quarta-feira, 24 de abril de 2013

Relato do nascimento da Bia

Eis que quase dois anos depois, a minha pequena Beatriz estava para fazer a sua aparição. A gravidez de início foi algo magnífico. Eu durante uma visita de umas amigas em casa, estávamos falando de como ela tinha 4 filhos e mesmo assim continuava estudando para ter o seu bacharel, e como era difícil,mas como valia a pena. E naquele momento eu senti que deveria ter outro filho. Foi um sentimento muito claro. O negócio agora era convencer meu marido né?

Dois meses depois do evento fiz um teste que veio positivo, e mandei uma foto para ele por mensagem de telefone. Demorou um pouco para cair a ficha,mas ele me ligou depois e perguntou "você está brincando né?" Hummmm, não....eu não conseguiria fingir um teste positivo :)

Na segunda vez eu achei que não estaria tãããão ansiosa. Mas chegando nas 38 semanas eu percebi que não tem jeito, a gente fica na ansiedade achando que a criança vai nascer cedo com qualquer gravidez. Inclusive agora na quarta acredito que vou chegar nesse ponto! :)

No dia do meu DPP eu fui para a cama achando que estaria passando da minha data afinal, mas durante aquela noite, tive contrações a noite inteira de 7 em 7 minutos (depois de um tempo comecei a cronometrar). Quando eu percebi que essas contrações não iriam pra lado nenhum, pois melhoravam quando eu me mexia, tentei dormir....e acordei quebrada no dia seguinte, pois acordei várias vezes com as tais amigas contrações...mas pela manhã elas já não vinham mais...então tentei prosseguir com o dia. As contrações vinham e iam...eram os pródomos!!!

Fui na minha obstetriz (parteira) pela manhã e ela me disse que eu estava dilatava pra 4 cm. Mas que a neném estava muito alta. Eu naquela época imaginava que quando a minha bolsa estourasse eu entraria em TP efetivo. Mal sabia eu aonde estava me metendo, pedindo pra parteira estourar a minha bolsa. Como a neném estava alta, ela me falou que não iria estourar a bolsa, por medo de prolapso do cordão. Fiquei meio decepcionada,mas segui em frente. Ela me disse pra caminhar, e tentar algumas maneiras mais naturais de indução de parto. Caminhar, estímulo dos seios (usando a bomba de sugar leite, isso aumenta o nível de ocitocina, que é o hormônio que induz o parto)...enfim...fiz essas coisas e as contrações vinham,mas não evoluíam. Então resolvi deixar, pois já estava cansada, e se as contrações estavam vindo era por que mais cedo ou mais tarde eu entraria em franco trabalho de parto. Resolvi ouvir meu CD de hypnobabies, de relaxamento. E relaxei tanto que dormi por 3 horas. Lembro que acordei revigorada com as contrações que voltaram....

Fui no final do dia (já eram 5 da tarde o consultório da minha parteira, estava fechando) mas ela queria fazer uma ultima avaliação para ver se eu havia evoluído. Nada de evolução, a não ser que meu colo tinha sumido (fino) e a neném estava bem baixa e encaixada. Ela já se sentia bem estourando a bolsa....bolsa estourada no consultório dela, não foi um jorro de água,mas ela viu que tinha mecônio. Até então o plano era estourar a bolsa e ir pra casa, até que as contrações viessem mais fortes e frequentes. Quando a Helene viu mecônio, pediu para eu ir para o hospital, para ser monitorada de 30 em 30 minutos. Me deu um medo de ter que ter alguma intervenção dali pra frente. Por essa eu não estava a espera.... Eu perguntei pra Helene se isso mudaria nossos planos de uma parto natural, pois eu havia conversado com ela sobre a minha preparação com o curso de hipnose e relaxamento chamado "Hypnobabies". Ela adorava as pacientes dela que faziam esse curso, pois lidavam muito bem com a dor, e estavam muito preparadas pra o parto. Ela concordava com tudo do curso, e disse que não deixaria ninguém intervir. Deixou avisado no hospital que não era pra me colocar com IV, ocitocina, nem oferecer anestesia :) Eu estava no caminho que queria :)

Quando cheguei no hospital imagino que eram quase 6 da tarde, pois tive que ir pra casa buscar minha malinha.

Chegando lá me admitiram e eu fiquei na bolsa de yoga pulando...andando de uma lado pro outro do quarto e do hospital...eles monitoravam a neném assim que chegamos por uns 30 minutos....depois me deixaram andar mais 30, e monitoraram de novo por mais 30. Como ela não apresentou nenhum sinal de que estava ruim lá dentro, me deixaram ser monitorada cada 2 horas (acho que foi tudo instrução da minha parteira, que prometeu me encontrar lá quando as coisas pegassem fogo).
Eu estava ficando preocupada que as contrações não estava vindo com mais frequência. Elas vinham de 15 em 15 minutos. O Mathew trouxe um sanduíche de frango pra mim, com salada dentro, que até hoje eu lembro da cara do sanduíche. Eu tive que esconder pra o departamento de enfermagem não encher a paciência, porque os hospitais sempre tem o protocolo de "e se ela precisar ir pra cesária", então te deixam sem comida....um absurdo!!!A mulher precisa de energia pra parir, como é que se pari sem energia (carboidratos) e açúcar no sangue pra nos sentirmos vivas???? Aquele sanduíche estava uma DELÍCIA!!! Apesar de não ter conseguido comer tudo!!! hehehehe

