se pudesse ela levaria a Bia pra casa e que ficou impressionadíssima com a maneira que eu lidei com as contrações e o quanto eu estava relaxada. Aquilo era novidade para mim, pois a impressão que eu tinha era que eu estava inquieta....tive mil conversas dentro da minha cabeça....mas afinal, só eu estava ouvindo essas conversas ;)
Esse parto com certeza foi muito gratificante. Pois sentia que conseguia passar por qualquer coisa depois disso. Senti que a minha própria meta tinha sido batida. E para ser beeem sincera, não sabia se passaria por mais um parto natural, pois as contrações foram PUNK!!!
Como alguns sabem eu já tive a Julie de parto natural também, então aquilo era por tudo estar muito recente dentro de mim. Hoje em dia eu sei que foi um parto rápido e intenso,mas também vejo que o "empoderamento" era muito diferente dentro de mim do que é hoje em dia. Cada parto me ajudou de alguma maneira. Com certeza o parto na Julie culminando a minha maior transformação. Mas esse é outro post.
Por enquanto posso dizer que o parto da Bia, foi a minha prova para mim mesma de que eu conseguia passar por algo que direcionasse a minha mente, que sabia que com persistência e trabalho eu atingiria as minhas metas. E isso é importante para qualquer mulher/ pessoa não é?
Obrigada por lerem mais um relatão....agora só falta mais um :) Seguem as fotos:
Dois meses depois do evento fiz um teste que veio positivo, e mandei uma foto para ele por mensagem de telefone. Demorou um pouco para cair a ficha,mas ele me ligou depois e perguntou "você está brincando né?" Hummmm, não....eu não conseguiria fingir um teste positivo :)
Na segunda vez eu achei que não estaria tãããão ansiosa. Mas chegando nas 38 semanas eu percebi que não tem jeito, a gente fica na ansiedade achando que a criança vai nascer cedo com qualquer gravidez. Inclusive agora na quarta acredito que vou chegar nesse ponto! :)
No dia do meu DPP eu fui para a cama achando que estaria passando da minha data afinal, mas durante aquela noite, tive contrações a noite inteira de 7 em 7 minutos (depois de um tempo comecei a cronometrar). Quando eu percebi que essas contrações não iriam pra lado nenhum, pois melhoravam quando eu me mexia, tentei dormir....e acordei quebrada no dia seguinte, pois acordei várias vezes com as tais amigas contrações...mas pela manhã elas já não vinham mais...então tentei prosseguir com o dia. As contrações vinham e iam...eram os pródomos!!!
Fui na minha obstetriz (parteira) pela manhã e ela me disse que eu estava dilatava pra 4 cm. Mas que a neném estava muito alta. Eu naquela época imaginava que quando a minha bolsa estourasse eu entraria em TP efetivo. Mal sabia eu aonde estava me metendo, pedindo pra parteira estourar a minha bolsa. Como a neném estava alta, ela me falou que não iria estourar a bolsa, por medo de prolapso do cordão. Fiquei meio decepcionada,mas segui em frente. Ela me disse pra caminhar, e tentar algumas maneiras mais naturais de indução de parto. Caminhar, estímulo dos seios (usando a bomba de sugar leite, isso aumenta o nível de ocitocina, que é o hormônio que induz o parto)...enfim...fiz essas coisas e as contrações vinham,mas não evoluíam. Então resolvi deixar, pois já estava cansada, e se as contrações estavam vindo era por que mais cedo ou mais tarde eu entraria em franco trabalho de parto. Resolvi ouvir meu CD de hypnobabies, de relaxamento. E relaxei tanto que dormi por 3 horas. Lembro que acordei revigorada com as contrações que voltaram....