Quando deu umas 8 horas da noite (mais ou menos, não lembro direito a hora) eu entrei em TP, sentia as contrações vindo com frequência e aumentando. Me sentia cada vez mais "fora de mim", a famosa partolândia. Pedi para ir para a banheira ver se aliviava um pouco mais a minha dor...entrei nela e estava beeeem quentinha...uma delícia. Nisso tudo eu usava o meu hypnobabies pra me ajudar a relaxar. Eu fazia som de "ahhh"que parecia que estava com dor...senti que isso incomodava as pessoas que estavam em volta...mas...dane-se...a dor era minha se eu quisesse gritar, tinham mais é que ficar quietos...nessas horas eu sinto que as pessoas ficam querendo te ajudar oferencendo a peridural, como se a peridural fosse a solução para todos os problemas da vida. Claro que tiraria a minha dor,mas também tiraria a experiência pra ser vivida do jeito que eu queria. Quando você pede a peridural você acaba com a cascata de hormônios naturais do seu corpo. Elas são como uma sinfonia, se você começa a mexer com uma coisa, todas as outras também param. Isso faz com que a experiência física não seja mais a mesma. EU não queria deixar de viver a experiência física de parir naturalmente. Eu sabia que a peridural tiraria as sensações naturais do meu corpo e portanto seria uma experiência diferente. Independente de ter sido bom ou ruim para você que está lendo quando tomou a peridural, não era o meu desejo. Inclusive eu nem pensei na peridural como uma opção, de tanto que eu havia trabalhado na minha mente que aquela era minha experiência e tinha que ser vivida plenamente, não importando a dor que fosse.

Minha parteira já estava lá comigo quando eu entrei na banheira e ficou do meu lado me observando, colocando gelo quebrado na minha boca quando percebeu que eu estava com a boca seca. O marido também ficava ali do lado, tentando me ajudar. As vezes ele falava no meu ouvido que conforme as contrações vinham, a neném estava cada vez mais perto da gente. Isso me ajudava muito. Ele também fazia massagem na região do pescoço, e jogava água quente na minha barriga, pois mesmo eu tentando ficar submersa na água, a barriga ficava com a ponta de fora :)

Lembro também que a minha parteira me disse que a hora que eu sentisse vontade de empurrar, como se fosse vontade de fazer coco, eu deveria avisa-la. Você sente pressão lá embaixo quando está chegando a parte de fazer força para o neném nascer.

Uma técnica que eu usava era relaxar todo o meu corpo quando as contrações vinham, eu não lutava contra elas. Tinha lido no curso que o útero tem músculos que vão da parte de cima pra baixo, que são para a contração para a criança descer, e músculos de baixo para cima, que são para segurar a criança dentro do útero pelos 9 meses. Quando a mulher fica tensa, ela não deixa que o neném desça da maneira natural, ela segura a dilatação dela com medo da dor. Então eu deixava a dor me tomar...eu não lutava contra ela...e pensava que estava abrindo cada vez que eu sentia q vinha uma contração. Chegou um ponto onde elas vinham com tamanha intensidade que eu tremia toda enquanto estava em contração. Olhando pra trás percebo que estava em transição, a parte mais curta do parto. Onde as dores passar de ser para você dilatar, para ser do útero empurrando a criança pra fora.

Pra aquelas que não sabem, se deixarmos o útero faz tudo sozinho, não precisamos ficar roxas empurrando as crianças pra fora, quando vem uma vontade sem igual de fazer força é basicamente involuntário, não tem como segurar.

Eu orava para que eu sentisse logo a tal pressão. Pois para mim parecia uma eternidade essas contrações. Quando eu cheguei no ponto de tremer durante as contrações eu perguntei para a minha parteira "por que mesmo as pessoas tem filho sem anestesia?"eu queria que ela me lembrasse por que eu estava fazendo aquilo. Não que eu quisesse a anestesia,mas precisava que alguém me dissesse o por que estar passando por aquilo. Ela disse que eu me sentiria MUITO melhor logo depois que a neném nascesse e que minha recuperação seria muito mais rápido do que se eu tomasse anestesia. Aquilo naquele momento parecia uma razão extremamente idiota. Mas eu não tinha pra onde correr...e então entre orações desesperadas na minha cabeça, onde parecia que eu estava conversando com Deus, eu senti repentinamente uma pressão...e numa voz fraca anunciei isso para a minha parteira. Ela rapidamente me avisou que assim que a contração que eu estava passando acabasse eles me tirariam da banheira e me levariam pro quarto de cadeira de rodas. O hospital que eu estava tendo filho ( o único da cidade) não permitia partos na água. Então sem eu nem sentir, eles (mathew e Helene) me tiraram da água e colocaram na cadeira de rodas. Foi muito rápido, eles me envolveram com toalhas,mas eu comecei a tremer. Estava morrendo de frio quando fui para a maca. Tudo isso que estou contando parece um borrão agora que eu estou contando. Eu lembro das sensações,mas não muito do momento. Eu lembro de estar deitava na maca sem achar um posição boa e tremendo, alguém passou toalhas quentes para colocar em volta de mim, e eu comecei a sentir minha temperatura corporal voltar ao normal....aí veio uma vontade de abrir passagem para a neném, por motivo de falta de uma melhor expressão, eu precisava abrir a perna. Pedi para o Mathew segurar uma perna pra cima, e assim que tinha uma canal de passagem, veio uma vontade ANIMAL de fazer força....totalmente involuntária!!! Eu não conseguia parar....lembro da Helene falando "calma, vai devagar"e eu nem tchum! a força estava vindo do meu âmaga, e não tinha quem fosse me parar. A Helene pegou a Bia no meio do caminho sem luvas, pois não deu tempo....SIM, foi mais rápido do que ela esperava!!!

Eu não senti o círculo do fogo ( e eu morria de medo do tal círculo do fogo), foi tudo tão rápido que sinceramente, eu senti que foi um empurrão e ela saiu! Foi LINDO!!!

A sensação de alívio depois que ela nasceu foi inigualável. Eu estava vendo tudo em camera lenta daquele momento em diante, exausta, mas super bem. Eu sentia como se pudesse levantar e andar numa boa, que podia correr uma maratona e ninguém poderia me parar. Eu realmente estava nova. Como se nunca nem estivesse estado grávida! Ela veio direto pro meu colo e não chorou logo de primeira. Ela estava bem alerta,mas depois começou a chorar. Eu lembro de ter ficado preocupada, e a Helene falou que ela estava bem, pois estava recebendo oxigênio pelo cordão. Eles esperaram pra cortar o cordão,mas não sei quanto tempo...não tinha mais noção nenhuma do tempo desde que eu tinha entrado na banheira.

O Mathew levou a neném para ser pesada (ali dentro do quarto) e eu fiquei observando. Helene olhou se o períneo estava intacto, e disse que precisava de dois pontinhos. Nada sério, só mucosa. Levei os pontos a seco, e isso foi a parte sinceramente mais horrível.
A placenta saiu que foi uma delícia, quente, macia, uma delícia! :) (é realmente uma sensação gostosa, aquela quentura ajuda a deixar mais relaxado lá embaixo)

Levantei depois que pari a placenta para olhar o Mathew dando banho na neném. Aliás, esqueci de dizer que o skype estava ligado quando eu entrei no quarto. E todo mundo do Brasil via o que tava acontecendo. Dava pra ver só do peito pra cima, então todo mundo só me via de top de ginástica. e quando a neném veio pro meu peito logo depois de nascer. Eu fiquei chocada, pois ela tinha TANTO cabelo e pretinhooooooo...a Isabelle tinha vindo carequinha!!! Foi uma super surpresa. Engraçado que quando ela nasceu eu lembrei de um sonho que eu via uma neném nascendo (do mesmo jeito que foi o meu parto) e uma cabeça beeem cabeluda. Percebi que era ela mesmo!!!

Fiquei olhando o Mathew dar banho na neném e nem fraqueza eu não sentia. A Helene disse logo que a neném nasceu que era por isso que era bom as parteiras acompanharem o parto do lado da parturiente, pois no caso da Bia, ela nasceu tão rápido, que se ela não estivesse ali, teria perdido o parto.

Não me lembro de mais nada além de que queria tomar banho e dormir. Não me lembro o que aconteceu dali pra frente. Só lembro da Helene falando para mim que a Bia era linda e que se pudesse ela levaria a Bia pra casa e que ficou impressionadíssima com a maneira que eu lidei com as contrações e o quanto eu estava relaxada. Aquilo era novidade para mim, pois a impressão que eu tinha era que eu estava inquieta....tive mil conversas dentro da minha cabeça....mas afinal, só eu estava ouvindo essas conversas ;)

Esse parto com certeza foi muito gratificante. Pois sentia que conseguia passar por qualquer coisa depois disso. Senti que a minha própria meta tinha sido batida. E para ser beeem sincera, não sabia se passaria por mais um parto natural, pois as contrações foram PUNK!!!

Como alguns sabem eu já tive a Julie de parto natural também, então aquilo era por tudo estar muito recente dentro de mim. Hoje em dia eu sei que foi um parto rápido e intenso,mas também vejo que o "empoderamento" era muito diferente dentro de mim do que é hoje em dia.  Cada parto me ajudou de alguma maneira. Com certeza o parto na Julie culminando a minha maior transformação. Mas esse é outro post.

Por enquanto posso dizer que o parto da Bia, foi a minha prova para mim mesma de que eu conseguia passar por algo que direcionasse a minha mente, que sabia que com persistência e trabalho eu atingiria as minhas metas. E isso é importante para qualquer mulher/ pessoa não é?