Fui no final do dia (já eram 5 da tarde o consultório da minha parteira, estava fechando) mas ela queria fazer uma ultima avaliação para ver se eu havia evoluído. Nada de evolução, a não ser que meu colo tinha sumido (fino) e a neném estava bem baixa e encaixada. Ela já se sentia bem estourando a bolsa....bolsa estourada no consultório dela, não foi um jorro de água,mas ela viu que tinha mecônio. Até então o plano era estourar a bolsa e ir pra casa, até que as contrações viessem mais fortes e frequentes. Quando a Helene viu mecônio, pediu para eu ir para o hospital, para ser monitorada de 30 em 30 minutos. Me deu um medo de ter que ter alguma intervenção dali pra frente. Por essa eu não estava a espera.... Eu perguntei pra Helene se isso mudaria nossos planos de uma parto natural, pois eu havia conversado com ela sobre a minha preparação com o curso de hipnose e relaxamento chamado "Hypnobabies". Ela adorava as pacientes dela que faziam esse curso, pois lidavam muito bem com a dor, e estavam muito preparadas pra o parto. Ela concordava com tudo do curso, e disse que não deixaria ninguém intervir. Deixou avisado no hospital que não era pra me colocar com IV, ocitocina, nem oferecer anestesia :) Eu estava no caminho que queria :)
Quando cheguei no hospital imagino que eram quase 6 da tarde, pois tive que ir pra casa buscar minha malinha.
Chegando lá me admitiram e eu fiquei na bolsa de yoga pulando...andando de uma lado pro outro do quarto e do hospital...eles monitoravam a neném assim que chegamos por uns 30 minutos....depois me deixaram andar mais 30, e monitoraram de novo por mais 30. Como ela não apresentou nenhum sinal de que estava ruim lá dentro, me deixaram ser monitorada cada 2 horas (acho que foi tudo instrução da minha parteira, que prometeu me encontrar lá quando as coisas pegassem fogo).
Eu estava ficando preocupada que as contrações não estava vindo com mais frequência. Elas vinham de 15 em 15 minutos. O Mathew trouxe um sanduíche de frango pra mim, com salada dentro, que até hoje eu lembro da cara do sanduíche. Eu tive que esconder pra o departamento de enfermagem não encher a paciência, porque os hospitais sempre tem o protocolo de "e se ela precisar ir pra cesária", então te deixam sem comida....um absurdo!!!A mulher precisa de energia pra parir, como é que se pari sem energia (carboidratos) e açúcar no sangue pra nos sentirmos vivas???? Aquele sanduíche estava uma DELÍCIA!!! Apesar de não ter conseguido comer tudo!!! hehehehe
Quando deu umas 8 horas da noite (mais ou menos, não lembro direito a hora) eu entrei em TP, sentia as contrações vindo com frequência e aumentando. Me sentia cada vez mais "fora de mim", a famosa partolândia. Pedi para ir para a banheira ver se aliviava um pouco mais a minha dor...entrei nela e estava beeeem quentinha...uma delícia. Nisso tudo eu usava o meu hypnobabies pra me ajudar a relaxar. Eu fazia som de "ahhh"que parecia que estava com dor...senti que isso incomodava as pessoas que estavam em volta...mas...dane-se...a dor era minha se eu quisesse gritar, tinham mais é que ficar quietos...nessas horas eu sinto que as pessoas ficam querendo te ajudar oferencendo a peridural, como se a peridural fosse a solução para todos os problemas da vida. Claro que tiraria a minha dor,mas também tiraria a experiência pra ser vivida do jeito que eu queria. Quando você pede a peridural você acaba com a cascata de hormônios naturais do seu corpo. Elas são como uma sinfonia, se você começa a mexer com uma coisa, todas as outras também param. Isso faz com que a experiência física não seja mais a mesma. EU não queria deixar de viver a experiência física de parir naturalmente. Eu sabia que a peridural tiraria as sensações naturais do meu corpo e portanto seria uma experiência diferente. Independente de ter sido bom ou ruim para você que está lendo quando tomou a peridural, não era o meu desejo. Inclusive eu nem pensei na peridural como uma opção, de tanto que eu havia trabalhado na minha mente que aquela era minha experiência e tinha que ser vivida plenamente, não importando a dor que fosse.