Obrigada por lerem mais um relatão....agora só falta mais um :) Seguem as fotos:


















quinta-feira, 18 de abril de 2013

Relato do parto da Isabelle...


Tem tanta coisa que eu queria falar. Mas acho que devia começar do começo. Como e quando virei mãe.

Se não me engano o teste de gravidez foi em fevereiro de 2007, mas não tenho um registro certo disso. Só lembro que fiquei eufórica com o teste positivo, sem acreditar e muito feliz. Meu marido também adorou. Ambos éramos estudantes na época e eu estava mais perdida que barata tonta sobre qual curso deveria seguir. Mas...meu sonho de ser mãe estava ali. Liguei para família inteira, me chamaram de louca e inconsequente,mas eu tava era FELIZ com aquele zigotinho dentro de mim. Apelidei o neném "zizi"a maneira carinhosa de reconhecê-lo como zigoto (apesar de já ter passado dessa fase quando eu descobri a gravidez). Descobrimos que estavamos esperando uma menina em Maio de 2007, uma gravidez sem intercorrências e muito mimo. Logo no ultrasom que descobrimos o sexo, já concordamos com o nome Isabelle....e agora vamos pro parto:

Minha DPP (data prevista do parto) era 31 de outubro de 2007. A partir de 38 semanas já estava eu agoniada e pulando de um lado pro outro querendo que a criança nascesse. Durante o pré-natal eu fui para uma clínica de parteiras que tinha um médico que dirigia 3 parteiras. Uma estava para se aposentar e outras duas mais novas, uma beeem baixinha e outra beeeem alta. Eu achava o médico um peixe morto. Parecia que não tinha emoção quando falava, o próprio robô, não explicava nada da gravidez nem do parto. Se eu ia com uma lista de perguntas, ele respondia,mas se não tinha perguntas, a consulta não durava nem 10 minutos. 

Eu fiquei muito frustrada e fui me consultar um dia com as parteiras e A-D-O-R-E-I. Na primeira consulta foram duas horas. Só conversando sobre o parto e minhas dúvidas, eu me sentia ouvida, amparada e amada. Era aquilo mesmo que eu precisava. Não tinha nenhum preconceito com o fato dela não ser médica, aliás, a partir dali comecei a confiar mais nela do que no médico.
Esqueci de contar que eu tinha horror a cesária. Minha mãe teve 4, e a última eu acompanhei de perto a sua recuperação, pois já tinha quase 15 anos. E foi horrível, ela não podia rir direito porque doía, ela andou curvada uns dois dias, não podia subir escada ou fazer esforço por um bom tempo. Enfim....normal para uma recuperação de cirurgia né? Não tinha por que esperar que não fosse assim. Afinal de contas, acabaram de te cortar no meio e abrir a sua barriga, não dá para sair pulando.
Mas dentro de mim eu sempre tive uma vontade louca de parto normal, e quando chegou minha vez eu fui atrás de LER LER LER E LER para saber o que eu podia fazer para viabilizar essa vontade. Hoje em dia vejo que podia ter lido mais e podia ter descoberto o mundo humanizado antes,mas na época eu lia alguma coisa todo santo dia e achava que era suficiente. Fora que das minhas amigas eu era praticamente a primeira a engravidar, então não tive uma super referência. Não tinha nenhuma informação sobre pessoas que pariram naturalmente, e ainda por cima assistia aqueles malditos programas que passam aqui na Discovery Home and Health que só mostram o horror do parto, então eu tinha medo do que seria a tal dor do parto. 

Mas não queria deixar de ter parto normal, sabia da minha opção de analgesia e escolhi por ter uma. Hoje eu vejo que as primeiras informações que dão para a mãe nunca são de empoderamento e sim de analgesia (nos EUA) e isso faz com que você nem saiba que tem o outro lado da história. A analgesia está lá para "salvar"a mulher do parto. Ninguém vira para você fala "você consegue, milhões de mulheres passaram e passam por isso, você é forte e capaz, foi feita para isso" a propaganda sempre é para a analgesia que tira o sofrimento da mulher num momento tão doloroso!!! Era essa a impressão que eu tinha...e foi com essa impressão que eu fui pro parto...de sofrimento. Mas eu fui....
Pulei, pulei, andei, fiz de tudo que falavam para entrar em trabalho de parto. Na minha última consulta estava com 39 semanas e ia completar 40 semanas na quarta seguinte, a parteira virou para mim e disse que se eu chegasse a 41 semanas e 1 eu poderia escolher ser induzida naquela semana e partir de 41 semanas e 6 dias eu tinha que ser induzida. Eu não estava preparada para aquilo. Por algum motivo eu morria de medo, queria entrar em TP (trabalho de parto) naturalmente. NOSSA, eu fazia oração para entrar em trabalho de parto...tomava pílulas de ervas naturais que a parteira recomendou, usava óleo, descolei as membranas por 2 ou 3 semanas seguidas e nada....todo mundo parecia que entrava em TP antes de mim. Aí no dia anterior ao meu DPP eu desisti, e resolvi que essa criança viria quando ela quisesse e não adiantaria nada que eu fizesse.
Eu estava costurando uma camisa para uma aula de costura que eu estava fazendo na época, quando o Mathew falou alguma coisa e eu ri....e ao meu ver, fiz xixi na calça...achei estranho, por que minha bexiga não estava cheio,mas toda grávida sabe que no final da gravidez espirro com bexiga cheia é problema. Aí dps voltei a costurar e saiu mais umas duas vezes liquido,mas eu pensei "impossível estar frouxa desse jeito".....depois de um tempo pensei: "MINHA BOLSA ESTOROU!!!" Como eu não tinha pensado nisso antes?? Não tinha cheiro de xixi...só estava eu e Mathew acordados, e eu não sentia nada de xixi na barriga. Minha mãe e meu irmão que tinham vindo para o parto estavam dormindo. Meu irmão veio por que tinha 7 anos e não tinha como ele ficar no Brasil, enquanto minha mãe ficava lá comigo...veio de gaiato :)

Liguei para a minha parteira Helene era um pouco depois da meia noite, tínhamos acabado de entrar no dia 31 de outubro, que alegria!!!!!!!!!!o dia da minha DPP!!!!!! Ela perguntou se tinha cheiro e cor o tal do líquido, e eu disse que não...ela falou para eu ficar calma e permanecer em casa até que as contrações começassem a vir...eu fiquei tranquila e achei que teríamos uma boa noite de sono. O dia seguinte era quarta e eu tinha uma consulta as 10 da manhã....00:30 as contrações começaram a vir....como cólicas....iam e vinham...eu estava eufórica,mas tentando dormir....e quem disse que tinha sono?
Lá pelas duas da manhã com as contrações ainda vindo, eu levantei, fui tomar banho, fiz escova no meu cabelo....passei maquiagem....e fiquei arrumadinha em casa, afinal não queria ser aquelas descabeladas parindo os filhos....até que lá pelas 4 eu não aguentava mais...acordei o marido que tinha tomado dois remédios para gripe a noite pois estava se sentindo mal...e falei que queria ir pro hospital....fui para lá e hoje em dia, penso que tudo poderia ter dado imensamente errado a partir dali, como eu sou grata que isso não aconteceu!! Eu estava num lugar onde o parto normal era a norma, apesar das intervenções aplicadas, eles faziam de tudo para um parto normal...e eu tinha conversado extensivamente com as minhas parteiras que NÃO QUERIA CESÁRIA..elas tentaram me explicar várias vezes que a cesária, não é um evento que deu errado no parto, é um conjunto de fatores que te levam para essa cirurgia, não era uma decisão tomada de maneira casual. Eu acreditei nelas, como acredito que qualquer um faria. E sei que elas eram competentes. Eu confiava nelas (ainda confio) Hoje em dia, depois de virar ativista, eu acredito que elas poderiam ter liderado a situação de maneira mais "natureba"mas tem um parênteses que eu quero abrir aqui para que vocês entendam uma diferença:

Nos EUA existem dois tipos de parteiras: as CNM- Certified Nurse Midwife e as Direct entry Midwives. Elas fazem a mesma coisa,mas o treinamento delas é completamente diferente. As CNM's são pessoas que entraram na faculdade de enfermagem, concluíram e provavelmente trabalharam como enfermeiras por anos, e depois se especializaram em obstetrícia. As outras midwives, são pessoas como você e eu, que entram no curso de obstetrícia sem ter um curso de enfermagem antes. As minhas 3 parteiras eram CNM's

Se você me perguntar quem eu prefiro hoje eu dia, eu sem titubear te digo as "direct entry midwives" parteiras normais. Para mim pessoas sem cacuetes médicos e muito mais "naturebas"do jeito que eu gosto! Elas acreditam na capacidade de parir de cada uma de nós. Elas também não estão treinadas como enfermeiras, que são normalmente BEM intervencionistas. O parto é da mulher, a protagonista é a mulher, as decisões quem toma é a mulher, e elas estão ali para de guiar e orientar quando preciso. Por isso a importância de se educar antes de parir. Muitas pessoas pesquisam mais sobre um celular, um aluguel ou sobre um carro antes de compra-lo do que para o próprio parto. A não ser que a enfermeira (CNM) sempre tenha tido essa visão mais natural das coisas por ela mesmo, ela vai ser a favor de intervenções sem encará-las como uma obstetriz que não foi enfermeira antes, encararia.