Minha parteira já estava lá comigo quando eu entrei na banheira e ficou do meu lado me observando, colocando gelo quebrado na minha boca quando percebeu que eu estava com a boca seca. O marido também ficava ali do lado, tentando me ajudar. As vezes ele falava no meu ouvido que conforme as contrações vinham, a neném estava cada vez mais perto da gente. Isso me ajudava muito. Ele também fazia massagem na região do pescoço, e jogava água quente na minha barriga, pois mesmo eu tentando ficar submersa na água, a barriga ficava com a ponta de fora :)
Lembro também que a minha parteira me disse que a hora que eu sentisse vontade de empurrar, como se fosse vontade de fazer coco, eu deveria avisa-la. Você sente pressão lá embaixo quando está chegando a parte de fazer força para o neném nascer.
Uma técnica que eu usava era relaxar todo o meu corpo quando as contrações vinham, eu não lutava contra elas. Tinha lido no curso que o útero tem músculos que vão da parte de cima pra baixo, que são para a contração para a criança descer, e músculos de baixo para cima, que são para segurar a criança dentro do útero pelos 9 meses. Quando a mulher fica tensa, ela não deixa que o neném desça da maneira natural, ela segura a dilatação dela com medo da dor. Então eu deixava a dor me tomar...eu não lutava contra ela...e pensava que estava abrindo cada vez que eu sentia q vinha uma contração. Chegou um ponto onde elas vinham com tamanha intensidade que eu tremia toda enquanto estava em contração. Olhando pra trás percebo que estava em transição, a parte mais curta do parto. Onde as dores passar de ser para você dilatar, para ser do útero empurrando a criança pra fora.
Pra aquelas que não sabem, se deixarmos o útero faz tudo sozinho, não precisamos ficar roxas empurrando as crianças pra fora, quando vem uma vontade sem igual de fazer força é basicamente involuntário, não tem como segurar.
Eu orava para que eu sentisse logo a tal pressão. Pois para mim parecia uma eternidade essas contrações. Quando eu cheguei no ponto de tremer durante as contrações eu perguntei para a minha parteira "por que mesmo as pessoas tem filho sem anestesia?"eu queria que ela me lembrasse por que eu estava fazendo aquilo. Não que eu quisesse a anestesia,mas precisava que alguém me dissesse o por que estar passando por aquilo. Ela disse que eu me sentiria MUITO melhor logo depois que a neném nascesse e que minha recuperação seria muito mais rápido do que se eu tomasse anestesia. Aquilo naquele momento parecia uma razão extremamente idiota. Mas eu não tinha pra onde correr...e então entre orações desesperadas na minha cabeça, onde parecia que eu estava conversando com Deus, eu senti repentinamente uma pressão...e numa voz fraca anunciei isso para a minha parteira. Ela rapidamente me avisou que assim que a contração que eu estava passando acabasse eles me tirariam da banheira e me levariam pro quarto de cadeira de rodas. O hospital que eu estava tendo filho ( o único da cidade) não permitia partos na água. Então sem eu nem sentir, eles (mathew e Helene) me tiraram da água e colocaram na cadeira de rodas. Foi muito rápido, eles me envolveram com toalhas,mas eu comecei a tremer. Estava morrendo de frio quando fui para a maca. Tudo isso que estou contando parece um borrão agora que eu estou contando. Eu lembro das sensações,mas não muito do momento. Eu lembro de estar deitava na maca sem achar um posição boa e tremendo, alguém passou toalhas quentes para colocar em volta de mim, e eu comecei a sentir minha temperatura corporal voltar ao normal....aí veio uma vontade de abrir passagem para a neném, por motivo de falta de uma melhor expressão, eu precisava abrir a perna. Pedi para o Mathew segurar uma perna pra cima, e assim que tinha uma canal de passagem, veio uma vontade ANIMAL de fazer força....totalmente involuntária!!! Eu não conseguia parar....lembro da Helene falando "calma, vai devagar"e eu nem tchum! a força estava vindo do meu âmaga, e não tinha quem fosse me parar. A Helene pegou a Bia no meio do caminho sem luvas, pois não deu tempo....SIM, foi mais rápido do que ela esperava!!!