Então eu cheguei no hospital as quase 5 da manhã e quando me checaram eu estava com 3-4 cm de dilatação. Ahhh, pausa:

Lembro que chegou uma outra menina magrinha  e loirinha que parecia que tinha vindo da guerra. Com a calça toda molhada e uma roupa toda velha e rasgada, devia ser a roupa que ela dormia, um moleton e uma blusa cinzas. Ela estava com um coque enrolado e descabelado na ponta da cabeça e de dava para ver o desespero dela. Eu olhei para bichinha e pensei "ainda bem que não sou eu nesse estado" Eu falei pro cara da emergência que podia atendê-la primeiro, pois o desespero dela era maior que o meu. Chegamos para sermos checadas juntas, e eu lembro que dps que colocaram ela na sala de triagem, foi uma loucura, uma comoção total, gente correndo para todo lado, ela estava totalmente dilatada, e eu ouvi 20 minutos dps um grito dela e logo em seguida o choro do neném dela. A bichinha chegou no hospital com dilatação total no primeiro parto. Que fofa e que guerreira!!! Pensando bem, não me importaria nada de ter sido ela, agora olhando para trás, fui muito petulante em achar que por que estava arrumadinha, estava no comando da minha situação...enfim...vivendo e aprendendo :) Só para que conste todos os meus outros partos eu estava descabelada e com muito orgulho :) Parto não é desfile de moda.

Fiquei super feliz com a constatação da enfermeira que também viu que eu estava vazando liquido aminiótico! eu estava dilatando!! Minha parteira que por sorte era mais natureba e acredito que na época escolheu não me falar da minha capacidade de parir naturalmente pelo vibe que eu passava para ela de nem pensar em ter dor....disse que só deixaria me darem a peridural com 5 cm de dilatação pois isso indicaria o trabalho de parto ativo. Tudo que eu tenho a dizer sobre isso é: HELENE EU TE AMO!!! Gostei dela...naquele momento não achei muita graça,mas eu queria esse parto normal...então bora lá!

Dei umas voltinhas pelas hospital com aquela roupinha super chique de doente e meia no pé...com um soro no braço. Minha mãe segurando a parte de trás para eu não pagar bundinha pro pessoal que circulava nos corredores...cada contração eu parava de andar e só esperava ela ir embora...não tinha o menor treinamento de como encarar essas tais contrações.

AHHH!!! Esqueci de contar a parte mais trágica. Meu marido que me perdoe. Mas ele estava doente, dopado de remédio e sem comer desde o dia anterior pois ficou estudando e fazendo dever até tarde e aí quando não aguentou mais caiu na cama...quando a enfermeira foi colocar o IV em mim, ela era novinha, estudante, e tinha feito uma aula de patofisiologia comigo. Enfim, ela era totalmente inexperiente, e jorrou sangue da minha mão enquanto ela tentava achar a veia. Meu pobre marido que estava mal das pernas, quando viu aquele sangue, caiu para trás desmaiado. Logo acordou,mas eu lembro que eu tava no MEIO de um contração quando isso aconteceu, sangue caindo da minha mãe e a contração PAROU!!! eu morri de medo, meu coração disparou!! Eu pensei "MORRREU!!!" putzzzzzz, que susto!! Ele mais branco que a parede do hospital, levantou. Estava verde naquela hora...precisava comer e descansar. Coitado. A gente jurava que ia ter uma noite completa de sono, depois disso ele jogou fora o remédio de gripe e disse que nunca mais ia tomar aquela porcaria. E ficou meio inválido dali em diante até a hora que eu fui empurrar a Isabelle para fora :) 

Então o fato de que a adrenalina para o trabalho de parto ser verdadeiro, ahhh isso é....eu testifico. O meu medo de ter acontecido alguma coisa com o Mathew era tão grande, que a contração parou no meio do caminho, foi só quando eu fiquei mais calma que as contrações voltaram a ficar ritmadas. Nosso corpo é realmente perfeito!!!

Dali para frente a anestesia chegou, eram quase 8 da manha...eu fui no banheiro antes de tomar a anestesia, e nunca vou me esquecer de estar sentada no vaso e literalmente sentir a cabeça da minha filha descendo...ela não estava nascendo, ela só estava encaixando no pélvis e eu sentia exatamente onde ela estava, eu senti ela entrar no meu pélvis. Foi incrivel, estranho e dolorido....Dali eu saí e o anestesista me fez assinar um papel que basicamente dizia que se eu morresse ou ficasse aleijada o hospital ou ele não poderiam ser responsabilizados. Eu ODIEI ISSO!! Você você  querendo parir, e os caras enfiando dúvidas na sua cabeça se você vai sobreviver a anestesia. Se fosse hoje eu rasgava o papel na frente dele e mandava ele pastar....

Ele foi meio rude também, por que eu estava com contrações fortes já, e não conseguia ficar parada. Precisava ficar IMÓVEL para porcaria das anestesia. Eu perguntei: 'e se eu tiver uma contração no meio da agulhada que você vai dar nas minhas costas??' e o pateta disse 'ué, passe pela sua contração'...óbvio que ele não fazia a menor idéia do que eu estava passando....maldito! Mas enfim, depois ele foi tentar ser divertido e a gente acabou se distraindo, eu agarrei o Mathew com força, ele me segurou e a anestesia foi aplicada, com a minha mãe filmando tudo caso ele errasse, ela processava ele, HAHAHAHAHA. 

Estávamos vivos, e eu estava sem dor....nossa, eu lembro de ficar aliviada! Dormi dali para frente, pois tinha passado a noite em claro e já estava cansada....e hoje penso nos sentimentos e no aprendizado que poderia ter tido,mas naquele momento estava contente. Dormi, dormi e dormi e toda hora vinha gente chegar minha dilatação e minhas contrações naqueles monitores. Eu dormia ouvindo o coração da Isabelle, adorava o som. Em algum momento eu tenho certeza que eles me deram ocitocina, eu me lembro deles falando algo assim, e afinal de contas a peridural faz com que o parto diminua o ritmo, então para não demorar demais, eles colocam a ocitocina para acelerar....o leito não pode ficar muito tempo ocupado né? afinal de contas, o mês de outubro é o mês de mais nascimentos na cidade onde estávamos, 9 meses depois de inverno rigoroso, e do final do ano. Aquele dia era dia das bruxas também, e como toda tradição americana que faz sucesso, as enfermeiras estavam todas vestidas a caráter. Todos estavam fantasiados no hospital. Uma diversão :)


A Helene tinha filhas pequenas na época e precisava ir para o desfile de dia das bruxas delas, então a parteira que estava para se aposentar veio fazer meu parto. Ao meio dia era a previsão de eu sentir pressão e querer empurrar. Eu já estava dilatada...então esperamos a tal da pressão e nada dela vir...depois das 14 horas ela veio e pediu para eu começar a praticar fazer força. Com dilatação total, iria ajudar a neném a sair do lugar. Eu não lembro exatamente a hora que comecei a fazer força. Mas lembro que começaram a arrumar um monte de coisa no quarto, o berço aquecido, as luvas, tudo a postos...depois de tudo organizado, e só a parteira ali comigo sentada na minha frente na cama, ela me falava o que fazer....o Mathew segurava um lado da minha perna e ela o outro de frente para mim, sentada. Minha mãe filmava e tirava foto. E eu ficava roxa enquanto ouvindo a minha audiência contar até 10. O que foi muito legal da Kathryn (nome da parteira) foi que ela pediu pro Mathew ensiná-la a contar em português. Então de 1 a 10, ela e Mathew contavam enquanto eu fazia força....parecia que não estávamos fazendo nenhum progresso,mas ela sempre elogiava. 


A certo ponto ela perguntou se eu queria ver, e eu aceitei na hora, ela trouxe um espelho e colocou ali na minha frente, eu via tudo, fazia força, enquanto ela colocava compressa de água quentinha para ajudar a amolecer o tecido dali da vagina. Ela passou também aquele shampoozinho amarelo neutro da Johnson para lubrificar....e fazendo compressa e massagem para eu não rasgar....a certo ponto eu comecei a ver o topo da cabeça da Isabelle....ele ia e voltava...eu fazia força e ela vinha para frente, parava força ela voltava um pouco. A Kathryn explicou que nessas horas é dois passos para frente e um para trás, que era demorado mesmo. Só sei que chegou uma hora que a menina quase que começa a nascer por ela mesma...a cabeça continuou saindo e saindo e a parteira falou "para de empurrar"...pra eu ir mais devagar, mas aí ela já estava deslizando para fora....a cabecinha saiu, ela tirou o cordão de volta do pescoço dela, e o resto deslizou para fora....ela veio direto pro meu colo e eu não acreditava que LINDA que ela era, carequinha e beiçudinha....até então eu acreditava que ela teria o beiço da mãe...aliás achava que todos os meus filhos viriam com esse meu marco...e até agora nenhuma :)

Ela ainda estava cheia de vernix e um pouquinho de sangue e eu não tive o menor nojo de beija'la e cheira-la....eu lembro que enquanto ela saía, parecia que tava rasgando a pele que ela passava, deu para ver um sanguinho, e depois eu descobri que dei uma rasgadinha mesmo, mas foi pouco, 2 pontos por dentro e dois pontos por fora. Coisa boba. Eu beijava a neném e o Mathew chorava, minha mãe também...menos eu , não conseguia chorar de tanta alegria e admiração por aquela coisinha pequena que tinha acabado de sair de mim! Depois de um tempinho do meu colo embrulhadinha, eles levaram ela pro bercinho aquecido ali mesmo dentro do quarto, enquanto pesavam, mediam e enfiavam os caninhos guela abaixo da minha pobrezinha. Na hora eu achava que isso era necessário nem contestei. Hoje em dia quando eu vejo o filme dá vontade de chorar....pois eu sei que não existe a menor necessidade de aspirar a criança. A organização mundial da saúde já constatou, e vários países no mundo inteiro já não fazem mais isso.