Eu não senti o círculo do fogo ( e eu morria de medo do tal círculo do fogo), foi tudo tão rápido que sinceramente, eu senti que foi um empurrão e ela saiu! Foi LINDO!!!
A sensação de alívio depois que ela nasceu foi inigualável. Eu estava vendo tudo em camera lenta daquele momento em diante, exausta, mas super bem. Eu sentia como se pudesse levantar e andar numa boa, que podia correr uma maratona e ninguém poderia me parar. Eu realmente estava nova. Como se nunca nem estivesse estado grávida! Ela veio direto pro meu colo e não chorou logo de primeira. Ela estava bem alerta,mas depois começou a chorar. Eu lembro de ter ficado preocupada, e a Helene falou que ela estava bem, pois estava recebendo oxigênio pelo cordão. Eles esperaram pra cortar o cordão,mas não sei quanto tempo...não tinha mais noção nenhuma do tempo desde que eu tinha entrado na banheira.
O Mathew levou a neném para ser pesada (ali dentro do quarto) e eu fiquei observando. Helene olhou se o períneo estava intacto, e disse que precisava de dois pontinhos. Nada sério, só mucosa. Levei os pontos a seco, e isso foi a parte sinceramente mais horrível.
A placenta saiu que foi uma delícia, quente, macia, uma delícia! :) (é realmente uma sensação gostosa, aquela quentura ajuda a deixar mais relaxado lá embaixo)
Levantei depois que pari a placenta para olhar o Mathew dando banho na neném. Aliás, esqueci de dizer que o skype estava ligado quando eu entrei no quarto. E todo mundo do Brasil via o que tava acontecendo. Dava pra ver só do peito pra cima, então todo mundo só me via de top de ginástica. e quando a neném veio pro meu peito logo depois de nascer. Eu fiquei chocada, pois ela tinha TANTO cabelo e pretinhooooooo...a Isabelle tinha vindo carequinha!!! Foi uma super surpresa. Engraçado que quando ela nasceu eu lembrei de um sonho que eu via uma neném nascendo (do mesmo jeito que foi o meu parto) e uma cabeça beeem cabeluda. Percebi que era ela mesmo!!!
Fiquei olhando o Mathew dar banho na neném e nem fraqueza eu não sentia. A Helene disse logo que a neném nasceu que era por isso que era bom as parteiras acompanharem o parto do lado da parturiente, pois no caso da Bia, ela nasceu tão rápido, que se ela não estivesse ali, teria perdido o parto.
Não me lembro de mais nada além de que queria tomar banho e dormir. Não me lembro o que aconteceu dali pra frente. Só lembro da Helene falando para mim que a Bia era linda e que se pudesse ela levaria a Bia pra casa e que ficou impressionadíssima com a maneira que eu lidei com as contrações e o quanto eu estava relaxada. Aquilo era novidade para mim, pois a impressão que eu tinha era que eu estava inquieta....tive mil conversas dentro da minha cabeça....mas afinal, só eu estava ouvindo essas conversas ;)
Esse parto com certeza foi muito gratificante. Pois sentia que conseguia passar por qualquer coisa depois disso. Senti que a minha própria meta tinha sido batida. E para ser beeem sincera, não sabia se passaria por mais um parto natural, pois as contrações foram PUNK!!!
Como alguns sabem eu já tive a Julie de parto natural também, então aquilo era por tudo estar muito recente dentro de mim. Hoje em dia eu sei que foi um parto rápido e intenso,mas também vejo que o "empoderamento" era muito diferente dentro de mim do que é hoje em dia. Cada parto me ajudou de alguma maneira. Com certeza o parto na Julie culminando a minha maior transformação. Mas esse é outro post.
Por enquanto posso dizer que o parto da Bia, foi a minha prova para mim mesma de que eu conseguia passar por algo que direcionasse a minha mente, que sabia que com persistência e trabalho eu atingiria as minhas metas. E isso é importante para qualquer mulher/ pessoa não é?
Obrigada por lerem mais um relatão....agora só falta mais um :) Seguem as fotos:
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