Isabelle nasceu com 3,470 kg e 49 cm as 15:42 da tarde :) E eu era a pessoa mais feliz do mundo!! Imediantamente após o nascimento dela, minha inseparável amiga e escudeira Aline, que tinha me mandado uma mensagem no dia do DPP dela perguntando "e aí nasce ou não?" entrou na sala enquanto eles estavam limpando e embrulhando a Isabelle. Eu lembro que respondi a mensagem falando que estava no hospital e ela correu para lá. Disse que quando chegou ela ouviu imediatamente uma musiquinha de neném, que tocava toda vez que alguém nascia, e que ela perguntou onde era meu quarto, e já estava ali na frente da minha porta e entrou....ela tinha acabado de ouvir a música da Isabelle :) Eu ainda tremia sem parar morrendo de frio, a gente conversou coisas que eu nunca vou lembrar!!! E ela ficou lá com a gente...foi uma delícia!!!!




Bebelle veio logo pro peito, minha mãe ligou pro Brasil, a família ficou sabendo, ligaram o computador, ouviram o choro dela por telefone, meu pai quis falar comigo, fotos e mais fotos, filmagens...enfim...uma bagunça geral!!!

Em outro post, eu coloco minhas impressões sobre a minha recuperação, e como eu mudei de idéia em relação ao fato de não querer ter mais anestesia dali para frente. Pois esse já está longo demais. 

Eu finalmente virei mãe, masssss....ainda tem depressão pós parto e muita dúvida e incerteza depois do nascimento da minha pequena loirinha. 

Parabéns se você conseguiu ler até aqui :)


terça-feira, 16 de abril de 2013

Por que um blog?

Já me fiz essa pergunta tantas vezes, e poderia dar uma resposta diferente para cada vez que penso nisso.

Primeiro deixa eu me apresentar:

 Oi, eu sou Bárbara, mãe de 3 meninas lindas e esperando o primeiro menino lindo da família. Apaixonada pela maternidade e pela minha família. Ativista pelo parto natural pois acredito na força das mulheres e na superação e força que isso dá pra cada uma delas.



Acredito também em Deus e sei que tudo vem Dele, inclusive a força que precisamos para parir e maternar.

Não me considerava ativista até o nascimento da minha terceira filha, que se deu aqui no Brasil. Foi aí que eu embarquei nesse mundo humanizado que está na boca do povão. Foi uma luta!!! Mas uma luta que eu vou contar para vocês outro dia. Tenho uma bacharelado em saúde pública pela Brigham Young  University–Idaho, EUA. Trabalhei como consultora de lactação no meu último ano de faculdade e no ano seguinte à minha formatura. E meu sonho mais louco de todos é de ser parteira. Linda, forte, simpática e querida que nem as que passaram pela minha vida e que nem a minha maior inspiração: Ina May Gaskin.
Esse é um sonho de longo prazo, pois agora me foco no crescimento dos meus pequenos. Sei que esse tempo passa muito rápido, e que tenho que sugar cada minutinho que posso com elas ( e logo logo, ele chega! o meu machinho tão esperado!) Enquanto isso espero poder ajudar mulheres, gestantes e mães a amarem o que fazem e reconhecer o grande privilégio que temos de criar as nossas crianças. Para mim o trabalho mais nobre que existe.

No geral acredito que o diferencial desse blog será o fato de eu ser:
1) religiosa- no sentido cristã. Não que isso seja melhor ou pior, mas noto que no mundo humanizado é mais fácil achar pessoas que acreditam na força da natureza, em seres abstratos ou em nada, mais do que em Deus propriamente dito.
2) para mulher brasileira de hoje, tenho muitos filhos. Vai ser uma delícia compartilhar como cada um deles foi diferente do outro
3) Morei muito tempo fora, estudei fora, e trabalhei lá fora também, (o que novamente não me faz melhor ou pior que ninguém, só me dá uma perspectiva diferente da maioria das pessoas, pois vi mais de dois lados da moeda) e pude experimentar o sistema de saúde num país diferente do Brasil. Isso enriqueceu muito a minha perspectiva em relação ao que podemos e devemos mudar. Ja fui do SUS pro meu plano de saúde atual e minha busca pelo parto humanizado foi igual a de muita gente por aí que não tem dinheiro para bancar um parto "elitizado"
4) Quero usar não só a medicina com base científica (como tem muitos blogs maravilhosos por aí com estatisticas e muita gente entendida do assunto) mas também o sentimento de mãe, as minhas experiências próprias. Ser mãe é o meu trabalho de tempo integral, minha paixão e onde está meu coração. Quero compartilhar isso com o mundo.

Tenho muitas amigas que perguntam por que eu ainda não fiz um blog. E gente, foi difícil começar sabia?? Acho que juntando a falta de organização e o medo de me comprometer e não fazer um trabalho legal equaciona eu estar ensaiando esse blog a meses e meses!!! Acho q já deve fazer até um ano viu? Meu marido que o diga, que aliás é um dos meus maiores torcedores :)



Minha paixão pelo que faço é o que me propulsiona a escrever esse blog. Eu sou legal, mas não arredo pé do que acredito com base em mitos e falta de informação para agradar ninguém. Espero ajudar, compartilhar, espalhar boa informação e aprender muito também. Afinal de contas a vida é um constante aprendizado...

Começarei postando duas vezes por semana. E daí pra frente vamos de mãos dadas... :)

Bem-vindas ao MATERNANDO!!!